A primeira marca da história da maratona atribuída a uma mulher remonta a setembro de 1918, quando a francesa Marie-Louise Ledru correu os 42,195 km em 5.40 horas. Mas o primeiro tempo reconhecido oficialmente aconteceu só em outubro de 1926, obra da inglesa Violet Piercy, que completou a distância em 3:40:22 horas..Cerca de um século e muitos Recordes do Mundo depois, no último domingo a queniana Ruth Chepngetich ficou na posse da melhor marca mundial da maratona (2:09:56), em Chicago, provando que entre mulheres a evolução dos tempos na prova de fundo têm sido mais significativos do que nos masculinos..Senão vejamos. O tempo de Violet Piercy, em 98 anos, foi melhorado em cerca de 1.30 horas com a recente melhor marca mundial alcançada por Chepngetich. Já em masculinos a evolução é muito menor, apesar de as marcas serem batidas mais vezes..A primeira marca oficialmente registada entre homens pela IAAF remonta aos Jogos Olímpicos de 1908, em Londres, quando o norte-americano John Joseph Hayes terminou a prova em 2:55:18 horas. O atual Recorde Mundial pertence ao queniano Kelvin Kiptum, que há um ano, em Chicago, fez 2:00:35 horas. Ou seja, retirou quase 55 minutos ao tempo de Hayes em 116 anos. Kiptum faleceu em fevereiro, vítima de um acidente de viação..Se tivermos como ponto de análise só este século, verifica-se que, mesmo com o avanço da tecnologia a nível de sapatilhas e equipamentos, e também nos métodos de treino, a melhoria nos tempos não foi muito significativa..Entre as mulheres, e no espaço de 22 anos, foi possível cortar mais de sete minutos ao Recorde Mundial, comparando a marca de Paula Radcliffe em outubro de 2022 (2:17.18), também em Chicago, com o novo recorde estabelecido por Ruth Chepngetich no domingo, no mesmo local (2:09:56)..Nos homens a diferença é ainda menor. A primeira melhor marca desde milénio foi alcançada pelo marroquino Khalid Khannouchi em abril de 2002, em Londres (2:05:38). Ou seja, mais cinco minutos do que o atual Recorde Mundial de Kiptum (2:00:35)..Radcliffe durou 16 anos.Ao terminar no domingo a Maratona de Chicago em 2:09.55 horas, Ruth Chepngetich retirou quase dois minutos ao anterior Recorde Mundial, fixado em 02:11.53, em 24 de setembro de 2023, na Maratona de Berlim, pela etíope Tigist Assefa. Refira-se ainda que em femininos, o Recorde Mundial da Maratona chegou a estar 16 anos na posse da inglesa Paula Radcliffe, que em abril de 2003 alcançou a marca de 2:15:25 horas. Um recorde que durou até Brigid Kosgei o quebrar em 2019, melhorando o tempo para 2:14:04..Em masculinos, o grande objetivo é baixar a barreira das duas horas. Um feito já alcançado pelo fundista queniano Eliud Kipchoge, que a 12 de outubro de 2019, num evento em Viena, na Áustria, se tornou o primeiro homem na História a percorrer os 42,195 km abaixo das duas horas, com o tempo de 1:59:40. .A marca, porém, não foi reconhecida oficialmente por ter sido alcançada numa corrida atípica com condições controladas, com lebres a ajudarem-no, entre eles os irmãos noruegueses Ingebrigtsen, além de ter contado com a ajuda de um carro a abrir-lhe caminho..Portugal venceu duas medalhas olímpicas na maratona. Em agosto de 1984, Carlos Lopes foi Ouro com o tempo de 2:09:21 horas, marca que foi Recorde Olímpico durante mais de 20 anos. Quatro anos depois, em Seul, foi a vez de Rosa Mota (também Bronze em 1984) brilhar e conquistar o metal mais precioso com a marca de 2:25:40..nuno.fernandes@dn.pt