Braga desgasta FC Porto e empata no fim
Num jogo que só teve emoção na segunda parte, e depois dos 80 minutos, o FC Porto controlou o Sp. Braga, marcou duas vezes e parecia ter a vitória no bolso. Mesmo depois da expulsão de Corona (duplo amarelo, segundo aos 60"), campeão nacional estava muito por cima, mantendo o adversário longe da baliza de Marchesín.
Mas foi uma ilusão, apesar de algo duradoura: a partir dos 80 minutos, o Braga conseguiu finalmente remeter o FC Porto para os últimos trinta metros e começou-se a notar demasiado a exaustão dos jogadores de Sérgio Conceição. Pepe, Sérgio Oliveira e até Marega deram sinais de cansaço extremo.
O maior sinal foi a saída de Zaidu, que entrou aos 75" e saiu aos 90"+2". Pelo meio, a equipa de Carvalhal, finalmente, conseguiu mostrar por que é tão considerada pelos adversários. Pressão sobre as linhas média e defensiva do FC Porto, circulação rápida da bola e lances na área a causar ansiedade no FC Porto.
Mas antes houve 80 minutos de superioridade do FC Porto. Não uma superioridade inatacável, porque em números as ações equivaliam-se, mas de uma equipa mais experiente em duelos de alto calibre.
Claro que o penálti de Tormena sobre Marega desbloqueou muito o FC Porto. Porque Sérgio Oliveira manteve a eficácia (oito penáltis, oito golos esta época), mas porque permitiu à equipa de Conceição jogar com mais espaço nas transições.
E se jogar com mais espaço nas transições já é uma vantagem, fazê-lo com um craque como Corona é um perigo para os adversários. Porque o mexicano inventa espaços com a qualidade técnica e de decisão que tem. Foi assim que criou o 0-2, furando pela esquerda e servindo com classe Taremi. Este também não engana: encheu o pé e, no coração da área, atirou para o golo (54").
Faltava muito tempo, mas parecia que o FC Porto tinha a fórmula para manter a tranquilidade frente a um adversário direto. Só que aos 60", Corona fez uma falta por trás e viu o segundo cartão amarelo. E o vermelho.
A jogar com menos um, ainda assim, o campeão conseguiu controlar o jogo sem grandes incómodos. Mas faltava muito tempo e numa época em que há jogos de três em três dias, as equipas que rodam menos jogadores desgastam-se muito.
A partir dos 80 minutos, o FC Porto ficou exaurido. Notou-se em vários jogadores e na forma como o Braga começou a galvanizar-se no ataque contínuo à área portista.
Aos 84", Ricardo Horta quase conseguia um golaço, tendo feito tudo bem, desde a receção ao drible, passando pela tentativa de chapéu a Marchesín. Mas Pepe estava atento, por trás do guarda-redes, e evitou o golo de cabeça.
Foi, talvez, o sinal de que precisava a equipa de Carvalhal. Três minutos depois, mais uma boa jogada na direita, bola colocada na zona central e Fransérgio a encher o pé para bater Marchesín.
Ainda faltava muito, na perspetiva de uma equipa fragilizada fisicamente, e o Braga acabou por chegar mesmo ao empate. Gaitán, velho rival dos clássicos entre FC Porto e Benfica, fez o 2-2 aos 90"+4".
No final, Matheus (a remate de Marega, aos 90"+7") e Marchesín (num livre de Gaitán, 90"+9") ainda evitaram que o resultado se alterasse.
Com este empate, o FC Porto assegura vantagem no confronto direto (3-1 no Dragão) e o 2.º lugar, com 40 pontos. Mas o Sporting só joga terça-feira, visitando o Gil Vicente; uma vitória colocará os leões com oito pontos de vantagem.
Já o Braga garante o 3.º lugar, com 37 pontos, mas pode ser igualado pelo Benfica, se vencer na Luz o Famalicão segunda-feira.