Conselho de Disciplina da FPF abre processo de inquérito a pagamentos de Benfica a Bruno Paixão

Em causa uma suspeita de um esquema de corrupção que envolve o clube e o ex-árbitro, no âmbito da Operação Saco Azul.
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O Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) anunciou esta quinta-feira a abertura de um processo de inquérito na sequência da suspeita de um esquema de corrupção que envolve o Benfica e o ex-árbitro Bruno Paixão, no âmbito da Operação Saco Azul.

Tal como aconteceu no passado, sempre que há indícios de corrupção ou de adulteração da verdade desportiva, o órgão federativo atua sem necessidade de apresentação de uma queixa, encaminhando depois o processo para a Comissão de Instrutores da Liga Portugal.

"Instauração de processo de inquérito, por deliberação da Secção Profissional, de 15 de fevereiro de 2022, tendo por objeto apuramento de eventuais ilícitos disciplinares envolvendo um ex-agente de arbitragem e uma sociedade desportiva integrada nas competições organizadas pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional. O processo foi enviado, dia 17 de fevereiro de 2022, à Comissão de Instrutores da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, ficando excluída a publicidade até ao fim da instrução", pode ler-se no comunicado do CD.

A TVI noticiou na segunda-feira que as perícias financeiras efetuadas pela Polícia Judiciária e o Ministério Público a uma empresa que, alegadamente, recebeu cerca de 1,9 milhões de euros do clube por serviços de consultoria fictícios, encontrou pagamentos efetuados ao ex-árbitro.

Bruno Paixão admitiu à TVI que recebeu dinheiro, mas esclareceu que tal se deveu a um "serviço de controlo de qualidade" à empresa em causa, garantindo que não foi contactado pelas autoridades.

Num comunicado assinado pela equipa de advogados da Benfica SAD - Rui Patrício, Paulo Saragoça da Mata e João Medeiros - o clube esclarece que não foi confrontando com factos relacionados com Bruno Paixão.

"No âmbito do referido processo nunca a Benfica SAD ou os seus representantes legais foram confrontados com quaisquer factos que envolvessem o nome do senhor Bruno Paixão e/ou quaisquer acusações de corrupção desportiva", refere.

Segundo o comunicado divulgado, os encarnados salientam ainda que já foi efetuado um "pedido de aceleração processual por parte da Benfica SAD".

"Tanto quanto é do conhecimento da Benfica SAD, no processo em causa as diligências de inquérito foram já concluídas, aguardando o processo apenas o despacho final que põe termo ao inquérito", acrescenta.

Sobre a factualidade objeto de investigação no processo, o Benfica explica que os seus representantes legais apenas foram confrontados "exclusivamente por factos respeitantes a indícios de fraude fiscal, tendo o Ministério Público abandonado a tese inicial de branqueamento de capitais".

No processo Saco Azul, em curso desde 2018, Luís Filipe Vieira, ex-presidente do Benfica, foi constituído arguido, a par do administrador da SAD Domingos Soares de Oliveira, tendo em conta alegados crimes de fraude fiscal suscitados numa investigação da Autoridade Tributária.

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