Conselho de administração da Juventus apresenta renúncia em bloco, incluindo presidente do clube

A demissão da administração da Juventus surge no âmbito de uma investigação sobre falsificação de contas.
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O conselho de administração da Juventus apresentou renúncia em bloco, incluindo o presidente, Andrea Agnelli, e o vice-presidente, Pavel Nedved, informou, esta segunda-feira, o clube italiano da Série A. A demissão surge no âmbito de uma investigação sobre falsificação de contas.

O diretor-geral Maurizio Arrivabene foi convidado a permanecer durante o período de transição, até que seja constituído um novo conselho de administração, refere o comunicado do clube italiano.

Andrea Agnell deixa, assim, a liderança da ´vecchia signora´ ao fim de 12 anos no cargo. Andrea foi o quarto Agnelli a presidir o clube, depois de o seu avô Edoardo, o seu tio Gianni, e o seu pai Umberto.

O conselho de administração renunciou em bloco "tendo considerado a relevância dos assuntos legais e técnico contabilísticos pendentes", afirmou o clube, referindo-se à investigação em curso.

Desde o ano passado que as autoridades de Turim investigam alegada contabilidade falsa e suspeitas de irregularidades na transferência e empréstimo de jogadores no clube italiano.

O conselho cessante "considerou ser do melhor interesse recomendar que a Juventus" tenha um novo conselho de administração para lidar com estas questões, lê-se no comunicado, sendo que a próxima assembleia de acionistas está agendada para o dia 27 de dezembro.

A Juventus está a ser investigada por mais de 282 milhões de euros em mais-valias de uma série de transferências de jogadores registadas nos resultados financeiros correspondentes a 2019, 2020 e 2021.

Em causa estão as recentes investigações das autoridades transalpinas sobre duas alegadas 'manobras' fiscais da Juventus, relacionadas com a inflação fictícia dos preços de mercado dos jogadores da equipa principal para obter maiores lucros na sua posterior venda, e o adiamento de pagamentos a jogadores no exercício de 2020, marcado pela pandemia de covid-19, de forma a que as verbas não fossem consideradas no respetivo ano fiscal.

Quanto ao último ponto, o acordo com os jogadores terá pressuposto a renúncia temporária a quatro meses de salário, e, entre eles, estará o português Cristiano Ronaldo, segundo vários órgãos de comunicação social italianos.

As notícias relatam que a autoridade tributária de Turim encontrou, durante as buscas efetuadas no mês de outubro, um documento no qual a Juventus se comprometia a pagar 19,8 milhões de euros a Ronaldo, exatamente o montante correspondente a quatro meses de salário, numa investigação em curso.

O Ministério Público de Turim está a investigar a possibilidade da Juventus, cotada na bolsa de valores italiana, ter apresentado informações falsas a investidores e faturas de transações inexistentes.

Uma série de transferências envolvendo a Juventus e outros clubes também são objeto de uma investigação paralela lançada pela Federação Italiana de Futebol (FIGC), em outubro passado.

O que for descoberto pelos procuradores de Turim será passado à FIGC, que tem poderes para punir os clubes com multas e até com a expulsão da liga.

O clube italiano faz saber que vai continuar a colaborar com as autoridades.

Com Lusa

Notícia atualizada às 23:22

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