COI mantém "firmeza" nas sanções à Rússia e Bielorrússia mas sem penalizar atletas

Comité Olímpico Internacional quer "explorar vias" para o regresso às competições internacionais dos atletas desses países.
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O Comité Olímpico Internacional (COI) mantém a "firmeza" nas sanções à Rússia e Bielorrússia, mas está a "explorar vias" para o regresso às competições internacionais dos atletas daqueles países, disse esta quarta-feira o presidente, Thomas Bach.

"As sanções contra a Rússia e a Bielorrússia continuam em vigor, em função da atual situação" de guerra na Ucrânia, provocada pela invasão russa, informou esta quarta-feira o líder do COI, em conferência de imprensa transmitida online, a partir da Lausana, na Suíça.

O dirigente alemão efetuou o balanço da reunião do conselho executivo do organismo olímpico, durante a qual os membros do órgão de cúpula do COI apoiaram "firmemente" as sanções contra os dois países, apesar de terem manifestado oposição à "politização do desporto".

Bach reforçou que "os atletas não podem ser castigados pelo que fazem os governos dos seus países" e disse que está preparado para iniciar uma "missão unificadora", com vista a não penalizar os que pretendem competir em provas internacionais.

"[A suspensão daqueles atletas] não fazia parte das sanções, foi apenas uma medida protetora, para salvaguardar a integridade das competições e dos próprios desportistas. Alguns governos queriam decidir quem podia ou não participar e ameaçaram não conceder vistos de entrada nos seus países", explicou.

O presidente do COI reafirmou que o organismo "agiu contra os seus princípios" nesta matéria, mas deseja agora que o movimento olímpico regresse aos pressupostos da sua fundação, atuando "como uma força unificadora e não de divisão".

Bach leu mesmo uma carta enviada ao COI pelo departamento das Nações Unidas responsável pela análise de casos de discriminação e racismo, na qual são expressas "sérias preocupações" pela exclusão de atletas russos e bielorrussos das provas em função da sua nacionalidade.

O circuito masculino ATP e o feminino WTA ameaçaram esta quarta-feira a associação britânica de ténis (LTA) com a suspensão de todos os torneios se os jogadores russos e bielorrussos não forem autorizados a jogar em 2023.

A LTA comunicou que foi pressionada por ATP e WTA, para que autorizassem os jogadores russos e bielorrussos a jogar em 2023, depois de terem sido proibidos no ano anterior de participar nos torneios, e acrescenta estar "profundamente dececionada" pela "espantosa falta de empatia para com a situação na Ucrânia e uma clara falta de compreensão das circunstâncias únicas" que o país enfrenta.

Além disso, a ATP decidiu multar a LTA em cerca de 953 mil euros, depois de esta ter banido os jogadores russos e bielorrussos das competições britânicas, numa decisão unilateral das entidades locais, sem qualquer diálogo com os circuitos e Federação Internacional (ITF).

A WTA impôs uma multa de cerca de 713 mil euros à LTA e de 237 mil ao All England Lawn Tennis Club, que organiza o torneio de Wimbledon

O torneio do Grand Slam londrino, que é uma competição independente, também tinha recusado jogadores russos e bielorrussos. Em resposta, a ATP e WTA decidiram retirar todos os pontos do ranking atribuídos neste torneio.

"Vamos preparar a nossa resposta e aguardar o resultado do nosso recurso contra a decisão e sanção da WTA", concluiu a declaração da LTA.

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