Ingleses deixaram quase 600 milhões nos cofres dos três grandes desde 2020
Venda de Enzo do Benfica ao Chelsea por 121 M€ nesta janela de janeiro fez os valores dispararem, num negócio que marcou a maior compra de sempre de um clube da Premier League. Os 20 clubes ingleses juntos gastaram só neste mercado invernal 830 milhões. Águias foram quem mais receita gerou.
São 573,35 milhões de euros deixados por clubes da I liga inglesa nos cofres de Benfica, FC Porto e Sporting no espaço de apenas três anos (de janeiro de 2020 até janeiro de 2023) e mais de metade deste valor investido só nesta época. O fecho do mercado de transferências de janeiro veio comprovar que Portugal continua a ser um dos países mais exportadores e que os emblemas da Premier League são quem mais gasta (de longe) na aquisição de reforços em todo o mundo.
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Só esta época os clubes ingleses desembolsaram 311 milhões de euros em jogadores dos três grandes da I Liga portuguesa. Um valor em muito justificado pelo investimento que o Chelsea fez na aquisição de Enzo Fernández ao Benfica, uma soma recorde de 121 milhões de euros, tornando o médio campeão do mundo pela Argentina no craque mais caro de sempre da Premier League.
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O investimento dos emblemas britânicos esta época em jogadores do campeonato português começou no verão passado, com as vendas de Darwin ao Liverpool (80M), Matheus Nunes ao Wolverhampton (45M), Fábio Vieira ao Arsenal (35M), Palhinha e Vinícius ao Fulham (20M e 5M, respetivamente). Já neste mercado de inverno, além de Enzo, Pedro Porro trocou o Sporting pelo Tottenham, numa transferência por empréstimo até ao final da época por cinco milhões de euros, mas com compra obrigatória do passe em junho por mais 40 milhões de euros.
Enzo Fernández bateu todos os recordes (venda de 121 milhões ao Chelsea superou os 80 pagos pelo Liverpool por Darwin), mas antes houve outros grandes negócios. Precisamente há três anos, também no mercado de janeiro, o Manchester United veio a Portugal contratar Bruno Fernandes ao Sporting, pagando 63 milhões de euros. E na temporada seguinte, em 2020/21, o Manchester City de Pep Guardiola desembolsou 71,6 milhões para garantir o central Rúben Dias ao Benfica. Nessa mesma temporada, destaque para os 40 milhões pagos pelo Wolverhampton ao FC Porto pela contratação do jovem Fábio Silva.
Em 2021-22 houve outro um grande negócio envolvendo os três grandes portugueses, neste caso o FC Porto, que vendeu o internacional colombiano Luis Díaz ao Liverpool por 47 milhões de euros.
O poderio inglês
Os argumentos financeiros dos clubes ingleses ficaram mais uma vez evidentes nesta janela de mercado de janeiro, com a totalidade dos 20 clubes da Premier League a gastarem 830 milhões de euros. Se fizermos as contas a esta temporada, incluindo o mercado de verão, os gastos atingem a soma astronómica de três mil milhões.
O rei do mercado foi o Chelsea, que só neste mês de janeiro investiu 330 milhões de euros. Mais de metade desta verba teve como protagonista Enzo Fernández, que trocou a Luz por Stamford Bridge. Para ser ter uma noção, o clube londrino sozinho gastou mais em reforços do que a totalidade das outras grandes ligas todas juntas - França (128M), Alemanha (68M), Espanha (32M) e Itália (32M).
Os bolsos ilimitados do Chelsea derivam do consórcio encabeçado pelo multimilionário norte-americano Todd Boehly, que adquiriu igualmente Mykhaylo Mudryk (ex-Shakhtar Donetsk, 70 M), Benoît Badiashile (ex-Mónaco, 38), Noni Madueke (ex-PSV, 35), Malo Gusto (ex-Lyon, 30), Andrey Santos (ex-Vasco da Gama, 12,5), David Datro Fofana (ex-Molde, 12) e João Félix, cujo empréstimo do Atlético Madrid valeu 11 milhões.
Para contornar as regras do fair-play financeiro, o Chelsea ofereceu vínculos de longo prazo aos futebolistas para poder estender a amortização da operação financeira por um período maior. No caso de Enzo, por exemplo, que assinou até 2031, o negócio contempla o pagamento ao Benfica de 40 milhões no imediato e depois o restante pago em cinco tranches.
No pódio de gastos na Premier League seguem-se Southampton e o líder Arsenal, respetivamente 63,25 milhões e 60,3M.
Este enorme poderio dos emblemas ingleses tem como principal justificação o facto de os clubes serem detidos por magnatas estrangeiros dos Estados Unidos, Arábia Saudita, Emirados, etc... Mas também pelo encaixe financeiro milionário proveniente dos três mil milhões de euros relativos aos direitos de transmissão televisiva que são repartidos entre os 20 clubes.
Portugal com mais receitas
Muito à custa dos negócios de Enzo Fernández, Pedro Porro e Vitinha, este último vendido pelo Sp. Braga ao Marselha por 32M, este foi o mercado de inverno mais rentável de sempre da liga portuguesa, e o segundo campeonato à escala mundial com maior receita somada (166,9 milhões de euros), logo atrás da França (199,4 M). Nos restantes países das big five, os clubes alemães encaixaram neste mercado de janeiro 67,25M, os italianos 67M e os espanhóis 46,1M.
Refira-se ainda que o Benfica é de longe o clube que mais receitas gerou nesta janela de inverno, com um saldo de 127,8 milhões (se somarmos toda a época, os encarnados também são líderes com 261,30M). Segue-se, na janela de transferências de janeiro, o PSV (81,25M), o Shakhtar (70,5M), o Lyon (32,5M) e a fechar o top 5, de forma algo surpreendente, o Sp. Braga (32M), à custa da venda de Vitinha ao Marselha.
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