"Estava no Boavista, que me queria emprestar, e lembro-me que na altura houve eleições no Vitória de Setúbal e o Jesus era o treinador da direção que tinha vencido. Ele ligou-me a dizer que sabia que o Boavista me queria emprestar, que ia ser o próximo treinador do Vitória e que gostava de contar comigo e saber da minha disponibilidade. Como sou aqui do sul, o Vitória era um dos grandes clubes a nível nacional e ia lutar por subir à I Liga e eu disse-lhe 'mister, tudo bem'. Entretanto, acerto tudo para o empréstimo com o Quinito, que na altura era o diretor desportivo do Vitória, mas quando chego lá, houve novas eleições porque tinha havido uma confusão nas anteriores, e o novo presidente, o Chumbita Nunes, tinha o Carvalhal para treinador. Ou seja, sou contratado a pedido do Jesus e faço a época com o Carvalhal", conta José Pedro, que talvez por causa disso não teve um arranque fácil no Bonfim: "Como não era opção dele, não joguei os dois primeiros jogos e aquilo começou a fazer-me um bocado de impressão. Como estava emprestado, precisava de jogar e fui falar com o Quinito e disse-lhe 'mister (também o tratava assim), sei que fui contratado pelo Jesus mas se saí do Boavista é para jogar, se não não vale a pena, fale lá com a direção do Boavista e eu ou volto para lá ou vou para outro sítio onde jogue. 'Ai meu querido, tem calma', aquelas coisas do Quinito (risos). O certo é que na semana seguinte joguei e a partir da nona jornada passo a ser titular e acabo por ser uma das peças influentes, fiz oito golos e algumas assistências e foi uma época muito positiva para mim."