"O artista chegou". João Félix é o 14.º português da história do Chelsea
Avançado diz que é "um sonho tornado realidade". Chega ao clube londrino cedido pelo At. Madrid até ao final da época, a troco de 11 milhões de euros, já com salários incluídos.
João Félix foi ontem oficializado como reforço do Chelsea - "O artista chegou", escreveu o clube nas redes sociais - , numa transferência por empréstimo do Atlético Madrid até ao final da época, a troco de 11 milhões de euros, ficando o clube de Stamford Bridge responsável pelo pagamento dos salários do avançado (já incluídos no valor da cedência) e sem opção de compra. É o 14.º jogador português da história dos blues.
Relacionados
O internacional português, de 23 anos, renovou com o Atlético Madrid até 2027 antes de se mudar para Londres, uma condição imposta pelo clube espanhol para o libertar. E terá agora a possibilidade de se mostrar na Premier League, ele que sempre manteve uma relação difícil com o treinador Diego Simeone no Atlético.
"O Chelsea é uma das grandes equipas mundiais e espero ajudar a atingir os objetivos. Estou muito contente e entusiasmado por jogar em Stamford Bridge. Sou um jogador que gosta de ter a bola e jogar com felicidade. Estou muito entusiasmado, é um sonho tornado realidade", disse Félix, que vai jogar com a camisola 11 e poderá estrear-se já hoje contra o Fulham, caso seja inscrito a tempo, ou então domingo com o Crystal Palace.
Subscreva as newsletters Diário de Notícias e receba as informações em primeira mão.
O treinador Graham Potter também não escondeu a sua satisfação: "É um jogador de qualidade que fará a diferença no último terço do campo. É jovem, mas tem muita experiência. É uma contratação que nós dá um ânimo enorme. Estamos ansiosos para que comece a trabalhar connosco."
João Félix é o 14.º jogador português a assinar pelo Chelsea. O pioneiro foi Filipe Oliveira, na época de 2002, contratado por cerca de 70 mil euros aos juniores do FC Porto. Mas foi no verão de 2004, na era Roman Abramovich, que se deu o boom de lusos no clube londrino, coincidindo com a contratação de José Mourinho.
O Special One fez questão de reforçar o plantel com vários portugueses, contratando de uma assentada Ricardo Carvalho (30M€) e Paulo Ferreira (20M€) ao FC Porto. A estes juntou-se Nuno Morais, ex-Penafiel, a custo zero, que esteve à experiência e acabou por ficar, mas com pouco tempo de utilização. E ainda o médio Tiago, que deixou o Benfica a troco de 15M€.
Mais tarde, em 2006, aterram em Londres o guarda-redes Hilário, que hoje faz parte da equipa técnica do clube como treinador de guarda-redes, e também Maniche, na condição de emprestado pelo Dínamo de Moscovo.
Em 2008, com Luiz Felipe Scolari como treinador, o Chelsea voltou a apostar em jogadores portugueses. Chegaram a Stamford Bridge Deco (10M€), Bosingwa (20,5M€) e Fábio Paim (cedido pelo Sporting numa tentativa de tentar recuperar o jogador, que não fez qualquer jogo e ficou poucos meses no clube). E mais tarde Ricardo Quaresma, cedido pelo Inter Milão.
Na temporada 2011-12, com André Villas-Boas no comando da equipa, o Chelsea contratou Raúl Meireles ao Liverpool, por 13 milhões de euros. E o último antes de Félix assinar pelos blues foi o guarda-redes Eduardo, em 2016.
Chelsea investe forte
João Félix despede-se do Atlético Madrid durante seis meses, ele que assinou pelos colchoneros em 2019, proveniente do Benfica, por um valor recorde de 127 milhões de euros. Pelo emblema espanhol, realizou 131 jogos (84 como titular e 47 a suplente), marcou 34 golos e fez 16 assistências.
A relação com o treinador Diego Simeone foi sempre conturbada, e já na época passada o jogador quis sair, mas os responsáveis do Atlético sempre recusaram. A janela de oportunidade surgiu agora, com Jorge Mendes mandatado para encontrar uma solução. Sabia-se que o destino seria a Premier League, com vários clubes interessados, entre eles o Manchester United e o Arsenal. João Félix acabou por eleger o Chelsea, que ocupa atualmente um modesto 10.º lugar na Liga inglesa.
O emblema de Stamford Bridge, que em maio do ano passado foi comprado pelo magnata norte-americano Todd Boehly, já investiu esta temporada cerca de 355 milhões de euros em reforços. O mais caro foi o central Wesley Fofana, contratado no verão ao Leicester por 80 milhões de euros.
Nesta janela de transferências de janeiro, o clube continua a fazer um forte investimento, e já gastou 73,5 milhões de euros - Benoît Badiashile (ex-Mónaco, 38M€), Andrey Santos (ex-Vasco da Gama, 12,5M€), David Datro Fofana (12M€, ex-Molde) e 11 milhões com o empréstimo de João Félix. O Chelsea tentou também contratar o médio argentino Enzo Fernández ao Benfica, mas a transferência acabou por não se realizar, porque a SAD encarnada só admite a saída pelo valor da cláusula de rescisão de 120 milhões.
nuno.fernandes@dn.pt
Partilhar
No Diário de Notícias dezenas de jornalistas trabalham todos os dias para fazer as notícias, as entrevistas, as reportagens e as análises que asseguram uma informação rigorosa aos leitores. E é assim há mais de 150 anos, pois somos o jornal nacional mais antigo. Para continuarmos a fazer este “serviço ao leitor“, como escreveu o nosso fundador em 1864, precisamos do seu apoio.
Assine aqui aquele que é o seu jornal