Fibra e ambição do leão valeu-lhe passeio no Funchal
O Sporting voltou a deixar bem claro, na Madeira, com o Nacional, o que é que quer para 2024/2025: reconquistar o campeonato nacional.
A vitória gorda (6-1) é disso um evidente sinal, mas a verdade é que, na primeira parte, a equipa de Rúben Amorim teve de puxar dos galões para fazer face a um atrevido Nacional – os insulares pagariam a fatura na segunda parte, período em que estoiraram do ponto de vista físico. Mas já lá vamos.
Rúben Amorim não se refugia nas palavras, já assumiu o objetivo de reconquistar o título, este sábado, na primeira parte, a equipa teve oportunidade de mostrar que estas palavras são para ser levadas muito a sério.
O técnico exige uma mentalidade forte e o pé no acelerador em busca de vitórias e isso ficou claro nos primeiros 45 minutos, período em que os leões, apesar do equilíbrio no jogo, criaram um profundo desgaste físico na equipa insular.
Sem Hjulmand, lesionado, a equipa perdeu alguma capacidade de combate no meio-campo, mas apareceu Daniel Bragança, que torna o futebol do leão mais perfumado, tal o carinho com que o número 23, capitão neste jogo, trata a bola.
O Nacional, por seu turno, procurou jogar o jogo pelo jogo. O seu treinador, Tiago Margarido, de 35 anos, está a apalpar um terreno que ainda lhe é desconhecido (cumpriu apenas o segundo jogo como treinador principal na liga portuguesa...), mas a equipa apresenta já princípios muito agradáveis. Isso ficou evidente na primeira parte, com os insulares a correr atrás do resultado, procurando jogar bem e com segurança.
Aliás, os primeiros três minutos do jogo deram para perceber a ambição do Nacional: ao minuto 1, Luís Esteves correu metros e, de frente para a baliza, atirou ao lado, e ao minuto 3, na sequência de um canto, Butzke cabeceia ao lado com perigo.
Só ao fim de 10 minutos é que os leões conseguiram colocar algum gelo no jogo, os seus jogadores, melhor colocados e mais experientes, começaram a pressionar o adversário logo no meio-campo ofensivo.
Agora por cima no jogo, os leões recorriam, então, a várias soluções para ferir o adversário, da esquerda para a direita, passes em profundidade ou de rutura, mas encontravam do outro lado uma equipa muito arrumada do ponto de vista defensivo.
Além de explorar os argumentos coletivos, o leão recorreu também às individualidades. No caso Pedro Gonçalves que, ao minuto 16, após receber a bola, muito bem ganha por Gonçalo Inácio, galga alguns metros e atira em jeito, assinando um bonito golo (1-0).
Ameaças, empate e... Trincão
E se alguém pensou que o leão podia tranquilizar-se... enganou-se redondamente. O Nacional não desistiu do jogo e, após quatro ameaças no espaço de quatro minutos, com, pelo meio, um excelente corte de Quaresma, que roubou o golo a Appiah (30’), e duas grandes defesas de Kovacevic (32’ e 34’), a remates de Zé Vítor e Butzke, respetivamente, chegou mesmo ao empate, com uma grande finalização de Thomas após excelente passe de Matheus Dias.
O empate chegava ao minuto 36, e na altura com justiça, mas a verdade é que durou muito pouco, apenas cinco minutos, quando outro momento de inspiração individual, no caso Trincão, fez a diferença – ao minuto 41, o esquerdino pega na bola e em diagonal, após troca de passe com Pote, atira com sucesso.
O intervalo chega com o resultado em 2-1,
Que estoiro, Nacional!
Curiosamente, os insulares voltaram a entrar melhor após o intervalo... mas foi sol de pouca dura. E tudo começou a mudar ao minuto 49, altura em que os leões chegam ao 3-1, por Gyokeres, na sequência de uma grande-penalidade a castigar falta de Bruno Costa sobre Quenda.
Poucos minutos disputados na segunda parte, é um facto, mas a equipa de Tiago Margarido já não conseguia disfarçar sinais de profundo desgaste. O 4-1 chegou aos 57’, com Catamo a assistir Trincão, e Daniel Bragança assina o 5-1 (66’), após um momento de pura inspiração individual.
Da evidente quebra física dos insulares ao estoiro absoluto foi um passo e, aos 76’, Gyokeres bisou na sequência de um remate fortíssimo após passe de Debast. E que grande passe!
A grande conclusão desta partida? A mentalidade forte e atitude competitiva do Sporting, sobretudo na primeira parte, período em que desgastou o adversário. E colheu os louros na segunda metade...