Nova vida para Miguel Oliveira e corridas sprint no Mundial mais longo da história

Português mudou para a Aprilia e mantém ambição de ser "campeão do Mundo". Mundial começa no domingo, com o Grande Prémio de Portugal. Bagnaia defende o título.

Aos 28 anos, e depois de quatro temporadas na KTM, Miguel Oliveira vai para o quinto Mundial no MotoGP com uma nova mota, uma nova equipa e a velha ambição de "ser campeão do Mundo". Cabeça de cartaz da nova equipa do malaio Razlan Razali, a pomposa CryptoData Aprilia RNF, o piloto português terá como objetivo o top 10 final e as corridas sprint, uma novidade na época que arranca hoje (treinos livres) no circuito de Portimão.

As indicações dadas nos testes, desde Valência até Portimão, e passando por Sepang, deixaram alguma expectativa para perceber o que poderá o português fazer na equipa de fábrica da gigante italiana. Para começar, gostaria de repetir no domingo o triunfo de 2020 na montanha-russa de Portimão, mas "sendo realista" apontou ao pódio. "A primeira coisa que pensei quando soube que o campeonato começava em Portugal foi, claro, em ganhar a corrida. Vai ser um desafio mas tentarei dar o meu máximo", sublinhou o português, que terá o espanhol Raúl Fernández como colega de equipa.

O piloto de Almada é um dos 13 do pelotão com vitórias em Grandes Prémios. Em quatro temporadas no MotoGP, Miguel Oliveira soma cinco triunfos (dois em 2020, na Estíria e em Portimão, um em 2021, na Catalunha, e dois em 2022, na Indonésia e na Tailândia). Se vencer uma prova esta temporada, torna-se um dos três pilotos a triunfar com diferentes construtores, sendo que o australiano Jack Miller (KTM) e o espanhol Maverick Viñales (Aprilia) podem tornar-se nos únicos a somarem vitórias com três marcas.

Oliveira conta com essa experiência para tirar o melhor da nova máquina. E, segundo alguns especialistas, a Aprilia tem mesmo a segunda melhor mota do paddock - Yamaha, Honda e KTM têm desiludido - sendo apenas superada pelas muitas Ducati... como a do campeão Pecco Bagnaia. Nos testes de Portimão houve sete Ducatis nas oito primeiras posições.

Marc Márquez (sete vezes campeão) continua a destacar-se num pelotão com 22 pilotos e apenas um estreante: Augusto Fernandez. Foi uma queda grave do espanhol, que lhe deixou mazelas até hoje, seguido de uma pandemia (covid-19) que mudaram o rosto do MotoGP, até então completamente dominado pelo prodígio espanhol.

Nos últimos três anos, houve três novos campeões do Mundo - Joan Mir, Fabio Quartararo e Francesco Bagnaia - e três diferentes marcas a triunfar - Suzuki, Yamaha e Ducati. Para este ano há alguma expectativa à volta do que Márquez conseguirá fazer e disso dependerá também a temporada da Honda.

Corridas sprint dão pontos

A grande novidade desta temporadas são as corridas sprint aos sábados, que distribuem pontos e pretendem dar uma maior emotividade aos fins de semana e não apenas às corridas de domingo.

A ideia surgiu de um fracasso. A Dorna Sports, dona da MotoGP, interrompeu as gravações da segunda temporada do documentário MotoGP Unlimited pela falta de interesse do público, embarcando depois numa pesquisa global e exaustiva junto dos adeptos para tentar valorizar a modalidade, atrair mais patrocínios e aumentar a exposição global. Obteve mais de 100 mil respostas e a maioria pedia corridas rápidas e espetaculares idênticas às testadas na F1 e em vigor no Mundial de Superbikes desde 2019.

A grelha de partida continua a ser definida na qualificação, que mantém o formato. Mas, pela primeira vez desde 2006, o Mundial começa fora do Qatar. Honra dada a Portugal e ao Autódromo Internacional do Algarve, em Portimão, onde a partir de hoje começam a roncar os motores das duas rodas, dando início ao mais longo Mundial da história com 21 corridas. A bandeira xadrez do Mundial será vista a 26 de novembro, em Valência.

O Autódromo Internacional do Algarve (AIA) deve receber este fim de semana "uma assistência superior a 150 mil espectadores" no Grande Prémio de Portugal, "sendo que a maior concentração será naturalmente no domingo, com mais de 60 mil pessoas", segundo o CEO do recinto, Paulo Pinheiro.

A prova é um autêntico chamariz turístico. O Turismo do Algarve espera 65 mil turistas na região por causa da prova. Também por isso, de hoje e até domingo, a Guarda Nacional Republicana vai implementar um dispositivo especial para garantir a segurança de todos os intervenientes no evento e a regular fluidez nos principais itinerários de acesso ao Algarve e ao próprio complexo do autódromo. A organização garante transfers para o circuito desde Portimão e Lagos.

isaura.almeida@dn.pt

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