João Mário dá o ritmo e Rafa dança. Benfica começou a abrir o cofre
O Benfica venceu nesta quarta-feira o Spartak por 2-0, em Moscovo, e deu um passo importante rumo ao objetivo da entrada direta na Liga dos Campeões, apesar de ainda faltar jogar uma mão desta terceira pré-eliminatória da Champions (dia 10, na Luz) e depois, se passar, um play off com o vencedor do jogo entre o PSV e o Midtylland, para já com vantagem dos holandeses, que venceram por 3-0.
A entrada direta na Liga dos Campeões tornou-se quase numa obrigação para o Benfica. Não só pelo encaixe financeiro que representa - logo à cabeça só com o apuramento quase 40 milhões de euros -, mas também para a direção presidida agora por Rui Costa, que vai a votos previsivelmente em outubro. E nestas coisas, já se sabe o peso dos resultados desportivos num ato eleitoral, até porque se a equipa falhar, será o segundo ano sem estar presente na Liga dos campeões.
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Jesus avisou durante a pré-epoca que na nova temporada teríamos um Benfica a jogar de duas maneiras (em 4X4X2 ou em 3X5X2), garantindo que a equipa se sentia confortável a atuar nos dois esquemas táticos. E na Rússia, optou por três centrais, com Vertonghen, Lucas Veríssimo e Otamendi, apesar de no lançamento do jogo ter dito o contrário. O único reforço na equipa titular foi João Mário.
Benfica e Spartak entraram bem no jogo, com um ritmo bastante aceitável para início de época. A equipa da Luz criou a primeira ocasião logo aos seis minutos, com um remate de Pizzi que esbarrou nas pernas de um adversário. Responderam os russos com um cuzamento remate de Larsson que Vlachodimos resolveu. E logo a seguir um cabeceamento de Diogo Gonçalves só não entrou devido aos bons reflexos de Maksimenko.
Os russos apostavam mais na velocidade e sobretudo em saídas para os sprints de Ayrton no lado esquerdo. O Benfica preferia sair a jogar, com boas trocas de bola. E foi assim que aos 17' dispôs de uma nova soberana oportunidade para marcar, mas Pizzi em boa posição atirou por cima.
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A equipa de Rui Vitória, apesar de ter menos posse, saía com perigo para o ataque. E aos 25', Vlachodimos teve que se aplicar para defender um remate de meia distância de Umyarov. Respondeu o Benfica por Rafa (muito ativo, e com espaço para explorar a sua velocidade), que rematou de trivela ao lado, na quarta oportunidade de golo das águias na primeira parte.
Aos 36', Jesus foi forçado a mexer na equipa. Seferovic saiu lesionado e Gonçalo Ramos foi chamado ao jogo. A primeira terminou sem golos, mas com o Benfica em melhor plano (mas a falhar na finalização), apesar de um susto num remate de Larsson aos 42'.
A segunda parte começou praticamente com o golo do Benfica. Uma boa jogada dos encarnados, numa tabela entre João Mário e Rafa, com este último a rematar cruzado e com força a abrir o marcador em Moscovo. Melhor entrada na segunda metade era impossível!
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Rui Vitória dava sinais de alguma inquietação no banco do Spartak, até porque o Benfica não abrandou e continuou a carregar, sob a batuta de João Mário como organizador de jogo (bom primeiro jogo oficial), e com Pizzi e Rafa a criarem desequilíbrios.
Jesus voltou a mexer na equipa aos 65', com as entradas de Everton e Gilberto para os lugares de Pizzi e Diogo Gonçalves. Rui Vitória também fez alterações e o Spartak apareceu mais atrevido. Aos 72', num lance aparentemente inofensivo, Vlachodimos nao segurou uma bola e teve que ser Grimaldo a resolver.
Mas o Benfica voltou a mostrar que é muito superior a este Spartak e o recém entrado Gilberto fez o 2-0 aos 74 minutos, servido por Lucas Veríssimo e sem qualquer marcação. Tudo demasiado fácil!
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À partida, estes dois golos de vantagem parecem suficientes para passar a eliminatória e chegar ao play off, cuja primeira mão se realiza a 17 ou 18 de agosto, onde ao que tudo indica, em cenário de passagem, o Benfica poderá encontrar os holandeses do PSV.
Fica também a nota para o regresso às vitórias de Jesus nos duelos com Rui Vitória - o último triunfo tinha sido em novembro de 2006, pelo Sporting, na Taça de Portugal. Nos últimos cinco jogos entre os dois treinadores, tinham-se registado duas vitórias de Rui Vitória e três empates.