Equipa franco-chinesa vence regata mais emocionante de sempre

Três equipas partiram empatadas na liderança para a última etapa, Gotemburgo (Suécia)-Haia (Holanda). Uma manobra de rutura deu a vitória ao skipper francês Charles Caudrelier

A equipa franco-chinesa Dongfeng venceu hoje a edição 2017-18 da Volvo Ocean Race (VOR).

Este foi o fim mais emocionante de sempre nos 45 anos de vida desta que é a maior regata de volta ao mundo - 45 mil milhas percorridas em oito meses por todos os oceanos e com paragem em todos os continentes.

À partida para a última etapa, Gotemburgo (Suécia)-Haia (Holanda), na quarta-feira, três equipas estavam empatadas em primeiro lugar na classificação geral: Mapfre (Espanha), Brunel (Holanda) e Dongfeng.

A equipa franco-chinesa liderada por Charles Caudrelier atrasou-se, o que a obrigou a uma manobra de rutura, junto a Roterdão, optando por uma rota mais próxima da costa - rota mais longa mas com mais vento. O Mapfre e o Brunel, pelo contrário, preferiram um trajecto mais pelo mar alto, opção que se revelaria errada no fim.

Ainda não foi desta que um barco espanhol conseguiu vencer esta regata e, quanto a Brunel, ainda não foi desta que o seu skipper, o holandês Bouwe Bekking, conseguiu chegar em primeiro, apesar desta ser a sua 8ª volta ao mundo.

A vitória do Dongfeng significa também que pela primeira haverá velejadoras mulheres a vencer esta regata. No caso, a holandesa Carolijn Brouwer (que fez todas as etapas) e a francesa Marie Riou, que integram a tripulação liderada por Caudrelier.

O Dongfeng ganhou a VOR vencendo apenas uma das suas onze etapas - precisamente a que terminou hoje na cidade da Haia. Fez o percurso desde Gotemburgo em três dias, três horas, 22 minutos e 32 segundos.

Em segundo lugar na etapa - e quarto na classificação geral - ficou a equipa holandesa AkzoNobel, a 16 minutos dos franco-chineses. E em terceiro a equipa espanhola Mapfre - que na segunda metade desta volta ao mundo, depois de a frota ter parado em Auckland (Nova Zelândia), não conseguiu manter o domínio quase esmagador que havia revelado na primeira metade. Na classificação geral os espanhóis ficaram em segundo lugar, a apenas dois pontos do Dongfeng.

A vitória de Caudrelier e da sua tripulação significa também que ainda não foi desta que um velejador conseguiu obter a "Triple Crown" (o "triplete"): ter ouro olímpico na vela, ganhar a Taça América e ganhar a VOR.

Dois jovens neozelandezes lutavam por esse troféu (que nunca ninguém obteve): Pete Burling e Blair Tuke. Fazendo equipa um com o outro obtiveram o ouro olímpico em 2016, nos jogos do Rio, na classe 49er; no ano seguinte, mais uma vez juntos, venceram a Taça América; e agora separados - Tuke no Mapfre e Burling no Brunel - lutavam pela "triple crown". A vitória do Dongfeng fez-lhes adiar o sonho.

Um desempate entre portugueses

Dentro da corrida há corridas mais pequenas - e uma delas entre os velejadores portugueses em prova, Bernardo Freitas (Turn The Tide On Plastic) e António Fontes (Scallywag). As duas equipas ficaram, na classificação geral, empatadas na 6ª posição, com 32 pontos. Agora o desempate ocorrerá na regata costeira que a frota fará ao largo de Haia. Contudo, a equipa de Fontes tem, na classificação das regatas costeiras, uma vantagem de três sobre a de Freitas, o que torna a esta muito difícil ganhar o desempate.

Classificação na etapa

1º Dongfeng - 3 dias, 3h 22m 32s

2º AkzoNobel - 3d 3h 38m 31s

3º Mapfre - 3d 3h 39m 25s

4º Brunel - 3d 3h 45m 52s

5º Turn The Tide On Plastic (TTTOP) - 3d 3h 56m 56s

6º Scallywag - 3d 4h 1m 32s

7º Vestas - 3d 4h 5m 36s

Classificação geral

1º Dongfeng - 72 pts

2º Mapfre - 70

3º Brunel - 69

4º AkzoNobel - 59

5º Vestas - 39

6º Scallywag - 32

6º TTTOP - 32

O DN viajou até Haia a convite da Volvo Ocean Race.

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