Fernando Santos: "Pepe? É um monstro e vai jogar amanhã"

Selecionador nacional lançou o jogo frente ao Uruguai. Ao lado de Bernardo Silva, Fernando Santos revelou que Pepe será titular, e mostrou-se consciente dos problemas que o adversário pode causar à equipa das Quinas.

Com Danilo como baixa certa depois da lesão no treino de sábado, segue-se Pepe, que vai fazer o primeiro jogo em oito semanas. A decisão foi anunciada este domingo por Fernando Santos, em conferência de imprensa de antevisão ao jogo com o Uruguai (segunda-feira, 19.00), ressalvando que o defesa central do FC Porto é "um monstro, que está pronto a jogar".

Santos explicou ainda o lance que esteve na origem da lesão de Danilo, que o vai afastar pelo dos dois jogos que faltam na fase de grupos. "Nninguém conseguiu perceber, estávamos treinar bolas paradas defensivas, no meio de uma embrulhada ele de repente gritou. Estava lá perto, fomos ver o que se passava, não parecia nada de especial, ele ficou com dificuldades de respiração, mas acabou por recuperar e achamos que não seria nada importante. Foi ao hospital por precaução, a conclusão foi essa... Vamos esperar com naturalidade, ver como vai evoluindo."

Na véspera do jogo com a equipa celeste, o selecionador nacional esteve ao lado de Bernardo Silva, que falou antes, e cujas respostas foram utilizadas e elogiadas por Fernando Santos. Tendo jogado frente ao Uruguai em 2018, quando Portugal foi eliminado do Mundial pela equipa de Luis Suárez, o médio do Manchester City referiu que "o jogo não traz boas memórias. Muitos jogadores dessa altura ainda estão na seleção uruguaia, que é uma equipa agressiva, forte no contra-ataque e que explora os erros dos adversários", por isso, garantiu, a equipa das quinas vai "estudar o Uruguai" para certificar que se apura para os oitavos-de-final (basta uma vitória para que tal aconteça), evitando assim levar a decisão para o último jogo do grupo, frente à Coreia do Sul.

Apesar da maioria dos jogadores uruguaios serem experientes e terem estado no Mundial 2018, há talentos emergentes na seleção treinada por Diego Alonso, como os casos de Darwin Núñez ou Fede Valverde. Tanto um como outro são vistos por Bernardo Silva como ameaças à baliza portuguesa. "O Darwin é um jogador muito vertical, precisa de pouco para fazer danos. A melhor forma de controlar isto é a reação à perda de bola, que tem de ser rápida. O Valverde, por outro lado, trabalha muito para a equipa, faz muitos movimentos com e sem bola para libertar colegas", analisou.

Mas, tanto para Bernardo Silva como para Fernando Santos, o passado é passado e o que importa é o jogo de segunda-feira. Por isso, é inútil olhar para exemplos de jogos recentes em que Portugal deixou escapar vantagens nos apuramentos, como o caso da Sérvia, cuja derrota ditou a queda da equipa nacional do apuramento direto para o play-off. "O Bernardo já disse e analisou isso bem. O que temos de fazer é olhar para cada jogo. As características dos jogadores são diferentes. O Uruguai é uma equipa que deixa quase adormecer o adversário com bola, espera pela perda para depois ferir no contra-ataque", referiu o técnico.

Depois de ter vencido o Gana (3-2) no primeiro jogo, Fernando Santos considerou ainda que "há aspetos que podem ser melhorados". Por isso, o desejo é que frente à seleção do Uruguai os jogadores portugueses possam ter algo que faltou no primeiro jogo: a imprevisibilidade. "Faltou jogar mais entrelinhas, fletir para o meio, laterais a subir. Por isso é que jogamos num sistema híbrido, porque os jogadores podem dar essa imprevisibilidade", afirmou, acrescentando que "contra o Gana houve segurança, sim, mas a circulação de bola foi lenta. Se se conseguir juntar essa imprevisibilidade, [Portugal] será muito melhor equipa".

Com os golos da vitória anterior a terem sido apontados por Cristiano Ronaldo, João Félix (titulares) e Rafael Leão (suplente), serão os três impossíveis de conjugar no mesmo 11 inicial? Socorrendo-se mais uma vez das palavras de Bernardo Silva - que afirmou jogar consoante o que o momento pede -, o selecionador nacional não fecha a porta à titularidade dos três jogadores no futuro. "O jogo é que vai mandar. Se há um jogador que tem de abrir aqui ou ali, é aí que se desenvolvem e lançam os jogadores", afirmou, garantindo: "Não há aqui jogadores que podem ou não jogar. Eu tenho de olhar ao todo."

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