Max Verstappen favorito numa grelha sem mexidas
O Mundial de F1 vai arrancar e a pergunta é a mesma de sempre dos últimos anos. Alguém terá argumentos para contrariar a Red Bull e Max Verstappen? Haverá condições para acabar com a previsibilidade em que a modalidade caiu nos últimos anos? Provavelmente não.
Com o calendário mais longo de sempre, com 24 corridas e seis de sprint, a F1 começa este sábado no Bahrain (hoje e sexta-feira há treinos) e termina só a 8 de dezembro em Abu Dhabi. O neerlandês Max Verstappen, campeão mundial nos últimos três anos e que na temporada passada venceu 19 das 22 corridas, parte obviamente como favorito, no primeiro Mundial da história da F1 em que começam exatamente os mesmos pilotos que acabaram a temporada anterior.
A certeza em tormo do favoritismo de Verstappen é tanta, que há dias, Jeff Dodds, CEO da Fórmula E, fez uma aposta: “O Max tem 99% do título no bolso. Se ele não ganhar, e há outros 19 pilotos na grelha, eu ofereço 250.000 euros para caridade à escolha do piloto que vencer."
Caso consiga o quarto título consecutivo, Verstappen iguala o feito do alemão Sebastian Vettel, que conquistou os títulos de 2010, 2011, 2012 e 2013 com a Red Bull, e do francês Alain Prost (campeão em 1985, 1986, 1989 e 1993).
Ao lado do campeão alinha Sérgio Pérez, que entra no último ano de contrato e terá de fazer melhor do que em 2023 para manter a confiança dos responsáveis da Red Bull. Melhor significa, pelo menos, não perder tantos pontos para o chefe de fila, já que pilota um carro idêntico.
O caso Horner a transferências de Hamilton
Num defeso sem novidades em termos de mudanças de pilotos, as principais notícias acabaram por ser a transferência de Lewis Hamilton para a Ferrari em 2025, e o caso delicado em torno de Christian Horner, chefe de equipa e diretor executivo da Red Bull a quem foi aberto um processo interno relacionado com um caso de assédio sexual com tentativa de compra do silêncio da vítima, uma funcionária da equipa.
Horner acabou por ser ilibado das acusações de conduta imprópria, após a conclusão de uma investigação interna "justa, rigorosa e imparcial", informou na quarta-feira a escuderia campeã em título. Em comunicado, a Red Bull confirmou que a investigação independente foi "concluída" e que a queixa de uma funcionária foi "rejeitada", sendo que a reclamante poderá ainda recorrer desta decisão.
Os testes de pré-temporada valem o que valem, mas mostraram que o RB20 da Red Bull (com um design renovado) continua fiável e estima-se que a vantagem real em relação às equipas rivais seja de 0,3 segundos. Mas o novo Ferrari SF-24 (refinou as escolhas aerodinâmicas e investiu muito na parte mecânica e de motor) mostrou um desempenho encorajador, com Carlos Sainz e Charles Leclerc a rodarem com os melhores tempos. Já a Mercedes promete que o seu W15 tem uma versão muito melhorada em relação ao do ano passado (apenas uma vitória). Lewis Hamilton, um dos maiores críticos do carro anterior, já veio dizer que este é mais consistente e previsível em termos de comportamento.
Corridas sprint e outras novidades
A inclusão de seis corridas sprint acaba por ser a maior novidade para este ano. O GP da China será o primeiro da temporada a receber o formato. Miami também será palco da prova curta, assim como a etapa em Austin, além do Qatar. A Áustria será o único país da Europa a ter a corrida sprint. O GP de São Paulo também está na lista, com a corrida em novembro.
Dado tratar-se do calendário mais longo de sempre, com 24 corridas, a FIA cedeu ao pedido das equipas e aumentou o número de motores permitidos por campeonato - o limite será de quatro unidades de potência para cada piloto. Além disso, a F1 mudou as regras em relação ao uso do DRS, a asa móvel traseira dos carros. Antes, eram necessárias duas voltas após a largada ou reinício de prova para o dispositivo ser acionado. Agora, o recurso que ajuda nas ultrapassagens poderá ser ativado pelos pilotos logo na primeira volta.
Apesar de manter as mesmas 10 equipas, a grelha de 2024 apresenta como novidades duas mudanças de nome. A equipa satélite da Red Bull passa a chamar-se VisaCash RB, substituindo a Alpha Tauri (já antes tinha sido Toro Rosso) enquanto a Sauber terminou o acordo com a Alfa Romeo, regressando ao nome antigo.