Chelsea pulveriza máximo de dinheiro investido por um clube na mesma temporada
Cerca de um quinto dessa verba procede da compra do médio argentino Enzo Fernández ao Benfica, que motivou os 'blues' a pagarem 121 ME, um milhão acima da cláusula de rescisão, na reta final da janela de inverno em prol do reforço mais caro da sua história.
O Chelsea renovou o recorde de dinheiro investido por um clube na mesma época, ao gastar 329,5 ME (milhões de euros) no mercado de inverno, que fechou na terça-feira, após 281,99 ME no verão último, para um total de 611,49 ME. Estes valores ajudaram a Liga inglesa de futebol a bater o seu próprio recorde de investimento no mercado de inverno.
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Cerca de um quinto dessa verba procede da compra do médio argentino Enzo Fernández ao Benfica, que motivou os 'blues' a pagarem 121 ME, um milhão acima da cláusula de rescisão, na reta final da janela de inverno em prol do reforço mais caro da sua história.
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Os bolsos ilimitados do Chelsea derivam do consórcio encabeçado pelo multimilionário norte-americano Todd Boehly, que adquiriu igualmente Mykhaylo Mudryk (ex-Shakhtar Donetsk, 70 ME), Benoît Badiashile (ex-Mónaco, 38), Noni Madueke (ex-PSV Eindhoven, 35), Malo Gusto (ex-Lyon, 30), Andrey Santos (ex-Vasco da Gama, 12,5), David Datro Fofana (ex-Molde, 12) e João Félix, cujo empréstimo do Atlético de Madrid valeu 11 ME.
O detalhe dos inusitados vínculos a longo prazo - a título exemplificativo, Enzo e Mudryk assinaram até junho de 2031 - faz com que os londrinos estendam a amortização de uma operação por um maior período, contornando as regras do fair-play financeiro da UEFA.
No pódio de gastos na Premier League seguem-se Southampton e o líder Arsenal, novo clube de Jakub Kiwior (ex-Spezia, 25 ME), Leandro Trossard (ex-Brighton, 24) e Jorginho (ex-Chelsea, 11,3), que cedeu Cédric Soares ao Fulham, do treinador luso Marco Silva.
Newcastle, Liverpool e Manchester City acolheram Anthony Gordon (ex-Everton, 45,6), Cody Gakpo (ex-PSV, 42) e Máximo Perrone (ex-Vélez, 11), respetivamente, enquanto Arnaut Danjuma (ex-Villarreal) e Pedro Porro (ex-Sporting) foram cedidos ao Tottenham.
Depois de ter rescindido com Cristiano Ronaldo, que rumou aos sauditas do Al Nassr e se converteu no atleta com o ordenado mais alto de sempre na modalidade, o Manchester United também optou por acertar empréstimos, tendo unido na reta final Marcel Sabitzer (ex-Bayern Munique) a Wout Weghorst (ex-Burnley) e Jack Butland (ex-Crystal Palace).
Em França, o campeão Paris Saint-Germain não comprou novos jogadores e libertou de forma temporária Keylor Navas para o Nottingham Forest, num mês em que 'encaixou' cinco ME pela venda em definitivo do ex-sportinguista Pablo Sarabia ao Wolverhampton.
Vitinha deixou o Sporting de Braga para dominar a janela da Ligue 1, ao significar 32 ME aos cofres do Marselha, que pagou mais oito ME ao Angers por Azzedine Ounahi, uma das revelações do Mundial2022, e teve Ruslan Malinovskyi por empréstimo da Atalanta.
Uma das maiores surpresas no início de 2023 passou pela cedência de João Cancelo do campeão inglês Manchester City ao 'deca' germânico Bayern Munique, cuja ausência prolongada do guarda-redes Manuel Neuer foi suprida com Yann Sommer (ex-Borussia Mönchengladbach, oito ME), tendo ainda ingressado Daley Blind a custo zero do Ajax.
