Djokovic vai receber visto para o Open da Austrália 2023
O ex-número um do mundo Novak Djokovic vai receber um visto para jogar no Open da Austrália de 2023, informou esta terça-feira a imprensa local, apesar de o tenista ter sido deportado daquele país antes da edição deste ano do torneio, em janeiro.
O governo australiano decidiu conceder um visto ao sérvio para o Grand Slam apesar de Djokovic não estar vacinado contra a covid-19, voltando atrás na decisão de proibir o jogador de entrar no país durante três anos.
A edição deste ano do torneio foi mesmo marcada pela ausência de Djokovic, que venceu por nove vezes o Open da Austrália. O sérvio foi mesmo colocado num avião na véspera do início da competição após uma intensa batalha legal.
A proibição de três anos a que Djokovic estava sujeito poderá ser revogada pelo governo australiano, que agora é liderado primeiro-ministro de centro-esquerda Anthony Albanese. Na altura da deportação do sérvio, estava no poder uma coligação conservador.
No último mês começaram a surgir indícios de que o governo australiano podia mudar de ideias, mas Djokovic havia afirmado esta segunda-feira à noite, após o jogo de abertura do ATP Finals, que não havia ainda nada oficial. "Estamos à espera. Há conversações com o governo da Austrália. É tudo o que posso dizer por enquanto", explicou.
Também em outubro, o principal responsável pela realização do Open da Austrália, Craig Tiley, disse que tinha estado com Djokovic e que o sérvio queria voltar ao país para o primeiro grande torneio de 2023, agendado para janeiro em Melbourne. "Novak e o governo federal precisam de resolver a situação. Depois seguiremos as instruções", afirmou ao jornal The Age durante o lançamento oficial do torneio.
"Passei algum tempo com Novak na Laver Cup. Ele disse que obviamente adoraria voltar à Austrália, mas sabe que a decisão final é do governo. Ele aceitou essa posição. É um assunto entre eles", acrescentou.
No entanto, a eventual decisão do governo australiano em voltar atrás na proibição imposta a Djokovic tem sido criticada por alguns elementos da oposição. Karen Andrews, que era ministra do Interior quando o sérvio foi deportado, argumentou que o tenista não deveria receber tratamento especial.
"Seria uma chapada na cara para aquelas pessoas na Austrália que fizeram a coisa certa, vacinar-se, se de repente Djokovic for autorizado a voltar ao país simplesmente porque é um tenista de topo", disse à rádio ABC.
Djokovic chegou a Melbourne em janeiro para o primeiro Grand Slam do ano, alegando ter obtido uma isenção médica para entrar no país sem ser vacinado, pois havia recuperado recentemente da covid-19, mas as autoridades australianas disseram que o sérvio não cumpriu os requisitos para estar isento das rígidas regras de vacinação. O visto do tenista foi então cancelado e o recurso apresentado por Djokovic falhou.
Desde então, a Austrália suspendeu a exigência de que os visitantes mostrem prova de vacinação contra a covid-19.