FC Porto perdeu-se na teia defensiva italiana e no final foi o azar a acabar com o sonho
O FC Porto foi eliminado nos oitavos-de-final da Liga dos Campeões ao empatar 0-0, em casa, com o Inter Milão. Sem ideias durante quase todo o jogo, só perto do fim os portistas estiveram perto de marcar, mas encontraram os ferros.
O FC Porto disse esta terça-feira adeus à Liga dos Campeões ao empatar 0-0, no Dragão, com o Inter Milão. A precisar de um golo para empatar a eliminatória, a equipa de Sérgio Conceição ficou enredada, durante quase todo o jogo, pela teia defensiva montada pelos italianos, mas até se pode queixar do azar nos instantes finais da partida, quando viu uma bola ser salva em cima da linha e outras duas embaterem nos ferros.
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Este resultado impediu que Portugal tivesse pela primeira vez duas equipas nos quartos-de-final da Champions, sendo que o FC Porto cai na prova, arrecadando um total de 60,3 milhões de euros em prémios.
A ausência de Pepe devido a problemas físicos, aumentou as dores de cabeça de Sérgio Conceição para a partida, pois já não podia contar com outros dois habituais titulares: João Mário por lesão e Otávio por castigo. A juntar a isso era preciso dar a volta a uma desvantagem de 0-1 perante um adversário que, previsivelmente, se apresentaria no Dragão com todas as cautelas defensivas, ou não fosse uma equipa italiana, com um tradicional sistema de três centrais e dois avançados (Dzeko e Lautaro Martínez)prontos para fazer o xeque-mate à baliza de Diogo Costa.
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E foi assim mesmo. O Inter foi uma equipa na expectativa, com um bloco defensivo muito compacto e colocado à frente da sua área, o que causou muitos problemas aos portistas, que sentiam muitas dificuldades em fazer entrar a bola na área italiana. Por isso não estranhou que a equipa de Sérgio Conceição optasse pelo remate de longe, sendo que em duas ocasiões criou perigo por Uribe (3") e Eustáquio (19"). A primeira e única vez na primeira parte que os dragões conseguiram entrar com perigo na área italiana foi apenas aos 40 minutos, numa boa jogada de insistência de Pepê, que culminou com um grande corte de Dimarco ao remate de Evanilson.
É certo que o FC Porto procurou jogar rápido, à procura de espaços, mas também é verdade que à medida que o tempo ia passando corria cada vez mais riscos, sobretudo com perdas de bola que expuseram a defesa aos contra-ataques adversários, quase sempre pelo lado esquerdo, onde Dimarco era uma seta, procurando aproveitar o facto de o lado direito da defesa estar entregue a Pepê. Num desses lances, Dzeko obrigou Diogo Costa a uma defesa apertada, mas o certo é que o guarda-redes do FC Porto esteve sempre em alerta máximo.
Emoções fortes só no final
Os dragões precisavam de ser mais pacientes na segunda parte, afinal um golo bastava para igualar a eliminatória. A juntar a isso era essencial manter a rápida circulação de bola, mas mais assertividade no passe para que a equipa não ficasse exposta aos contra-ataques italianos. Só que o que o jogo mostrou foram as mesmas dificuldades da equipa de Sérgio Conceição, que à falta de soluções para ligar jogo com os homens na área, procurava rematar de longe - aos 47 minutos, Uribe repetiu a forma como começou o jogo, mas desta vez o remate de longe levou a bola por cima da baliza.
Grujic imitou o companheiro aos 76 minutos com um tiro para Andre Onana defender. Por essa altura, o Inter defendia ainda com mais confiança e já tinha apostado em Romelu Lukaku, o marcador do golo da primeira mão, na esperança que o seu poder físico e velocidade fizesse a diferença. Não fez porque, ao contrário do que aconteceu na primeira parte, o FC Porto esteve mais seguro nas transições defensivas.
Sem grandes opções no banco de suplentes, Sérgio Conceição tentou tudo com Toni Martínez e Danny Namaso na frente, mas a lucidez foi-se perdendo à medida que os 90 minutos se aproximavam. Emoções fortes só chegaram, afinal, no tempo extra e com o FC Porto a poder queixar-se da sorte, pois viu Dumfries tirar em cima da linha um remate de Marcano e na sequência viu duas bolas nos ferros: Taremi a cabecear para Onana defender para o poste e Grujic a atirar a bola à trave. Sérgio Conceição e os adeptos portistas foram ao desespero com tão grandes chances desperdiçadas para levar o jogo para prolongamento.
Antes do final, só uma nota para Pepê que viu o segundo amarelo e foi expulso no adeus à Champions.