O piloto italiano Francesco Bagnaia (Ducati) sagrou-se hoje campeão mundial de MotoGP pela primeira vez na carreira, ao terminar o GP da Comunidade Valenciana na nona posição, numa corrida em que Miguel Oliveira (KTM) foi quinto..A prova foi ganha pelo espanhol Alex Rins (Suzuki), que deixou o sul-africano Brad Binder (KTM) em segundo, a 0,396 segundos, com o compatriota Jorge Martin (Ducati) em terceiro, a 1,059 segundos..Com estes resultados, Bagnaia conquista o Mundial de pilotos, batendo o francês Fábio Quartararo (Yamaha), que hoje foi quarto..Em declarações à Sport TV, o piloto italiano mostrou-se "muito emocionado" e "orgulhoso" do feito hoje alcançado.."Estou muito emocionado. É difícil falar, mas estou muito satisfeito e orgulhoso da minha equipa e de mim mesmo. Fizemos algo incrível este ano", sublinhou o piloto italiano..Bagnaia conquistou o título apesar de ter terminado na nona posição.."A minha ambição era terminar no top 5. Depois das primeiras voltas, tive de lutar muito com a frente da mota. Estava incontrolável", explicou..Um problema que pode ter surgido depois de um toque com o adversário na luta pelo título, o francês Fábio Quartararo (Yamaha), nas primeiras voltas da corrida de hoje.."Foi apertado, mas nunca passou os limites. Tenho de estar muito satisfeito. O Fábio é um dos maiores do paddock. É incrível ter um adversário destes", sublinhou ainda o novo campeão, que sucede precisamente ao francês..Depois de um início de época complicado, com algumas quedas à mistura, Francesco Bagnaia sentiu, no GP da Grã-Bretanha, que era possível lutar pelo título.."Em Silverstone, tive um fim de semana difícil e mesmo assim vencemos. Mantivemo-nos com fome de vitórias e, à exceção do Japão, não cometemos erros", concluiu o piloto da Ducati..Nascido em Turim há 25 anos, Francesco Bagnaia, que impediu o título de Miguel Oliveira em Moto2 em 2018, cedo revelou o gosto por motas, tendo se mudado para Espanha em 2010 para disputar o campeonato mediterrânico de 125cc, depois de ter vencido o Europeu de MiniGP, em 2009..Nesse ano, viu pela televisão o seu ídolo, Valentino Rossi, conquistar o nono título mundial, último de um italiano, em Sepang, na Malásia..Uma conquista que chega quatro anos depois da última, o campeonato de Moto2, conseguido em 2018, depois de uma luta intensa com o português Miguel Oliveira (KTM), que acabaria por ser o vice-campeão..Francesco Bagnaia desde cedo se notabilizou nas motas, ao ponto de, em 2014, ter sido contratado pela Academia VR46 do próprio Rossi, que tem sido o seu mentor desde então..Nessa altura, já competia no Mundial de Moto3 desde o ano anterior, em que não marcou qualquer ponto. O melhor resultado foi um 16.º lugar, conseguido em Sepang..A partir daí, levantou voo. O primeiro pódio chegaria em 2015, com a Mahindra (construtor por onde passou também Miguel Oliveira, nos dois anos anteriores)..Em 2016, conquistou a primeira vitória, nos Países Baixos, repetindo a dose... na Malásia, para a segunda vitória do ano e da carreira..Apesar de não ser um grande adepto de futebol, 'Pecco', como é conhecido em Itália, é adepto da Juventus e fã de Cristiano Ronaldo, que pontificava na 'Vecchia Signora' em 2018, ano em que bateu Miguel Oliveira na luta pelo título de Moto2, com seis vitórias contra três do português..Nesse ano, confessava a um jornal italiano que sonhava conhecer o craque português..Chegou à categoria rainha em 2019, pelas mãos da Pramac, uma das equipas satélite da Ducati..Em 2021, começou a cumprir o sonho transalpino. Chegou, finalmente, à equipa de fábrica da marca italiana e, este ano, tornou-se no primeiro italiano desde Giacomo Agostini, em 1972, a conquistar o título mundial de pilotos aos comandos de uma mota de fabrico italiano (o primeiro título da Ducati foi conquistado pelo australiano Casey Stoner)..No verão de 2021, teve, finalmente, a oportunidade de conhecer o plantel da Juventus (já sem Ronaldo), sendo recebido pelo argentino Paulo Dybala, que é amigo de Fabio Quartararo, o piloto francês da Yamaha que hoje perdeu o título para Bagnaia..O piloto português Miguel Oliveira (KTM) admitiu que tinha "potencial para mais", após terminar o Grande Prémio da Comunidade Valenciana, última prova da temporada, na quinta posição. Uma corrida que marcou a despedida do piloto luso da equipa KTM.."É um momento emotivo. É uma despedida de vários anos de colaboração com a KTM, de muitas conquistas, de muitas emoções partilhadas, boas e más, mas o nosso desporto é assim mesmo. Não deixei nenhuma gota de suor por gastar", disse Miguel Oliveira, em declarações à Sport TV..O piloto natural de Almada termina a ligação de sete anos com a marca austríaca, marcada por "altos e baixos".."Às vezes fiquei aquém daquilo que sei que sou capaz de fazer, tal como hoje, mas saindo de 14.º...", apontou..Miguel Oliveira concluiu o campeonato na 10.ª posição.."Neste grupo tão de elite, com a mota que tivemos, com os altos e baixos, o 10.º lugar não é mau", sublinhou..O piloto português explicou, ainda, que no início da corrida sentiu problemas com o pneu dianteiro.."O quinto lugar de hoje dá aquela sensação que já sabíamos, que íamos ter potencial para mais. Até oito voltas do fim andei com a pressão demasiado alta no pneu dianteiro. É praticamente impossível ultrapassar assim e estive quase a cair diversas vezes", frisou..A concluir, Miguel Oliveira revelou que "os chefes todos estão a dizer que em breve" vai regressar à KTM.."Para já, à meia-noite, o meu foco já muda e estou muito entusiasmado com o que aí vem", concluiu.