'Addio', Mónaco. Juventus segue à reconquista da glória europeia

<em>Vecchia signora</em>, recordista de finais perdidas, regressa ao jogo decisivo, dois anos depois. Italianos voltaram a vencer a equipa de Leonardo Jardim, desta vez por 2-1
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Não há maldição como a da Juventus, recordista de finais perdidas na Liga dos Campeões (seis). Mas a vecchia signora não desiste de tentar a reconquista da glória europeia. Dois anos após a derradeira presença no jogo decisivo (e 21 depois da última vitória), a equipa italiana regressa à final da Champions, na sua versão mais implacável: esta terça-feira, confirmou a qualificação, com mais uma vitória sobre o Mónaco português, de Leonardo Jardim, Bernardo Silva e João Moutinho (2-1).

A Juventus resiste como último estandarte de um futebol transalpino há muito afastado da ribalta - desde a vitória do Inter de Milão, orientado por José Mourinho, na Liga dos Campeões de 2009/10, que não vence qualquer prova europeia. E volta a tentar o regresso ao topo, com o projeto aprimorado ao longo dos últimos três anos, por Massimiliano Allegri, em Turim: uma equipa hegemónica a nível interno (está a um empate do hexacampeonato), capaz de traçar uma caminhada imbatível até à final da Champions.

O passaporte para a decisão de Cardiff (3 de junho, no Millennium Stadium) foi carimbado com uma prova de força, à qual um Mónaco afoito pouco conseguiu resistir. A Juventus não se assustou com um aviso de Falcao (remate por cima) nem com a lesão de Khedira (rendido por Marchisio), nos primeiros minutos de jogo: resolveu a eliminatória ainda na primeira parte e geriu a vantagem no segundo tempo.

Primeiro, Mandzukic concluiu uma rápida saída para o ataque dos italianos (33", na recarga a uma cabeçada da sua autoria). Depois, Daniel Alves disparou, de fora da área, uma bola socada para a frente por Subasic (aos 44"). E, quando os monegascos conseguiram reagir, já não foram além do 2-1: Mbappé empurrou um cruzamento rasteiro de João Mourinho, para a boca da baliza (ao minuto 69).

"De um lado, estava uma equipa muito experiente, do outro muitos outros jovens. Estou muito satisfeitos com esta semi-final e muito orgulhoso dos meus jogadores, que deram o máximo", disse, no final, o treinador do Mónaco, Leonardo Jardim. "Podíamos ter empatado mas deixámos boa imagem e saímos de cabeça erguida", sublinhou o português, que procurava levar os monegascos à sua segunda final da Liga dos Campeões (13 anos depois da perdida, por 3-0, com o FC Porto).

Porém, o ímpeto ofensivo do Mónaco ficou-se pelo golo de Mbappé, o primeiro sofrido por Buffon (600 minutos imbatível) na fase a eliminar da Liga dos Campeões e apenas o terceiro encaixado pela Juventus na competição. Ao fim de 12 jogos (Sevilha, Lyon, Dínamo Zagbreb, FC Porto, Barcelona e Mónoco), a equipa de Dybala, Higuaín e companhia continua invicta e sem abrandar.

A nona final da liga milionária - depois das vitórias de 1985 e 1996 e das derrotas de 1973, 1983, 1997, 1998, 2003 e 2015 - está garantida. E os bianconeri seguem na calha de uma histórica tripla: a vitória da Série A, pelo sexto ano consecutivo, pode ficar garantida no domingo (19.45, Sport TV4), com um empate na visita à Roma, 2.ª classificada; e a conquista da Taça de Itália, pelo terceiro ano seguido, também está a um triunfo de distância (a final com a Lazio foi antecipada para dia 17).

Após esses desafios, Buffon, Barzagli, Bonucci, Lichtsteiner, Marchisio e companhia, poderão focar-se na conquista do troféu que falharam em 2015, diante do Barcelona (o guarda-redes também esteve na derrota de 2003, ante o Milan). E - embora o treinador do Atlético de Madrid, Diego Simeone, ainda acredite na reviravolta (após o 3-0 da primeira mão, ver à direita) - tudo indica que o rival seja o Real Madrid, o carrasco da Juventus na final de 1998 (0-1) e mais um fantasma que a vecchia signora terá que expurgar.

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