Perdulário no ataque, Sporting vinca força no Bessa
O Sporting demorou vinte minutos a entrar, de facto, no jogo. Quando o fez, marcou e começou a criar uma catadupa de oportunidades que poderiam ter dado uma goleada sobre o lanterna vermelha Boavista. O 0-2 foi curto, mas mais uma prova de força do líder do campeonato.
Aos 22", Nuno Santos finalizou a primeira oportunidade de golo. Nuno Mendes cruzou rasteiro, o esquerdino esticou o pé e fez o 0-1. Foi o quinto golo na Liga, em que forma a dupla-maravilha do Sporting: Santos (5 golos e 4 assistências) e o ausente, por castigo, Pedro Gonçalves (12 golos e 2 assistências) participaram em 23 dos 33 golos marcados pelo Sporting no campeonato.
Os dois, que na segunda-feira devem ser titulares frente ao Benfica, no grande dérbi de Lisboa (16.ª jornada), valem 72% dos golos do líder no campeonato.
O sinal dado por Nuno Santos não se materializou, depois. O Sporting criava oportunidades, algumas demasiado claras para se falharem: como a de Jovane (mérito para Porozo, que salvou sobre a linha, aos 40") e, especialmente, a de João Mário (43"). O médio recebeu um passe de Sporar (amorteceu a bola com o peito), tirou um adversário da frente e, na cara do golo, atirou forte, mas para o meio da baliza. Léo defendeu com as pernas.
O Boavista acabou a primeira parte sem cruzamentos, sem remates à baliza, se cantos. Ficou muito marcado pelo golo inaugural, porque carregar a lanterna vermelha deixa mossas psicológicas e anímicas. E a equipa de Jesualdo Ferreira só ganhou um jogo em 14: 3-0 ao Benfica, a 2 de novembro, ainda no tempo de Vasco Seabra.
Jesualdo Ferreira, ao sexto jogo, tentou mudar o panorama com substituições que mudaram o sistema tático, mas pouco mexeram com o jogo. É verdade que, finalmente, o Boavista se chegou à área leonina, cruzando, ganhando cantos, mas oportunidades de golo, zero.
O Sporting estava confortável e não sentiu a pressão de falhar golos e manter uma vantagem que num ápice podia ser contrariada. E continuou a falhar golos.
Sporar (53"), servido de bandeja por Nuno Santos, não tocou para a baliza a um metro da baliza (toque de Léo foi determinante a atrapalhar o ponta-de-lança) e, pouco depois (60"), João Mário tomou a opção menos eficaz: conduziu um contra-ataque em superioridade, mas em vez de lançar Jovane na direita da área, rematou forte e quase acertou na baliza.
Aos 77", Porro deu um murro na mesa da ineficácia ofensiva. Ganhou uma segunda bola a 30 metros da baliza, desviou um adversário e disparou um foguete que só parou no fundo das redes da baliza boavisteira.
O lateral marcou pelo segundo jogo seguido, depois do golo decisivo na conquista da Taça da Liga (1-0 sobre o Sp. Braga há três dias) e acabou com as escassas dúvidas que ainda pudesse haver.
Logo a seguir ao 0-2, Amorim lançou Palhinha, um dos quatro jogadores do Sporting "à bica" em termos disciplinares (a um cartão amarelo de um jogo de castigo). Três minutos depois, o médio foi admoestado por Fábio Veríssimo e vai falhar o jogo com o Benfica.
Curiosamente, só perto do fim o Boavista lá criou uma oportunidade de golo. Aos 82", após um canto, Rami ganhou no ar e obrigou Adán a fazer uma grande defesa, mantendo a baliza fechada.
Aliás, essa é outra expressão da força do Sporting: só sofreu nove golos em 15 jogos, sendo a melhor defesa da Liga. E continua imbatível: em 15 jogos, ganhou 12 e empatou três.
Segunda-feira, sem Palhinha, mas cheio de força, o Sporting recebe o Benfica no jogo-cartaz da 16.ª jornada da Liga. Entra na liderança (que não perderá em cenário algum), mais quatro pontos do que o FC Porto e seis do que o rival da segunda circular.