Belga apanhada em 'doping mecânico' diz que bicicleta era de um amigo

O engenho foi apreendido no sábado a trata-se do primeiro caso detetado. Ciclista alega que houve uma troca de bicicletas
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A belga Femke Van den Driessche recorreu a um pequeno motor, instalado na sua bicicleta nos Mundiais de ciclocrosse, anunciou hoje o presidente da União Ciclista Internacional (UCI), Brian Cookson, em conferência de imprensa.

"Pensamos claramente que se trata de uma fraude tecnológica, com recurso a um motor escondido. O 'doping mecânico' passou a ser, infelizmente, uma realidade", revelou o dirigente britânico.

O engenho foi apreendido no sábado a trata-se do primeiro caso detetado, depois de alguns anos de muitas suspeitas sobre este recurso ilegal. Ironicamente, Van den Driessche, uma das favoritas nos Mundiais, tinha abandonado a corrida de sábado devido a problemas mecânicos.

"Enviámos ontem [sábado] uma mensagem a todos os que querem fazer batota. A nossa tecnologia para detetar este tipo de fraude funciona", congratulou-se Brian Cookson. Por seu turno, o treinador da seleção belga Rudy De Bie, manifestou-se "chocado" com o caso. "Nunca pensei que isto fosse possível. Femke enganou toda a comitiva e a federação belga", acusou o técnico.

Segundo os regulamentos, o ciclista belga arrisca agora uma suspensão mínima de seis meses.

Van den Driessche diz que bicicleta pertence a um amigo

A belga Femke Van den Driessche, suspeita de ter instalado um pequeno motor na sua bicicleta nos Mundiais de ciclocrosse, garantiu hoje que o velocípede pertencia a um amigo com quem costuma treinar. "Não era a minha bicicleta, mas de um amigo, idêntica à minha, mas acabou por parar às minhas mãos devido a um erro de um mecânico", justificou a ciclista ao canal televisivo belga Sporza.

Van den Driessche explicou que o amigo foi visitá-la no sábado com uma bicicleta idêntica à sua, o que levou o seu mecânico a confundir as duas bicicletas. "Este rapaz treina às vezes comigo e com os meus irmãos, mas não fazia ideia que tinha colocado um motor. Nunca me disse. Isto tudo é um mal entendido", alegou a ciclista.

Consciente de que a sua carreira "pode ter terminado", Van den Driessche espera, porém, "uma segunda oportunidade".

Nos últimos anos têm surgido várias suspeitas de 'doping mecânico'. A UCI tem por isso intensificado as vistorias a bicicletas, inclusivamente a alguns dos ciclistas mais importantes do pelotão internacional, como Fabian Cancellara, Chris Froome ou Peter Sagan, entre outros, mas nunca tinha sido encontrada qualquer irregularidade.

(Notícia atualizada às 17:57)

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