Pais e filhos do Euro. Do jovem Francisco a Chiesa e Schmeichel
Miguel Pereira/Global Imagens

Pais e filhos do Euro. Do jovem Francisco a Chiesa e Schmeichel

Há seis jogadores no Euro 2024 cujos pais também foram internacionais e jogaram em Europeus de futebol. O internacional português só precisou de três jogos para marcar na seleção. Já o pai, Sérgio, que o treinou no FC Porto, tem como melhor recordação das quinas os três golos à Alemanha.
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No Euro 2024 não é só Francisco Conceição que tem um pai que também foi internacional e marcou presença num Campeonato da Europa de futebol. Na verdade, em outras seleções existem mais cinco casos de futebolistas com apelidos famosos cujos pais brilharam em edições anteriores e veem agora os ‘miúdos’ seguir-lhes os passos, em alguns casos até com mais sucesso. O extremo português, contudo, é o único dos seis que, além da relação familiar, teve o pai como treinador no FC Porto.

Francisco só precisou de três jogos com a camisola das quinas (estreou-se a 26 de março na derrota por 2-0 num particular com a Eslovénia, depois de entrar ao intervalo) para se estrear a marcar por Portugal, e logo o golo que deu o triunfo no jogo de abertura do Grupo F, contra a República Checa (2-1). 

Curiosamente, pai e filho tiveram o batismo pela seleção com a mesma idade (21 anos) - Sérgio foi lançado por Artur Jorge a 8 de novembro de 1996, uma semana antes de completar 22 anos, saltando do banco aos 65 minutos para render Rui Costa, num jogo frente à Ucrânia. Francisco teve o seu primeiro momento alto com a camisola das quinas ao apontar o golo diante dos checos. Já o pai brilhou bem alto no Euro 2000, quando marcou três golos à poderosa Alemanha na fase de grupos. No total, pela seleção lusa, o ex-treinador do FC Porto fez 56 jogos e faturou 12 golos, marca que o filho vai agora tentar superar.

Os Chiesa

Em Itália também há um clã famoso: os Chiesa. Federico, 26 anos, jogador da Juventus, é titular da azzurra e um dos jogadores-chave do xadrez de Luciano Spalletti. Já leva 49 internacionalizações e sete golos pelo seu país, ele que se sagrou campeão da Europa em 2021.

O pai, Enrico, deu nas vistas no Parma na década de 90 e teve uma carreira recheada de golos (220). Curiosamente, marcou precisamente os mesmos do filho (sete) na seleção italiana, mas em apenas 17 jogos. Jogou no Europeu de Inglaterra em 1996 e marcou à República Checa. Tal como a família Conceição, os Chiesa também viram pai e filho marcar num Campeonato da Europa.

Os Thuram

Lilian Thuram foi uma grande referência da defesa da seleção francesa durante vários anos e alinhou em clubes como Barcelona, Juventus, Parma e Mónaco nas décadas de 90 e 2000. Pela seleção gaulesa somou 142 internacionalizações e conquistou um Mundial (1998) e um Europeu (2000). 

O filho Marcus, de 26 anos, que atua no Inter Milão, seguiu-lhe as pisadas, mas joga como avançado. Ainda não é um indiscutível da França, mas já leva 21 jogos e dois golos marcados.

O pai Thuram, refira-se, tornou-se num famoso ativista contra o racismo após terminar a carreira. Dá palestras, já escreveu vários livros e  tem dois títulos honoris causa nas Universidades de Estocolmo, na Suécia, e Stirling, na Escócia.

Os Schmeichel

Outro apelido famoso da história dos Europeus são os Schmeichel. Peter foi um dos melhores guarda-redes do planeta. Figura do Manchester United (terminou a carreira no Sporting) e da seleção dinamarquesa durante anos, sagrou-se campeão da Europa em 1992, na célebre prova em que a seleção nórdica foi repescada à última hora para substituir a Jugoslávia, numa altura em que vários jogadores já estavam de férias. 

O filho Kasper seguiu-lhe as pisadas na baliza. Tem 37 anos, atua no Anderlecht e já tem mais de 100 internacionalizações pela Dinamarca. Uma curiosidade: no final do jogo entre a Dinamarca e a Inglaterra, que terminou empatado a um golo, o pai Peter, na qualidade de comentador e repórter da FOX Sports, entrevistou o filho. “Faço muitas entrevistas pós-jogo, mas nunca faço isto”, disse antes de abraçar o filho, que em troca lhe deu a camisola do jogo.

Os Blind

Os Países Baixos também têm tradição de pais e filhos a jogar num Euro. Daley Blind, 34 anos, jogador do Girona, de Espanha, é um dos veteranos da seleção laranja. Seguiu as pisadas do pai, Danny, e também atua como defesa, contando já com 107 jogos e três golos pela laranja mecânica. 

Danny Blind foi um histórico do futebol neerlandês, com 42 internacionalizações, jogador com toda uma carreira ligada ao Ajax, que participou em dois Europeus (1992 e 1996).

Os Hagi

Gheorghe Hagi foi um dos maiores jogadores romenos de todos os tempos, e não foi por acaso que lhe colocaram a alcunha de “Maradona dos Cárpatos”. Disputou os Europeus de 1984, 1996 e 2000 (nesta edição atingiu os quartos de final) e apontou 35 golos num total de 125 internacionalizações, com passagens por Real Madrid e Barcelona. 

O filho Ianis Hagi, de 25 anos, que atua no Aláves, integra a atual seleção romena, com 36 presenças e cinco golos marcados. Mas  nunca irá atingir a notoriedade do pai.

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