Defesa tenrinha acabou dizimada por três caçadores de dragões
Sem honrar o lema do clube - "a vencer desde 1893" - no dia do 128.º aniversário, o FC Porto sofreu uma pesada derrota com o Liverpool (5-1), na segunda jornada da Liga dos Campeões. Num jogo agridoce de Diogo Costa (cinco defesas contra cinco golos sofridos) e com muitas contrariedades (lesões de Pepe e Otávio) sobressaíram os caçadores de dragões. Salah (dois), Mané e Firmino (dois) voltaram a marcar no Dragão. Juntos e em cinco jogos frente aos portistas marcaram 13 golos!
Pepe estava na ficha de jogo, mas acabou por não ir a jogo. O capitão ter-se-á ressentido da lesão no aquecimento e deu o lugar a Fábio Cardoso e a braçadeira a Iván Marcano frente ao Liverpool. As contrariedades de Sérgio Conceição não se ficaram por aí. Aos 10 minutos de jogo ainda mal dava para perceber como as equipas iriam encaixar uma na outra e já o treinador do FC Porto tinha três jogadores a aquecer. Era sinal de que alguém tinha pedido para sair. No caso Otávio, que deu lugar a Fábio Vieira e obrigou os dragões a restruturarem-se em campo.
Com posse de bola dividida, a iniciativa pertenceu ao FC Porto nos primeiros minutos. Os reds iam experimentando as transições rápidas como quem faz do campo um laboratório onde se descobrem caminhos novos para a baliza. Foi assim que Salah descobriu o caminho para a baliza portista com a ajuda de Zaidu, que limpou mal o lance após defesa incompleta de Diogo Costa.
O golo red foi castrador para ânimo e atrevimento portista. Exemplo disso mesmo foi o passe de Luis Díaz para Alisson Becker na melhor ocasião de golo que os dragões tiveram no primeiro tempo. Sem ganhar as bolas divididas, chegando tarde às segunda bolas, sendo inofensivo em termos ofensivos e em tido dificuldades em estancar o corredor esquerdo inglês. Foi por aí que Sadio Mané fez o 2-0 num daqueles lances que valem à defesa portista o cognome de "tenrinha", que é como quem diz desconcentrada e a cometer erros inadmissíveis numa prova como a Liga dos Campeões.
E não podem dizer que não sabiam de onde vinha o perigo... afinal Mané fez o quinto golo ao dragão em outros tantos jogos - é o jogador que mais golos fez aos portistas em quase 50 anos de jogos europeus.
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Apesar de tudo, o resultado era penalizador para os dragões pelo que fizeram na primeira parte, mas olhando só aos factos, podem agradecer a Diogo Costa terem ido para o intervalo com uma desvantagem tão magra. O jovem guarda-redes do FC Porto impediu Diogo Jota e Hendersen de ampliar o marcador e isso amenizou a má abordagem no 2-0. Ele já tinha sido decisivo para trazer um ponto de Madrid na primeira jornada e voltou a mostrar grande nível num jogo de máxima exigência apesar do resultado final avolumado e de culpas próprias em dois golos.
O segundo tempo voltou a mostrar um Diogo Costa atento, com três belas intervenções - duas delas a impedir o golo de Jota -, a adiar o que parecia certo. O terceiro chegou depois de uma bola perdida de Sérgio Oliveira - que voltou a ser titular depois de dar o triunfo aos dragões em Barcelos há dias -, que Curtis Jones aproveitou da melhor forma para servir Salah para o bis. Foi o quarto golo em três jogos no Dragão.
Wendell, Grujic, Vitinha e Pepê entraram para os lugares de Zaidu, Uribe, Toni Martínez e Sérgio Oliveira, mas o problema era estrutural e carecia da base sólida que é Pepe. E nem o golo de cabeça de Taremi disfarçou o desnível entre as duas equipas e a asneira que se seguiu. Diogo Costa saiu da área à maluca e acabou por deixar a baliza aberta para Firmino, acabado de entrar, fazer o 4-1.
O mesmo Firmino fez o 5-1 que deixou os portistas desolados desde o banco às bancadas. Afinal foi a segunda maior derrota europeia em casa, só superada pelos 5-0 do mesmo Liverpool... a quem o FC Porto nunca ganhou (soma seis derrotas e três empates).
isaura.almeida@dn.pt
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