Julien Duranville (ex-Anderlecht, 8,5 ME) e Julian Ryerson (ex-Union Berlim, cinco ME) reforçaram o Borussia Dortmund, que cedeu Thorgan Hazard ao PSV e viu o Eintracht Frankfurt negociar em Eindhoven o empréstimo de Philipp Max, além de ter contratado Paxten Aaronson ao Philadelphia Union (quatro ME), perante um Leipzig sem atividade.
Se Josip Juranovic (ex-Celtic, 8,55 ME), Aïssa Laïdouni (ex-Ferencváros, 4,1) e Jérôme Roussillon (ex.Wolgsburgo) reforçaram o Union Berlim, que desistiu de contratar Isco, o Borussia Mönchengladbach elegeu Jonas Omlin (ex-Montpellier, nove ME) para a baliza.
Realidade similar partilhou o campeão espanhol e europeu Real Madrid, com o líder FC Barcelona a emprestar Héctor Bellerín ao Sporting e obter três ME na venda de Memphis Depay ao Atlético de Madrid, novo destino de Matt Doherty (ex-Tottenham), ao contrário de Matheus Cunha, cedido ao Wolverhampton, e do ex-portista Felipe (Nottingham, 2,3).
O Sevilha acolheu os emprestados Loïc Badé (ex-Rennes), Pape Gueye (ex-Marselha) e Bryan Gil (ex-Tottenham) e resgatou Lucas Ocampos ao Ajax, ao passo que o Espanyol 'reinou' na La Liga, oferecendo oito dos 13,2 ME totais por César Montes (ex-Monterrey).
Sem a pujança financeira de outros tempos, AC Milan, Inter Milão e Juventus passaram pelo mercado sem trazer quaisquer reforços significativos, numa fase em que o clube de Turim foi sancionado com uma dedução de 15 pontos na edição 2022/23 da Liga italiana, por causa de alegadas irregularidades financeiras visíveis em transferências de atletas.
Os 'bianconeri' capitalizaram a cedência de Weston McKennie ao Leeds United (1,2 ME), do qual Diego Llorente foi emprestado à Roma, de José Mourinho, que foi buscar Ola Solbakken ao Bodø/Glimt e juntou as saídas provisórias de Eldor Shomurodov (Spezia), Gonzalo Villar (Getafe) e Matías Viña (Bournemouth) à definitiva de Filippo Tripi (Mura).
O líder Nápoles apostou temporariamente em Pierluigi Gollini (ex-Atalanta) e Bartosz Bereszynski (ex-Sampdoria), libertando Salvatore Sirigu para a Fiorentina, que liderou a rubrica de despesas entre clubes italianos, ao adquirir Antonín Barák (ex-Hellas Verona, 8,5 ME), Abdelhamid Sabiri (ex-Sampdoria, 2,5) ou Josip Brekalo (ex-Wolfsburgo, 1,5).
O mercado continuará aberto em países como Áustria, México, Turquia, Sérvia, Suíça, Argentina, Rússia, China, Polónia, Ucrânia ou Brasil, estando os jogadores em final de contrato autorizados a comprometerem-se livremente com outro clube para 2022/23.
Chelsea ajuda Liga inglesa a renovar recorde de investimento na janela invernal
Os 20 clubes da Premier League tiveram gastos de 824,81 ME ao longo do primeiro mês de 2023, acima dos 561,4 ME registados a meio da época 2017/18, para totalizarem uma fasquia inédita de 3.075 ME no somatório com os 2.250 ME gastos no início de 2022/23.
O Chelsea foi protagonista nas mais recentes janelas estival e invernal, ao fixar o recorde de dinheiro despendido por um clube na mesma temporada - 611,49 ME -, que estava na posse dos espanhóis do FC Barcelona desde 2017/18, com uma despesa de 380,1 ME.
Depois de já terem libertado 281,99 ME no recrutamento de oito reforços no último verão, os 'blues', que até ocupam um modesto 10.º lugar ao fim de 20 jornadas da Liga inglesa, investiram mais 329,5 ME no mês passado, renovando os seus máximos em aquisições.
Líder de mercado pelo segundo inverno consecutivo, a Premier League impôs-se quase três vezes ao dinheiro investido em conjunto (253,47 ME) pelas outras quatro principais ligas continentais: França (124,9), Alemanha (68,27), Espanha (31,88) e Itália (28,42).
Se o investimento em 2022/23 elevou significativamente em Inglaterra (479.33 ME) face ao período similar da época anterior, essa subida foi mais ténue na Ligue 1 (55,48 ME) e na Bundesliga (5.52 ME), com La Liga (-46.87) e Serie A (-156,61) em sentido contrário.
Estes últimos quatro países tinham quebrado recordes de despesa antes de 2019/20, época assinalada pela súbita paragem das competições, devido à pandemia de covid-19, cujas consequências financeiras, às quais se juntaram os da guerra na Ucrânia há quase um ano, afetaram a liquidez generalizada dos clubes nas janelas de mercado seguintes.
A exceção à austeridade reside na Premier League, que teve nove clubes no 'top-10' dos mais gastadores no mundo: Chelsea (329,5 ME), Southampton (63,25), Arsenal (60,3), Bournemouth (56,2), Newcastle (49,35), Liverpool (42), Leeds (41,2), Wolverhampton (38,51) e Leicester (31), com os franceses do Marselha a surgirem no oitavo lugar (40).
Esses clubes ingleses também encabeçam o 'ranking' de piores saldos entre compras e vendas, com liderança novamente destacada para o Chelsea (-318.2 ME), que apenas 'faturou' 11,3 ME na venda do italiano Jorginho ao rival e líder do campeonato Arsenal.
O Benfica (18.º) é o único clube português no 'top 50' dos mais gastadores, mas lidera destacadamente a tabela de receitas (128.8 ME), na qual o Sporting de Braga é quinto colocado, face aos 32 ME recebidos pela venda de Vitinha aos franceses do Marselha.
619,14 dos 666,14 ME envolvidos em 18 das 20 movimentações mais avultadas saíram dos cofres de clubes da Premier League, que voltaram a fazer da I Liga portuguesa uma das grandes favorecidas desse poder aquisitivo, com 126 ME extraídos em dois atletas - além de Enzo Fernández, Pedro Porro foi cedido pelo Sporting ao Tottenham a troco de cinco ME, com os ingleses a comprometerem-se a pagar mais 40 ME no final da época.
De acordo com o portal especializado Transfermarkt, a elite nacional cotou-se como 11.ª em gastos (20 ME) e segunda em receitas (161,1 ME), logo atrás da França (199,1 ME), refletindo essa fasquia no melhor saldo mundial entre entradas e saídas (141,1), que se opõe ao balanço negativo da Premier League (-724.39), capaz de receber 100,42 ME.
Lista das transferências mais caras na reabertura de mercado da da época 2022/23:
Enzo Fernández - do Benfica para o Chelsea (Ing) - 121 milhões
Mykhaylo Mudryk - do Shakhtar Donetsk (Ucr) para o Chelsea (Ing) - 70 milhões
Anthony Gordon - do Everton (Ing) para o Newscastle (Ing) - 45,6 milhões
Cody Gakpo - do PSV Eindhoven (Hol) para o Liverpool (Ing) - 42 milhões
Benoît Badiashile - do Mónaco (Fra) para o Chelsea - 38 milhões
Noni Madueke - do PSV Eindhoven (Hol) para o Chelsea - 35 milhões
Vitinha - do Sporting de Braga para Marselha (Fra) - 32 milhões
Malo Gusto - do Lyon (Fra) para o Chelsea (Ing) - 30 milhões
Georginio Rutter - do Hoffenheim (Ale) para Leeds United (Ing) - 28 milhões
Kamaldeen Sulemana - do Rennes (Fra) para Southampton (Ing) - 25 milhões
Jakub Kiwior - do Spezia (Ita) para o Arsenal (Ing) - 25 milhões
Leandro Trossard - do Brighton (Ing) para o Arsenal (Ing) - 24 milhões
Ilya Zabarnyi - do Dinamo Kiev (Ucr) para o Bournemouth (Ing) - 22,7 milhões
Dango Ouattara - do Lorient (Fra) para o Bournemouth (Ing) - 22,5 milhões
Danilo - do Palmeiras (Bra) para o Nottingham Forest (Ing) - 20 milhões