Fecho do mercado: Quem gastou mais, o jogador mais caro, o clube que fez mais dinheiro e a liga portuguesa
Encerrou à meia-noite desta terça-feira a janela de inverno do mercado de transferências nos principais países europeus, uma janela particularmente movimentada após a conclusão da fase de liga da Liga dos Campeões a meio da semana passada.
A transferência mais cara não foi, no entanto, de um clube europeu, mas sim de um saudita, o Al Nassr de Cristiano Ronaldo, que pagou 77 milhões de euros para contratar ao Aston Villa o avançado colombiano Jhon Durán, de apenas 21 anos, que já esta segunda-feira fez companhia ao capitão da seleção nacional na frente de ataque da equipa de Riade um jogo da Liga dos Campeões da Ásia.
O pódio de jogadores mais caros desta janela fica completo com o atacante egípcio Omar Marmoush, que se transferiu do Eintracht Frankfurt para o Manchester City num negócio que rendeu 75 milhões de euros aos cofres dos alemães; e com o extremo georgiano Kvaratskhelia, que trocou o Nápoles pelo Paris Saint-Germain num negócio que custou 70 milhões de euros ao emblema francês.
Manchester City investiu 218 milhões
Além de Marmoush, o Manchester City contratou ainda o central usbeque Khusanov ao Lens (40 milhões de euros), o central brasileiro Vítor Reis ao Palmeiras (37 milhões) e o médio espanhol Nico González ao FC Porto (60 milhões). Se contabilizarmos o central Juma Bah, da Serra Leoa, contratado ao Valladolid por seis milhões de euros, mas imediatamente emprestado ao Lens, os citizens gastaram 218 milhões nesta janela. Só em 2023, quando o Chelsea investiu 230 milhões de euros, mais de metade na compra do médio Enzo Fernández ao Benfica, é que um clube gastou mais dinheiro em janeiro.
Em sentido contrário, o Aston Villa lidera em dinheiro encaixado: 110,7 milhões de euros. Além do já citado Durán, a equipa de Birmingham vendeu o extremo inglês Jaden Philogene ao Ipswich (23,7 milhões) e o central brasileiro Diego Carlos ao Fenerbahçe de José Mourinho (10 milhões).
FC Porto fatura 110 milhões (mas terá de dar 24 ao Barcelona)
O FC Porto também atingiria a fasquia dos 110 milhões se considerarmos as transferências de Galeno para o Al-Ahli (50 milhões) e de Nico González para o City (60 milhões), mas o Barcelona detinha 40% do passe do médio espanhol e vai encaixar 24 milhões de euros, pelo que os dragões apenas irão receber 36 milhões no âmbito desse negócio.
O FC Porto estabeleceu mesmo um novo recorde de receitas com vendas de futebolistas na mesma temporada, ao juntar 168,45 milhões de euros nas duas janelas de transferências de 2024/25, as primeiras sob a presidência de André Villas-Boas, sendo que 58,15 milhões de euros dizem respeito a proveitos no mercado de verão.
O segundo clube português com maior encaixe neste inverno foi o Vitória de Guimarães, com 35,5 milhões de euros de receita através, sobretudo, das vendas de Alberto Costa à Juventus (13,8 milhões), Manu Silva ao Benfica (12 milhões), Kaio César ao Al Hilal (9 milhões). Jorge Fernandes, vendido por 500 mil euros Al-Fateh, e Nélson da Luz, transferido por 200 mil euros para os chineses do QD West Coast, completam a contabilidade.
Nota ainda para negócios fora do espetro dos representantes nacionais nas competições europeias. O Estrela da Amadora fez 8,45 milhões com as saídas de Igor Jesus (Los Angeles FC, quatro milhões), André Luiz (Rio Ave, 2,5 milhões), Tiago Gabriel (Lecce, 1,25 milhões) e Danilo Veiga (Lecce, um milhões). Zaydou Youssouf (Al Fateh, seis milhões) e Mory Gbane (Reims, cinco milhões) abandonaram Famalicão e Gil Vicente, o Casa Pia transferiu Beni Mukendi (Vitória de Guimarães, sem valor especificado) e Telasco Segovia (Inter Miami, 2,5 milhões), em contraste com o lanterna-vermelha Boavista, impedido de inscrever novos futebolistas pela quinta janela seguida.
No total, os clubes da I Liga lusa obtiveram cerca de 185,77 milhões de euros de receitas (acima dos 124,61 milhões no mesmo período da época anterior) e despenderam 49,95 milhões nesta janela de mercado. O agora médio benfiquista Manu Silva foi o reforço mais caro de uma equipa portuguesa.
Esta janela ficou uma vez mais marcada pelos muitos empréstimos. Um dos mais relevantes das últimas horas foi o de João Félix, que foi cedido pelo Chelsea ao AC Milan. Já o Manchester United de Ruben Amorim colocou dois excedentários: Rashford no Aston Villa e Antony no Betis.
O mercado continuará ativo em países como Áustria, Hungria, Polónia, Roménia, Rússia, Suíça, Sérvia, Turquia, Ucrânia, Brasil, Canadá, Estados Unidos, China, Coreia do Sul, Emirados Árabes Unidos ou Japão, sendo que os futebolistas em final de contrato estão autorizados a comprometerem-se livremente com outro clube para a próxima temporada.