Pichardo na final do triplo salto e Francisco Belo no peso
Esta sexta-feira, Auriol Dongmo vai tentar a primeira medalha para Portugal no lançamento do peso. E Francisco Belo entra em cena logo a seguir. Final do triplo salto é domingo de manhã.
Pedro Pichardo, no triplo salto, e Francisco Belo, no lançamento do peso, estiveram esta sexta-feira em excelente plano na fase de qualificações dos Europeus de atletismo de pista coberta, liderando ambos o grupo de apurados para as finais.
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Em Torun, na Polónia, passam a ser quatro os portugueses a competir em finais - Pichardo e Belo juntam-se a Auriol Dongmo (lançamento do peso) e Mariana Machado (3.000 metros), que competem mais logo pelas medalhas.
Pichardo confirmou que é de longe o melhor europeu da sua especialidade e que está motivadíssimo, em ano olímpico. Belo, quarto há dois anos nos Europeus de Glasgow, superou-se e melhorou o seu recorde pessoal, claramente com vontade de estar ao mesmo nível competitivo de 2019.
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"Sinto-me bem. A qualificação correu como planeei. A Arena de Torun é muito, muito boa, gosto disto. O meu objetivo aqui é ganhar, o meu objetivo de época é ser o melhor do mundo", disse no final da sua prova o atleta luso-cubano, que garante estar em "excelente forma" para a final.
O português ganhou a qualificação com um só salto, com 17,03 e uma chamada a quase 13 cm do limite. "Era minha intenção abordar a qualificação logo no primeiro salto, como aconteceu", disse Pichardo, prosseguindo: "Agora, o objetivo é o de todos os que estão aqui, triunfar".
A marca de qualificação, de 16,80, foi obtida por mais dois atletas - o alemão Max Hess, antigo campeão europeu, saltou 16,86, e o azeri Alexis Copello, também ex-cubano, chegou aos 16,84.
O francês Melvin Raffin, que chegou a Torun com 17,09 como melhor esta época, esteve irreconhecível (15,29 como melhor), ficando em 14º e último lugar.
Francisco Belo começou a qualificação do peso com 18,62 metros e depois melhorou sucessivamente, para 20,17 e 21,04, um recorde pessoal acima dos 21 metros pela primeira vez e quase qualificação direta para os Jogos Olímpicos. Ninguém fez melhor que ele hoje de manhã.
"No último ensaio cheguei a pensar em não lançar, porque estava garantida a qualificação (por repescagem). Mas acabei por me decidir, para mexer as pernas e dar-me mais motivação para a final da tarde. A verdade é que juntar o à-vontade de estar qualificado, com a vontade de lançar o mais longe possível deu na queda do recorde pessoal...", explicou o atleta, visivelmente satisfeito.
Belo entrou na pista "para lançar o mais longe possível e conseguir acesso à final". "Mas não é uma coisa garantida, não posso controlar o que os outros lançam, se lançassem mais eu ficava de fora. Agora, é continuar, cada vez que se passa um objetivo, há outro a alcançar" explicou o atleta, que vai descansar para a final de logo à tarde, às 19:35.
Nas provas de pista os resultados dos lusos foram menos bons, com Ricardo Santos, Mauro Pereira e Cátia Azevedo, nos 400 metros, e Marta Pen, nos 1.500 metros, a não passarem da primeira ronda.
No conjunto de nove séries, com 49 atletas a participar, Mauro Pereira foi 32.º, com 47,18 segundos (perto do seu recorde pessoal) e Ricardo Santos foi 41.º, com 48,06.
Cátia Azevedo conseguiu 53,28 numa das séries de 400 metros femininos, o seu melhor registo do ano, mas que só deu para ser 24.ª, entre 29 atletas em ação.
A prestação portuguesa na sessão da manhã fechou com Marta Pen, na terceira e última série de 1.500 metros, em que andou algum tempo a meio do pelotão e atacou a três voltas do fim, subindo ao segundo lugar. Depois, cedeu e caiu para o quinto posto, com 4.12,95, o que não chegou para a final.
A atleta lusa, radicada nos Estados Unidos, foi a 13.ª entre 22 atletas, sendo que a final, com nove atletas, foi atingida com 4.11,27.
Esta tarde, haverá três portugueses em finais: Auriol Dogmo no peso feminino (18:06, hora de Lisboa), Francisco Belo no peso masculino (19:35) e Mariana Machado nos 3.000 metros femininos (20:00). Disputam-se ainda as finais masculinas de comprimento e 1.500 metros e concluir-se-á o pentatlo.
Belo, que foi quarto posicionado em Glasgow, há dois anos, fez ao terceiro ensaio um recorde pessoal a 21,04 metros, sendo um dos dois atletas a superar os 21,00 de apuramento direto, a par do polaco Michal Haratyk. Para a final, que se disputa ainda hoje, a partir das 19:25 (hora de Lisboa), foi necessário repescar mais seis atletas.
Os dois atletas que Portugal apresentou em pista para a primeira ronda dos 400 metros, Ricardo Santos e Mauro Pereira, não continuam em prova.
Ricardo Santos foi o último na quinta série eliminatória (48,06 segundos) e Mauro Pereira o penúltimo na sexta (47,69), ficando distantes da repescagem por tempos.
Esta sexta-feira ao final tarde, Portugal pode conquistar a sua primeira medalha na competição, com Auriol Dogmo, na final de lançamento do peso - antes de Francisco Belo entrar em ação.
Dongmo lidera a lista mundial, com 19,65 metros, e Schwanitz tem 19,11. A final é de grande nível, já que lá estarão as restantes três do top-5, ou seja a sueca Fanny Roos (18,85), a bielorrussa Aliona Dubitskya (18,74) e a espanhola Maria Toimil (recorde nacional na qualificação, com 18,64).