O método Simeone é caso de estudo na Universidade de Harvard

Professores aconselham a filosofia às pequenas e médias empresas para que possam competir com as gigantes.
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O sucesso de Diego Simeone no Atlético de Madrid chegou à conceituada Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. A forma como o treinador argentino desenvolve o seu trabalho no clube espanhol é dado como exemplo às empresas. A revista Harvard Deusto Business Review considera mesmo este modelo um bom guia para conseguir atingir a excelência e o sucesso no curto prazo.

"Jogo a jogo: a empresa focada no curto prazo" é o título do artigo assinado por três professores, que enaltecem a forma como o Atlético consegue competir de igual para igual com gigantes como o Barcelona e o Real Madrid, recordando até que em determinadas alturas conseguiram superar os dois clubes com recursos incomparavelmente superiores.

"No atual ambiente complexo, dinâmico e cheio de incertezas, a busca pela excelência a curto prazo para competir de igual para igual com grandes empresas orientadas para o longo prazo, apresenta-se como uma valiosa opção competitiva para as PME_[Pequenas e Médias Empresas]", começa por dizer o artigo, antes de apontar os ponto chave que conduzem o Atlético ao sucesso. E desde logo indicam a "gestão de ativos a curto prazo, a renovação e desenvolvimento do talento e o impulso dado à formação de equipas motivadas, coesas e identificadas com os valores da empresas"._Além disso destacam ainda a "flexibilidade perante as mudanças do ambiente" da competição.

São todos estes pressupostos que são apontados como chave na transposição para a vida empresarial. E é nesse âmbito que Diego Simeone é considerado a pedra angular do Atlético de Madrid, cuja filosofia passa por "identificar os pontos fortes e fracos de cada um dos elementos do grupo" e, a partir daí, fazer com que se "comprometam com um objetivo". Em todo este processo é destacado "o domínio das técnicas de comunicação" do argentino e a sua preparação "para lidar com as diferenças individuais".

Equilibrista e motivador

Diego Simeone é considerado "um equilibrista entre o âmbito empresarial e desportivo". No fundo, "uma figura que alcança grande relevância dentro do clube e um dos grandes responsáveis pelo sucesso".

A coordenação entre o trabalho do treinador e a direção do Atlético de Madrid é considerada exemplar, pois lembram que os dirigentes não imitam os investimentos milionários dos grandes clubes, algo que "os condenaria a ficarem sempre em segundo plano". Assim sendo, procuraram "gerir os ativos a curto prazo, sendo vendidos todas as épocas para gerar grandes receitas". E é aqui que a filosofia de Simeone é, mais uma vez, decisiva, pois o técnico consegue desenvolver jogadores pouco conhecidos para que atinjam grandes performances.

É com este exemplo de sucesso protagonizado pelo Atlético de Madrid que os três professores responsáveis pelo estudo aconselham as empresas a adotar "um modelo de gestão direcionado para a excelência operativa a curto prazo, que lhes permita competir com êxito num mercado dominado por grandes empresas". No entanto, deixam o aviso que esta estratégia obriga a "ações motivacionais dos líderes da organização", pois para competir com os gigantes "é preciso dobrar os esforços e a entrega". No fundo, defendem que "essa é a filosofia que Simeone transmite diariamente aos seus jogadores durante os treinos".

No Canadá houve curso sobre Ronaldo

Não é só Simeone a despertar interesse no continente americano. No Canadá, na Universidade da Columbia Britânica foi implementado um curso sobre Cristiano Ronaldo no início de 2015. A ideia foi de Luís Aguiar, professor açoriano ali radicado, que pretendia analisar como se constrói uma lenda futebolística e aquilo que CR7 representa para a diáspora portuguesa. A intenção era abordar a nível sociológico uma figura icónica do desporto da atualidade, abordando sobretudo as suas qualidades sociais e o humanismo que revela na sua carreira recheada de sucessos.

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