Nove troféus. A jogar e no banco, Amorim é rei na Taça da Liga

Leões defrontam esta noite o Arouca nas meias-finais da prova e têm o treinador como talismã - como jogador e técnico nunca perdeu nenhum dos 32 jogos em que participou.
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Há competições que parecem feitas à medida de jogadores e treinadores e a Taça da Liga, cujas meias-finais arrancam esta noite em Leiria com o Arouca-Sporting (19.45, SportTV1), é um bom exemplo disso se olharmos para o registo incrível de Rúben Amorim na prova: nove troféus conquistados e nenhuma derrota sofrida em 32 jogos (!) contabilizando o histórico como futebolista e treinador.

Rúben Amorim tem de longe o maior palmarés em Portugal em termos de Taça da Liga (seguem-se na lista de mais titulados Luisão, com sete, e Jorge Jesus e Maxi Pereira, com seis, todos ao serviço do Benfica), uma história de sucesso que começou ainda nos tempos em que era jogador. Entre 2008/09 e 2014/15, conquistou seis troféus, cinco pelo Benfica e um como jogador do Sp. Braga.

Mais incrível ainda é o facto de não registar qualquer derrota na prova. Na qualidade de jogador, de Benfica e Sp. Braga, realizou um total de 19 jogos e obteve 14 vitórias e cinco empates, com dois golos apontados.

Amorim arrumou as botas no final da época 2015-16, no Al-Wakrah, do Qatar. E em 2018-19 deu início a uma carreira de treinador. Em dezembro de 2019 saltou do Sp. Braga B para a equipa principal dos arsenalistas, substituindo Sá Pinto, e um mês depois estava a festejar o primeiro troféu: precisamente a Taça da Liga, depois de bater o FC Porto na final por 1-0.

De então para cá, e já ao comando do Sporting, levantou o troféu em mais duas ocasiões - em 2020-21, depois de vencer na final o Sp. Braga por 1-0; e na época passada após triunfo por 2-1 diante do Benfica.

Tal como nos seus tempos de jogador, também como treinador Amorim não regista qualquer derrota na prova. Aliás, na qualidade de técnico soma por vitórias todos os 13 jogos realizados, com 33 golos marcados e cinco sofridos.

Anunciando que Trincão é baixa para a partida desta noite, e prometendo "apresentar o melhor onze" para não voltar a ser surpreendido pelo Arouca (perdeu esta época para o campeonato), Amorim revelou ontem que a equipa "quer muito ir à final e vencer". Mas rejeitou a ideia de poder salvar a época com a conquista da Taça da Liga.

"Não salva nada, não podemos ver assim as coisas. O nosso objetivo é lutar pelo campeonato, mas perdemos muitos pontos e estamos atrás. Tínhamos a Taça de Portugal, onde temos grande tradição e onde havia grandes ambições. Sabemos onde falhámos mas aqui podemos vencer. Não salva, nem deixa de salvar a temporada, depende de nós ganhar, sem pensar em salvar a época. Estamos a meio da temporada, não sei o que irá acontecer", disse.

"Este é o troféu que está mais perto, dependemos de nós, embora ainda estejamos na Liga Europa mas aí há outros favoritos. No campeonato não dependemos de nós. A Taça da Liga decide-se numa semana e estamos mais perto. É um título e um clube grande vive de títulos. Há muitos jogadores aqui que ainda não conquistaram títulos, têm de viver essas sensações. A responsabilidade deste clube é lutar por títulos", acrescentou.

Amorim foi questionado na conferência de imprensa com o nome Van Ewijk, lateral direito do Heerenveen apontado aos leões para colmatar uma possível saída de Pedro Porro. "Quanto ao mercado, temos alguns alvos, não só a pensar no presente mas também no futuro. Não olho para a posição de lateral direito como uma obsessão. Neste momento conto com o Porro, o Esgaio, o Travassos e o Esteves. Depois, logo se vê".

Já o treinador do Arouca garantiu ontem que a sua equipa irá entrar em campo "sem medo de perder", pois só assim estará mais perto de vencer o Sporting. "Em relação à nossa forma de jogar e de abordar os jogos, há uma coisa com que me preocupo: os jogadores não têm de ter medo de perder. Quando entramos dentro de campo sem medo de perder, provavelmente estamos mais próximos de ganhar. É essa mentalidade que procuro incutir nos jogadores", afirmou Armando Evangelista.

"Estar nesta final four não é viver um sonho. Estamos a viver a realidade, porque estamos cá. A final é uma realidade difícil de alcançar, como é óbvio, temos muitas pedras pelo caminho, mas temos tido a capacidade de as retirar e seguir com algum êxito. É legítimo acreditarmos que podemos continuar nela", sublinhou.

A outra meia-final vai colocar amanhã (19.45, Sport TV1) frente a frente o FC Porto (ainda sem troféus) ao secundário Académico de Viseu. A final está agendada para sábado à noite (19.45, SIC).

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