Morreu Carlos Reutemann, antigo piloto de Fórmula 1
Carlos Reutemann, senador argentino e ex-piloto de Fórmula 1, morreu esta quarta-feira na cidade de Rosário, aos 79 anos, devido a uma doença digestiva, noticiou sua filha Cora nas redes sociais.
"O meu pai foi em paz e dignidade depois de lutar como um campeão com um coração forte e nobre, que o acompanhou até o fim. Sinto orgulho e uma bênção pelo pai que tive. Sei que me acompanhará todos os dias da minha vida até nós encontremos novamente na casa do Senhor", escreveu Cora Reutemann.
O maior dos pilotos de Fórmula 1 da Argentina, depois do pentacampeão Juan Manuel Fangio, competiu pelas equipas Brabham, Ferrari, Lotus e Williams, numa carreira que durou entre 1972 e 1982, na qual obteve 12 vitórias e 45 pódios.
O Senado argentino nacional interrompeu uma reunião plenária na quarta-feira para homenageá-lo com um minuto de silêncio.
Reutemann era filiado no Partido Justicialista (PJ), mas assumiu a câmara alta após uma aliança com o ex-presidente liberal de direita Mauricio Macri, entre 2015 e 2019, que é atualmente um dos líderes da oposição.
"Lamento a morte do senador nacional e ex-governador de Santa Fé, Carlos Reutemann. As minhas condolências à sua família e amigos", escreveu nas redes sociais a vice-presidente e chefe do Senado, Cristina Kirchner.
O ex-piloto teve cancro no fígado em 2017, tendo sido operado nos Estados Unidos. A sua saúde foi piorando e estava internado devido a uma hemorragia digestiva ocorrida há dois meses.
Em 1981, na Williams, Reutemann terminou em segundo lugar no campeonato do mundo de Fórmula 1, um ponto atrás do campeão, o brasileiro Nelson Piquet. Foi ainda terceiro classificado nos campeonatos de 1975, 1978 e 1980.
Reutemann foi levado para a política pelo ex-presidente peronista Carlos Menem. Por duas vezes, pelo PJ, governou a província de Santa Fé. Em 2015 foi reeleito para o Senado, mas desta vez em uma lista que apoiava Macri.
Reutemann era um rico produtor agrícola, favorecido em seus negócios pela proximidade de Santa Fé com os portos de exportação de cereais.
Um grande ano em sua carreira desportiva foi 1974, quando venceu com a Brabham os Grandes Prémios da África do Sul, Áustria e Estados Unidos. Mas também teve a maior frustração, quando liderava a prova no autódromo de Buenos Aires, na última volta, a poucos metros da linha de chegada, e ficou sem combustível no carro. Nem o abraço e os parabéns recebidos do então presidente Juan Perón na tribuna serviram de consolo.
Com a Williams, ficou a um passo da façanha, mas acabou atrás de Piquet em 1981.
Na política, também ficou perto de uma consagração. Em 2003, o então presidente justicialista Eduardo Duhalde ofereceu-lhe a candidatura a chefe de Estado, quando as urnas lhe davam 40% de apoio. Contudo, Reutemann recusou. "Vi algo não me convenceu", disse, mas nunca disse o que vira.