Magia de João Mário projeta FC Porto para arranque vitorioso
Sem espinhas. O FC Porto também entrou a ganhar na Liga, ultrapassando sem grandes dificuldades uma Belenenses SAD que nunca mostrou argumentos para deter o maior poderio da equipa da casa, onde o jovem João Mário se destacou com duas assistências, sendo o principal vértice de um triângulo de ouro completado por Toní Martínez e Luis Díaz. Isto no dia em que Pepe se tornou, aos 38 anos e cinco meses, no mais velho jogador a representar o clube do Dragão.
Frente a um adversário que perdeu mais de meia equipa titular em relação ao ano passado e se apresentou num 5x3x2 de tração atrás, o FC Porto não foi de modas e iniciou a partida a todo o gás, para gáudio dos cerca de 16 mil adeptos que puderam marcar presença no estádio. Quando o golo inaugural surgiu, aos 19 minutos, já os azuis e brancos tinham desperdiçado uma série de oportunidades para abrir o marcador: Toni Martínez aproveitara um corte incompleto da defesa da Beleneneses SAD para rematar da entrada da área, obrigando Luiz Felipe a defesa apertada (4'); o espanhol teve nova ocasião, depois de um belo cruzamento de João Mário, com o cabeceamento a sair rente ao poste (10'); e Luis Díaz, na sequência de um belo lance individual, viu o guardião visitante desviar-lhe o remate com o pé (11').
É certo que, pelo meio deste furacão ofensivo, o conjunto de Petit teve uma ocasião clamorosa, com Ndour a falhar incrivelmente num lance iniciado numa perda de bola de Taremi a que Cassierra deu seguimento, mas a verdade é que a jogada dificilmente passaria no crivo do VAR, uma vez que o avançado senegalês parecia estar adiantado em relação à linha da bola.
Com o FC Porto confortavelmente instalado no comando do embate, o 1-0 acabaria por surgir com naturalidade, num belo pontapé de Toni Martínez ao ângulo, depois de uma simulação de Sérgio Oliveira ter confundido as marcações da defesa visitante e deixado o espanhol em posição privilegiada para receber o centro de João Mário. Três minutos depois, aos 22, novo susto para o guarda-redes brasileiro dos visitantes, com Luis Díaz a não chegar por pouco a um centro de Toni Martínez.
A partir daqui, os homens de Sérgio Conceição baixaram o ritmo e os lisboetas puderam finalmente respirar um pouco e tentar sair em tímidos contra-ataques condenados ao insucesso pela falta de gente na frente. Já os dragões podiam ter aumentado a vantagem em duas ocasiões quando a cabeça de Luiz Felipe - que compensou a sua má saída da baliza - e um remate de longe de Sérgio Oliveira deixaram Petit arrepiado no banco.
Para o segundo tempo, as equipas surgiram sem alterações e, sem surpresa, a toada do jogo não se alterou. Os adeptos voltaram a animar-se bem cedo, quando Luis Díaz caiu na área e Gustavo Correia apontou para a marca dos 11 metros - mas, alertado pelo VAR Manuel Mota, acabou por alterar bem a decisão e ainda puniu o colombiano com um amarelo por simulação.
A fazer o seu primeiro jogo oficial da época, o FC Porto não conseguiu, ainda assim, manter o ritmo muito alto - nota-se que nem todos os jogadores estão no mesmo patamar a nível físico -, embora sem nunca perder o controlo dos acontecimentos. Díaz começou a aparecer com mais frequência em zonas de finalização e acabou mesmo por sair da sua cabeça o segundo golo dos dragões, novamente depois de um excelente trabalho de João Mário à direita, culminado com um cruzamento de pé esquerdo (65').
Com 2-0 no marcador, a vitória ficou entregue - os dragões ainda criaram mais um par de ocasiões para ampliar o triunfo e os azuis conseguiram sair uma ou duas vezes da "casca", destacando-se um remate de Afonso Sousa a que Diogo Costa se opôs com uma bela defesa já na compensação.