Fernando Pimenta dedica medalha de bronze às famílias que perderam entes queridos nos incêndios

Fernando Pimenta somou esta tarde mais uma medalha, de bronze, às muitas que já ganhou ao ficar em terceiro lugar na final da prova de K1 1000 metros nos mundiais de canoagem, a decorrer em Milão, Itália. É a medalha 154, confirmou o atleta no final da prova.

O ouro foi para o húngaro Balint Kopasz e a prata para o australiano Thomas Greene.

"Não é a medalha de ouro, queria mais, mas tenho de valorizar esta medalha", disse o atleta em declarações à RTP. "Esta medalha de bronze é muito especial, estava agora a lembrar-me que em 2015, faz agora dez anos, conquistei aqui a minha primeira em K1 1000 metros nos mundiais, e passado dez anos sou o único atleta que consegue estar novamente nesse pódio".

O atleta sublinhou que "só não consegui em 2016, nos Jogos, e agora em Paris, de resto nunca falhei um pódio em mundiais. E é bom conseguir estar com esta performance, ficar a escassas milésimas do ouro e da prata, e ver a cara de satisfação do meu treinador".

Questionado sobre se os Jogos Olímpicos de Paris foram o momento mais difícil da sua carreira desportiva, Pimenta disse que "foi um dos dias mais complicados, a par da final do Rio de Janeiro", mas que "muito mais bonito do que uma medalha olímpica, uma medalha física, foi o conforto e o carinho de todos os portugueses das várias equipas internacionais por todo o mundo a mandarem mensagens, a ligarem-me e a pedirem para eu continuar e a dizer que sou um exemplo para eles. Para mim, esse carinho, esse apoio é tão ou mais valioso que uma medalha".

Quanto até quando pretende continuar a competir, Fernando Pimenta diz que não é a idade que lhe pesa, mas o estar longe da família. "Custa-me mais falar dos meus filhos do que em resultados conseguidos ou não conseguidos, e isso pesa cada vez mais".

O atleta não se esqueceu dos fogos em Portugal, e disse que "esta medalha é dedicada a todos os profissionais que estão na linha da frente destes incêndios, em particular às famílias que perderam os seus entes queridos e que jamais vão poder abraçá-los. Esta medalha é também dedicada a eles".

Os mundiais de canoagem ainda não terminaram para o canoísta, que ainda vai disputar as finais de K1 500 metros K1 5000.

Também esta tarde, Norberto Mourão competiu na final VL2 200 metros, tendo ficado em quarto lugar.

Ontem, dia 22, Portugal conquistou a medalha de ouro em K4 500 metros, com os canoístas Gustavo Gonçalves, João Ribeiro, Messias Baptista e Pedro Casinha a sagraram-se campeões do mundo.