Portugal vai apresentar-se nos Jogos Paralímpicos Paris 2024, que decorrem a partir desta quarta-feira até 8 de setembro, com a segunda comitiva mais pequena de sempre. São apenas 27 atletas, entre os quais os dois medalhados de Tóquio 2020 – o canoísta Norberto Mourão e o lançador do peso Miguel Monteiro. Só em Seul 1988 foi mais pequena, pois estiveram na capital da Coreia do Sul 13 atletas, que ainda assim conquistaram 14 das 94 medalhas (25 de ouro, 30 de prata e 39 de bronze) nas últimas 11 edições dos Jogos..Ainda assim, a missão portuguesa vai competir em 10 modalidades, destacando-se as estreias no triatlo e no powerlifting, repetindo-se presenças no atletismo, badminton, boccia, canoagem, ciclismo, judo, natação e tiro, nas quais teve representação em Tóquio, há três anos, depois de os Jogos terem sido adiados um ano devido à pandemia de covid-19. Nessa altura, Portugal teve a sua participação menos medalhada desde 1972, apenas com duas medalhas de bronze e 23 diplomas..Na comitiva para Paris 2024, destaque para a quinta participação de Cristina Gonçalves, que vai competir no boccia, sendo a única tricampeã paralímpica presente. Já Simone Fragoso protagoniza o feito pouco habitual de competir pela quarta vez nos Jogos, mas no torneio de powerlifting, depois de em Pequim 2008, Londres 2012 e Rio2016 ter participado na natação..Num grupo com sete estreantes e composto por 17 atletas do género masculino e 10 do género feminino, Portugal apresenta uma média de idades de 31,3 anos, sendo David Araújo (boccia) o mais novo, com 17 anos, e o ciclista Luís Costa, que repete as presenças do Rio e Tóquio, o mais velho, com 51. Nos Jogos Paralímpicos Paris2024, cujo programa contempla 22 desportos, o boccia é a modalidade mais representada, com sete atletas – em competições individuais de várias categorias e em equipas BC1/BC2 –, seguida do atletismo, com seis, e da natação, com quatro..4400 atletas e 559 provas.A veterana e medalhada Cristina Gonçalves lidera a seleção de boccia, à qual se juntam os estreantes Ana Correia, José Gonçalves e David Araújo, e os repetentes André Ramos, Carla Oliveira e Ana Sofia Costa. Nas provas de atletismo, Mamudo Baldé é o único estreante, numa equipa que conta com Miguel Monteiro, medalhado dm Tóquio, e com os também repetentes Carolina Duarte, Ana Filipe, Carina Paim e Sandro Baessa. Já Miguel Monteiro, Carolina Duarte e Sandro Baessa chegam às competições de atletismo com subidas recentes ao pódio, pois foram todos medalha de prata nos últimos Mundiais de atletismo, disputados em maio, na cidade japonesa de Kobe..Marco Meneses, Diogo Cancela – ambos com medalhas em Europeus e Mundiais –, Daniel Videira e o estreante Tomás Cordeiro vão competir na natação, uma modalidade sem representação feminina. Na canoagem, Portugal terá Alex Santos e Norberto Mourão, bronze em Tóquio, enquanto no ciclismo marcarão presença Luís Costa na vertente de estrada e Telmo Pinão nas provas de estrada e pista. Finalmente, no judo competirão Miguel Vieira, campeão europeu e mundial de -60 kg J1, e Djibrilo Iafa, enquanto no badminton, Beatriz Monteiro volta a ser a representante portuguesa e, no tiro, Margarida Lapa fará a sua estreia..Tal como acontece desde os Jogos de Seul 1988, a competição paralímpica vai realizar-se nas instalações da olímpica, juntando cerca de 4400 atletas, em 559 eventos, de 22 modalidades..Abertura no centro de Paris.O nadador Diogo Cancela e a atiradora Margarida Lapa serão os porta-estandartes de Portugal na cerimónia de abertura, que se realiza esta quarta-feira. À semelhança do que aconteceu nos Jogos Olímpicos, pela primeira vez na história a cerimónia será fora do estádio, realizando-se entre os Campos Elísios e a Praça da Concórdia, no centro de Paris, numa festa que deverá contar com a presença de 65 mil espectadores, que vão assistir ao desfile das 185 delegações, entre as quais a portuguesa, que terá como porta-estandartes Diogo Cancela, de 22 anos, e a atiradora Margarida Lapa, de 24..O Comité Paralímpico Internacional (IPC) e o comité organizador prometem que França será palco da “edição mais espetacular de sempre” de uma competição cuja génese remonta a 1948, quando o neurocirurgião Ludwig Guttmann organizou, na cidade inglesa de Stoke Mandeville, uma prova desportiva para veteranos da II Guerra Mundial com lesões na espinal medula (em cadeira de rodas). “Acreditamos que vão ser os Jogos mais espetaculares de sempre, não só porque vão voltar a ter público, ao contrário do que aconteceu em Tóquio 2020, mas também porque não há um parque olímpico fechado e as instalações estão espalhadas pela incrível cidade de Paris”, disse recentemente Andrew Parsons, presidente do IPC..Com Lusa