Carlos Vicens. Chegou o treinador autoexigente escolhido para levar o Sp. Braga ao título
Sem pressão pelo objetivo de conquistar o título nacional de futebol. Assim se confessou Carlos Vicens, esta segunda-feira, na apresentação como treinador do Sp. Braga. O técnico espanhol de 42 anos, antigo adjunto de Pep Guardiola nos ingleses do Manchester City nas últimas quatro temporadas, assumiu que chega a Braga com “a máxima ilusão, responsabilidade, autoconfiança” que um treinador pode ter.
“A nossa força está no processo, no método, no dia-a-dia e na forma de fazer as coisas. Queremos ter um dia a dia de exigência máxima, que os jogadores tenham hábitos e rendimento diário em busca da excelência” para tentar “ganhar os jogos”, disse Vicens, um treinador com “um alto nível de autoexigência”. Alguém que dá “importância máxima” ao que se faz no dia a dia” e “obcecado” em tirar o melhor de cada um dos jogadores.
E a querer caminhar em nome próprio. Quando questionado sobre se o Sp. Braga vai jogar “à Guardiola”, o espanhol respondeu que, apesar de considerar Pep Guardiola como um “mentor”, com o qual aprendeu em cada dia que passou com ele, agora chegou a um clube com “a sua própria identidade, com a sua história”.
Sobre o plantel, disse ter visto vários jogos da equipa bracarense mostrando-se “confiança e tranquilo” sobre o nível dos jogadores, garantindo que irá estar muito atento aos jovens da formação. “A academia do SP. Braga é de topo e é impossível pensar no futuro de um clube como este sem pensar nos recursos que a academia pode dar à primeira equipa. Queremos dar oportunidade aos jovens, sabendo que vamos colocar um nível de exigência altíssimo. Vão ter que se adaptar”, avisou Carlos Vicens, nascido a 12 de fevereiro de 1983, em Colònia Sant Jordi, Maiorca.
O treinador elogiou o futebol português, considerando “incrível” a qualidade dos jogadores e treinadores portugueses: “a seleção e os resultados que tem tido nos últimos anos fala desse nível e de toda a infraestrutura futebolística que há no país.”
O presidente do Sporting de Braga, António Salvador, depois de ser reeleito confessou querer ser campeão nacional até 2029, último ano do atual mandato. Um objetivo que não assusta o recém chegado técnico:“Não me sinto pressionado. A pressão, para mim, está na autoexigência que vamos, eu e a minha equipa técnica, meter no trabalho do dia-a-dia. Em todos os processos, os resultados têm que ser consequência do trabalho diário. É nisso que nos vamos focar.”
Já António Salvador disse ter escolhido o espanhol para atingir o “objetivo do clube e todos os bracarenses”, o de ser, “a médio prazo, campeões nacionais”, mas acrescentou que este ano ainda não se vai “falar de títulos”. “Sabemos o que queremos e o que precisamos para lá chegar. O que lhe [Carlos Vicens] peço é fazer melhor que no ano passado, o que não vai ser fácil. Temos as pré-eliminatórias da Liga Europa, seis jogos muito importantes e difíceis, mais quatro jogos do campeonato pelo meio, e o foco tem que ser esse”, afirmou o líder do Guerreiros do Minho.
A equipa técnica de Carlos Vicens é constituída por Mário Enguidanos (ex-Valência), Lander Garcia (ex-Real Sociedad), António Gomez (ex-Seleção de Espanha), Jordi Fernández (ex-Veneza) e Guilhermo Alonzo (ex-Leeds e Middlesbrough). Eduardo e Orlando Silva transitam da anterior equipa técnica e assumem a preparação dos guarda-redes.
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