Com uma exibição bem mais positiva, Portugal cumpriu sem sobressaltos a segunda jornada da fase de qualificação para Europeu de 2024, goleando o Luxemburgo por 6-0, numa partida em que Cristiano Ronaldo voltou a bisar, chegando aos 122 golos como internacional. Em pouco mais de meia hora, a equipa de Roberto Martínez resolveu cedo uma questão que se esperava mais complicada antes de chegar à meia dúzia na segunda parte, assumindo a liderança isolada do Grupo J, depois do desaire da Bósnia na Eslováquia..Depois da seleção nacional ter disputado o último jogo oficial no velhinho Josy Barthel faz esta segunda-feira dois anos, o novíssimo Stade de Luxembourg (com capacidade para quase dez mil espectadores e que custou perto de 80 milhões de euros - quase mais 20 do que o inicialmente previsto) acolheu finalmente a equipa das quinas, cujo técnico optou, sem surpresa, pelo 3x4x3 que estreara frente ao Liechtenstein na primeira ronda. As únicas alterações promovidas por Roberto Martínez para esta partida verificaram-se na defesa: Diogo Dalot, António Silva e Nuno Mendes foram promovidos à titularidade nos lugares de João Cancelo (que começou no banco), Gonçalo Inácio e Raphaël Guerreiro (os dois nomes excluídos da ficha de jogo). Do lado luxemburguês, Luc Holz também operou três mexidas em relação ao conjunto que arrancara um nulo na Eslováquia, dando seguimento a uma fase bem positiva da equipa nacional do Grão-Ducado (repleta de apelidos lusófonos, como tem sido hábito), que apenas sofrera uma derrota nas nove partidas anteriores..Numa noite chuvosa, com as bancadas repletas (apesar de os bilhetes terem atingido preços astronómicos) e sob o olhar do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e do primeiro-ministro, António Costa, o primeiro sinal de perigo foi dado pelos leões vermelhos. Vincent Thill arrancou rumo à área portuguesa, tabelou com Sinani e arriscou um remate, que acabaria por esbarrar na oposição de Rúben Dias (6'). Pensou-se que Portugal poderia passar por algumas dificuldades mas a verdade é que a equipa arrancou para uma primeira parte de grande nível, resolvendo rapidamente a questão dos pontos em jogo - se é que alguma vez tivesse estado em jogo. Dois minutos depois, surgiu o primeiro golo: um cruzamento largo de Bruno Fernandes apanhou Nuno Mendes ao segundo poste, com o lateral a tocar de cabeça para a zona central, onde o inevitável Cristiano Ronaldo desviou para a baliza. Aos 15 minutos surgiu o segundo: novo cruzamento, desta feita de Bernardo Silva, com João Félix a marcar de cabeça sem dificuldade. E, aos 18, o terceiro: passe longo de João Palhinha e desvio irrepreensível de Bernardo com a cabeça para o fundo da baliza. Três remates, três golos, uma eficácia tremenda e um controlo total e completo de todas as situações de jogo..E, ao quarto... o 0-4, com apenas 31 minutos decorridos. Desta vez o passe, no momento certo, coube a Bruno Fernandes, que deixou CR7 na cara de Anthony Moris e este, fatalmente, não perdoou com o pé esquerdo (122º golo na seleção, 11º à sua "vítima" favorita). A equipa da casa pagava o preço de ter acreditado que podia complicar a vida ao seu poderoso adversário, concedendo demasiados espaços na sua zona defensiva, aproveitados sem dó nem piedade pelos portugueses..Até ao intervalo, Danilo ainda colocaria a bola na baliza, mas em posição irregular, e João Félix esteve perto de chegar à mão cheia de golos, num remate de fora da área que passou sobre a trave já no tempo de compensação..Descontente com a prestação da sua equipa, Luc Holtz fez três substituições para a segunda parte e os leões vermelhos ameaçaram atenuar o desaire logo a abrir. De novo, coube a Thill, um ex-Nacional, o remate, após lance individual, mas Patrício, atento, defendeu bem. Naturalmente, o desnível no marcador conduziu a uma segunda parte muito menos interessante por parte da equipa de Martínez, que aproveitou para mexer aos 63 minutos, tirando CR7 e Bernardo por Gonçalo Ramos e Rúben Neves - que passou a acompanhar Palhinha. Pouco depois, entraram Otávio e Rafael Leão, que acabariam por construir um resultado de mão cheia depois de uma arrancada impressionante de Nuno Mendes que levou tudo à frente: o extremo rossonero cruzou para o médio dos dragões cabecear com êxito (77')..Mas ainda havia mais: um livre direto de Rúben Neves esbarrou na trave e Rafael Leão desperdiçou um pontapé de penálti que ele própria conquistara - no canto, Ramos impediu que Rúben Dias também fizesse o gosto ao pé. E o milanês acabaria por se redimir do falhanço dos 11 metros em lance individual, fechando a contagem aos 88 minutos.