Luis Enrique deu como trabalho de casa cobrar 1000 penáltis antes do Mundial
A Espanha foi eliminada das duas últimas grandes competições - Mundial 2018 e Euro 2020 - no desempate por penáltis e o selecionador Luis Enrique não quer que a história de repita. E a verdade é que começou a trabalhar na correção desse problema logo após a eliminação do Campeonato da Europa, frente à Itália.
"Há pouco mais de um ano, durante um estágio, disse-lhes que tinham de chegar ao Qatar com pelo menos 1000 penáltis cobrados. Imagino que tenham feito os trabalhos de casa e não tenham esperado chegar aqui para treinar penáltis", disse o treinador de 52 anos na antevisão ao jogo desta terça-feira (15.00 horas) com Marrocos, a contar para os oitavos-de-final do Mundial 2022.
Luis Enrique considera que os penáltis "não são uma lotaria". "É um momento de alta tensão, um momento para mostrar coragem e para marcar da forma como treinou mil vezes", disse, garantindo que "é algo que se treina", incluindo a forma "como cada um administra a tensão" do momento. O selecionador espanhol admitiu ainda que qualquer um dos seus guarda-redes "pode sair-se muito bem no desempate por penáltis".
No lançamento do jogo com Marrocos, Luis Enrique garantiu que o estilo de jogo da sua equipa "é inegociável" e rebateu as críticas sobre o mau jogo que tem exibido no Mundial do Qatar. "Tenho gostado do rendimento, tem sido notavelmente alto a exceção de 10 minutos [com o Japão]", disse, assumindo o desafio para o duelo com os marroquinos: "Vamos à procura da vitória de forma bonita, o que implica treinar de uma forma que os jogadores gostam."
Sobre o adversário, Luís Enrique diz que é a seleção que está "em melhor forma" neste Campeonato do Mundo, garantindo que "se alguém menospreza Marrocos não é a seleção espanhola" e que a sua equipa está "muito motivada" porque afinal "o objetivo é fazer sete jogos" neste Mundial.
Hoalid Regragui, selecionador de Marrocos, admitiu entretanto que será "uma boa surpresa" se a sua seleção eliminar a Espanha, que considera ser "uma das melhores seleções do mundo" que "não tem fragilidades". "É preciso ter muita força mental e esperar pelo momento certo para contra-atacar", revelou ao mesmo temo que desejou que "a Espanha não saiba o que fazer com a bola".
Esta é a terceira vez que estas duas seleções se enfrentam, sendo que as duas primeiras foram a contar para o play-off euro-africano para o Mundial de 1962, tendo os espanhóis vencido as duas partidas (1-0 e 3-2). No Mundial 2018, na Rússia, realizou-se a outra partida, a contar para a fase de grupos que terminou com empate 2-2.