Missão do Benfica é quase impossível, mas não faltam exemplos de reviravoltas na Champions

Águias defrontam amanhã o Liverpool, em Anfield, obrigadas a recuperar desvantagem de 3-1. Na prova há vários exemplos onde o Benfica se pode inspirar e até um triunfo, há 16 anos, alcançado na casa dos reds.
Publicado a
Atualizado a

A missão é praticamente impossível, até porque o adversário é o gigante Liverpool, que há uma semana venceu na Luz por 1-3 e praticamente sentenciou a eliminatória. Mas há vários exemplos de reviravoltas na Liga dos Campeões a que o Benfica se pode agarrar amanhã (20h00, TVI) para alimentar o sonho de atingir as meias-finais da prova milionária. Fica porém o aviso: nos últimos anos, apenas uma equipa foi capaz de vencer em Anfield por três golos de diferença (o que as águias precisam para passar a eliminatória) - o Manchester City, em fevereiro de 2021, em jogo da Liga inglesa que terminou 4-1 a favor do conjunto de Pep Guardiola.

Na época 2005-2006, o Benfica venceu por 0-2 em casa do Liverpool, nos oitavos de final da Champions, com golos de Simão Sabrosa e Miccoli. Os reds, à data treinados pelo espanhol Rafa Benítez, já eram uma potência do futebol mundial, mas não tinham o poderio da atualidade. Os encarnados acabaram por passar essa eliminatória, até porque 15 dias antes tinham ganho na Luz por 1-0. Refira-se que um resultado idêntico (0-2) no jogo de amanhã serviria para empatar a eliminatória.

O Benfica, ao longo da história, já virou várias eliminatórias europeias desfavoráveis no jogo da primeira mão, mas sempre no Estádio da Luz. A mais expressiva (e a única por dois ou mais golos) foi em 1961-1962. Depois de perder por 3-1 na Alemanha com o Nuremberga, curiosamente também nos quartos de final da então Taça dos Campeões Europeus, a equipa treinada por Béla Guttmann deu 6-0 (!) aos alemães em Lisboa, com golos de Eusébio (2), José Augusto (2), José Águas e Coluna. Nessa temporada os encarnados venceram a prova pela segunda (e última) vez.

Na Liga dos Campeões, nas três últimas épocas, o Liverpool foi surpreendido em casa em três ocasiões. Já nesta temporada, na fase de grupos, com uma derrota por 0-1 com o Inter de Milão. Na época transata também com uma equipa italiana, igualmente na fase de grupos da competição, ao perder por 0-2 com a Atalanta. E também em 2019-2020, diante do At. Madrid, que venceu em Anfield por 3-2 numa partida que foi a prolongamento.

Remontadas na Champions é coisa que não falta ao longo da história da competição milionária. E uma, recente, até teve como palco o estádio do Liverpool que o Benfica vai visitar amanhã. Em 2019, os reds perderam por 3-0 em Camp Nou na primeira mão das meias-finais. Quando todos já pensavam que o Barcelona tinha garantido um lugar na final, os jogadores de Jürgen Klopp superaram-se e bateram os catalães por 4-0 em Anfield, com dois golos de Wijnaldum e outros dois de Origi.

Dois anos antes, Camp Nou, em Barcelona, foi o palco de uma das maiores reviravoltas da história do futebol mundial. Os catalães perderam o jogo da primeira mão dos oitavos de final em Paris, frente ao PSG, por 4-0. Mas depois bateram os parisienses em casa por 6-1, numa partida onde o grande herói foi Neymar, que hoje representa a equipa francesa, com um bis. O apuramento só foi selado mesmo nos últimos minutos, com um golo de Sergi Roberto.

Anos antes, na época de 2003-2004, o Deportivo da Corunha, hoje perdido na II Divisão B do futebol espanhol, também foi protagonista de uma reviravolta épica. Após uma derrota em Itália por 4-1 frente ao poderoso AC Milan, os espanhóis treinados por Javier Irureta alcançaram provavelmente o triunfo mais épico da sua história, ao baterem na Corunha o gigante italiano por quatro tentos sem resposta, com golos de Pandiani, Valerón, Luque e Fran González.

Idêntica proeza conseguiu a Roma em 2018. Após uma derrota por 4-1 em casa do Barcelona, nos quartos de final da Champions, os romanos bateram em casa os catalães por 3-0, valendo à Roma um golo perto do fim, de Manolas, para consumar o apuramento.

Caso falhem as meias-finais da Champions, o Benfica não sai de mãos a abanar da competição europeia mais importante a nível de clubes. Até ao momento, e só em prémios pagos pela UEFA (faltam ainda apurar os valores do market pool, relacionados com os direitos televisivos), a SAD benfiquista encaixou 64,903 milhões de euros - passar à fase seguinte significaria mais 12,5 milhões. Esta já é a maior verba de sempre da história das águias na Champions, superando os 52,2 milhões ganhos na temporada de 2018-2019. O recorde português continua a ser do FC Porto, que em 2018-2019 chegou aos 79,2 milhões em prémios na UEFA, ao atingir os quartos de final da competição milionária.

Depois da eliminatória com o Liverpool, o Benfica desloca-se no domingo a Alvalade, para medir forças com o Sporting, num jogo onde, em caso de derrota, diz adeus à luta pelo segundo lugar e à consequente entrada direta na fase de grupos da Champions na próxima época. Neste momento, a distância para os leões, que ainda lutam pelo título, é de nove pontos. Em caso de triunfo pode ser reduzida para seis e ainda com quatro jornadas por disputar.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt