Cerimónia de abertura promete resposta a críticas sobre direitos humanos
Este domingo, às 16.00, hora de Portugal Continental, o anfitrião Qatar e o Equador dão o pontapé de saída do Campeonato do Mundo de 2022 no Estádio Al Bayt, em Al Khor, perante cerca de 60 mil espectadores. Cerca de uma hora antes realiza-se a tradicional cerimónia de abertura, que terá a duração de 30 minutos, e que é aguardada com alguma expectativa, pois de acordo com o italiano Marco Balich, diretor artístico da cerimónia, será diferente de tudo o que já foi visto até hoje, e servirá também para dar uma resposta às imensas críticas de que o Qatar tem sido alvo em termos de direitos humanos, tratamento dos trabalhadores migrantes e da comunidade LGBT
"Não posso estragar a surpresa, mas certamente haverá uma atenção e respostas para todas as questões que estão a ser debatidas no momento. Não se trata de agradar ao Ocidente, mas de ser a plataforma na qual a Ásia e o mundo ocidental podem encontrar-se confortavelmente. Acho que terão respostas para todas as críticas e questões que foram levantadas", afirmou Balich à Associated Press, ele que esteve envolvido nos espetáculos dos Jogos Olímpicos de Rio de Janeiro 2016 e de Tóquio2020, entre outros eventos.
"A mensagem e o conteúdo desta cerimónia de abertura foram tratadas pessoalmente pelos líderes do país. Eles querem falar sobre multiculturalismo, aceitar a diversidade e ser uma plataforma para a paz", prosseguiu Marco Balich, prometendo que a cerimónia irá muito além do tradicional espetáculo musical.
O diretor artístico italiano, apesar de não revelar pormenores, elevou muito a fasquia sobre o espetáculo de abertura. "Temos uma equipa de 900 pessoas com os melhores coreógrafos e técnicos de iluminação do mundo", garantiu Balich. "Acho que vai ser um grande passo para a história dos Mundiais, e a próxima edição nos Estados Unidos, México e Canadá herdará o desafio de criar este grande show que enriquece a experiência e a identidade de todo o torneio", acrescentou, desvendando que não será nada parecido com o que se passa no intervalo do Super Bowl.
Devido às polémicas e às questões culturais do Qatar, vários artistas recusaram atuar na cerimónia de abertura, casos de Shakira, Dua Lipa e Rod Stewart. Certas são as presença da estrela do K-pop sul coreano Jung Kook (BTS), que irá cantar o tema "Dreamers", uma das músicas oficiais do Mundial 2022, e ainda de Robbie Williams, Lil Baby e dos já repetentes Black Eyed Peas.
Estão previstos ainda os habituais discursos do presidente da FIFA, Gianni Infantino, bem como do emir do Qatar, o xeque Tamim bin Hamad Al-Thani.