Aliança luso-japonesa no regresso do Sporting aos triunfos na I Liga
Sem fazer contas aos pontos já perdidos (11 em oito jornadas) e de olho nos que ainda pode ganhar até ao final do campeonato, o Sporting amealhou mais três para a contabilidade da I Liga. O triunfo de hoje, sobre o Gil Vicente (3-1), no Estádio José Alvalade, foi escasso face ao caudal ofensivo leonino e às facilidades concedidas pelos gilistas no jogo da 8.ª jornada. Morita, o homem que pede licença para tudo e diz sempre obrigado (segundo Rúben Amorim), foi ontem o homem do jogo, com um golo e uma assistência.
Treze dias após sofrer a terceira derrota na prova, no Bessa (1-2), e após uma paragem para os jogos das seleções, os leões regressaram aos triunfos e passaram a somar 13 pontos, colocando-se, à condição, a um do sexto lugar do Casa Pia, enquanto o Gi Vicente se manteve com nove, na 10.ª posição.
Apesar de já ser esperada a presença de José Marsà no onze, face à ausência forçada de Coates (St.Juste ficou no banco), por lesão, não deixou de ser uma novidade. O jovem central espanhol jogou ao lado de Gonçalo Inácio e Matheus Reis permitindo a Rúben Amorim manter o habitual esquema de três centrais.
O maior desafio para a equipa leonina no início do jogo foi encaixar no surpreendente esquema do Gil Vicente. Ivo Vieira apresentou um onze com mudança profundas, a jogar com três centrais e com Lucas, Tomás Araújo e Rúben Fernandes a titular.
À passagem dos 10 minutos, Paulinho marcou, mas o golo foi invalidado pelo VAR. O avançado estava fora de jogo quando recebeu a bola de Nuno Santos... que não desanimou no capítulo das assistências e logo depois acabou por servir Morita para o 1-0. Deu ideia que o esquerdino tentou fuzilar Andrew Silva, mas a bola foi ter com o japonês, que assim se estreou a marcar pelos leões.
O jogo tornara-se fácil para o Sporting. A equipa de Rúben Amorim era objetiva e chegava à área gilista com três/quatro toques. E foi mesmo num desses lances que chegou ao 2-0. Morita recebeu a bola de Marsá e usou o calcanhar para servir Pote, que também respondeu com classe e tirou um adversário da frente antes de festejar o jogo 100 de leão ao peito com um belo golo.
Com mais de 70 minutos pela frente, o jogo parecia resolvido. Foi preciso encontrar ânimo e motivação contra o desperdício no segundo tempo. No regresso dos balneários, a linha de cinco defesas do Gil foi desmontada, em detrimento do tradicional 4x3x3, o que permitiu à equipa visitante ficar mais confortável no jogo, mas sem causar grandes estragos até final.
Trincão manteve o leão na frente e ainda marcou antes de sair, mas o golo seria invalidado. O Sporting é que não desistiu de procurar o terceiro e conseguiu-o por Rochinha (a passe de Esgaio). A partida estava definitivamente ganha.
O espectador Adán mal foi incomodado na baliza leonina. Numa das raras vezes, saiu ao pés de Fran Navarro e evitou o golo (69"); noutra, viu a barra travar o remate de Boselli (83"); mas acabou mesmo por sofrer um golo no último lance da partida: Fran Navarro aproveitou as já famosas desatenções finais do Sporting para fazer o golo da honra gilista, que a bem da verdade não merecia mais num jogo em que andou mais de 70 minutos perdido e subjugado em campo. O avançado espanhol fez o quinto golo da época e mostrou que é um caso sério neste campeonato.
E assim se construiu a sétima vitória seguidas dos leões em duelos com gilistas. "Um jogo bastante competente, que podia ter sido mais complicado se não tivéssemos marcado os golos na primeira parte", referiu Rúben Amorim no final. "Criámos várias oportunidades, não deixámos o Gil Vicente criar, talvez só na fase final da primeira parte com o Navarro. Na segunda parte voltámos a ser competentes, com várias oportunidades. Devíamos ter feito mais golos e não podíamos ter sofrido. Um golo complicado, com um ressalto no avançado, que sobra para o Navarro finalizar. Mas foi uma vitória justíssima, podia ter sido mais dilatada", concluiu o técnico do Sporting.
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