Treinadora e jogadoras do Benfica festejam a conquista da quarta Taça da Liga em cinco edições.
Treinadora e jogadoras do Benfica festejam a conquista da quarta Taça da Liga em cinco edições.FPF

Benfica dominador no futebol feminino. 12 troféus em cinco épocas

Equipa de Filipa Patão venceu a Taça da Liga e ainda pode vencer o campeonato e a Taça de Portugal esta temporada, que arrancou com a conquista da Supertaça.
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O Benfica venceu na quarta-feira o Sporting (1-0) e conquistou a quarta Taça da Liga em cinco edições, repetindo as conquistas de 2019-20, 2020-21 e 2022-23 e elevando para 12 o número de troféus ganhos desde que o clube decidiu apostar no futebol feminino.

Uma aposta ganha e que se traduz em 2,4 troféus por época em média, tendo em conta que na temporada 2019-20 não foram entregues taças devido à pandemia e que as águias, agora tricampeãs nacionais, iniciaram na II Liga. Durante esse período só cinco troféus foram erguidos pela concorrência: Sporting (Supertaça 2021 e Taça de Portugal 2021-22 ), Sp. Braga (Taça de Portugal 2019-20 e Taça da Liga 2021-22) e Famalicão (Taça de Portugal 2022-23).

O projeto começou a ser estruturado em 2017. O jogo de apresentação da primeira equipa foi no Estádio da Luz, a dia 1 de setembro de 2018, diante do Dep. Corunha (2-2). Patrícia Llanos entrou para a história como autora do primeiro golo do futebol feminino do Benfica num jogo visto por 8126 adeptos. Ao nível das assistências, o clube também tem feito história ao longo dos anos, com o Estádio da Luz a deter o recorde de assistência - 27 221 pessoas - num Benfica-Sporting jogado no dia 7 de julho de 2023.

Através de um rigoroso processo de observação e seleção, os dirigentes montaram uma equipa com juventude, experiência e qualidade para permitir que a entrada na modalidade, na II Liga de 2018-19, terminasse na desejada subida ao principal campeonato logo no primeiro ano. E conseguiu-o de forma esmagadora. Com uma estrutura profissional e jogadoras de seleção como Darlene, Pauleta, Sílvia Rebelo (capitã) ou Ana Vitória, as goleadas eram quase jogo sim jogo sim. O recorde em vigor é de 32-0 e foi estabelecido num jogo frente ao Casa do Povo do Pego, mas a temporada fechou com 452 golos marcados (!) e seis sofridos em 36 partidas.

Depois de festejar a subida, a exigência aumentou e foi acompanhada com um investimento ímpar - hoje o orçamento da equipa já supera o da equipa B masculina, por exemplo -, mas a pandemia bloqueou a competição e a época 2019-20 terminou sem campeão, numa altura em que o Benfica liderava a tabela com os mesmos 42 pontos que o Sporting, mas mais 37 golos marcados.

A canadiana Cloé Lacasse (maior venda do futebol português, quando em 2023 se mudou para o Arsenal) foi a melhor marcadora, com 23 golos, e ajudou as águias a festejarem o primeiro título na época seguinte. Além de se sagrarem campeãs em 2020-21, venceram também a Supertaça e a Taça da Liga. 

Desde então a Liga BPI não conhece outro campeão que não o Benfica, que apostou no fortalecimento da equipa com contratações como Jéssica Silva e a promoção de Kika Nazareth, repetindo o triunfo em 2021-22 e 2022-23 num claro domínio da modalidade. 

As águias também venceram três das quatro Supertaças que disputaram - 2019, 2022 e 2023. Mas na Taça de Portugal o caminho tem sido mais complicado. A equipa orientada por Filipa Patão desde 2020 que tem procurado quebrar o enguiço na prova-rainha que dura desde 2019, ano em que levantaram o troféu como equipa da II Liga. Repetir esse triunfo este ano é possível, uma vez que o Benfica vai jogar a final da Taça de Portugal com o Racing Power, no dia 19 no Jamor.

Uma semana antes será conhecido o campeão nacional. Nesta altura, quando faltam jogar duas jornadas para o fim da Liga BPI, as águias lideram com mais dois pontos do que as leoas (50 contra 48), que procuram interromper o domínio rival. Já as águias ambicionam o tetracampeonato e o pleno de troféus na temporada que arrancou com a conquista da Supertaça em formato final four.

O Benfica também fez história nas competições europeias. Em 2020-21, pela primeira vez uma equipa nacional entrou na fase de grupos da Liga dos Campeões, mas este ano as benfiquistas colocaram a fasquia bem alta com a presença nos quartos de final da prova, sendo eliminadas pelo Lyon (sete vezes campeão europeu).

E se na próxima época mais do que uma equipa portuguesa irá jogar a prova milionária isso deve-se em grande parte ao sucesso das atuais campeãs nacionais.

isaura.almeida@dn.pt

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