Desemprego jovem em Portugal pior do que a média da União Europeia

A taxa da população entre 15 e 29 anos sem trabalho fixou-se em 15,9%, 2,9 pontos acima da média de 13% registada no bloco comunitário. Madeira, Açores, Algarve e região de Lisboa têm os valores mais elevados do país.
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O desemprego jovem em Portugal fixou-se em 15,9%, no ano passado, 2,9 pontos acima da média da União Europeia (UE), de 13%, segundo o relatório do Eurostat publicado esta segunda-feira.

Analisando a taxa de população entre 15 e 29 anos sem trabalho por regiões do país, Madeira, Algarve e Açores atingiram os valores mais elevados, com 21,1%, 19,4% e 17,2% respetivamente. Logo a seguir, destaque para a Área Metropolitana de Lisboa com uma taxa de desemprego jovem de 16,1%.

No sentido inverso, Norte (15,6%), Alentejo (15,2%) e Centro (15,1%) são as regiões com as taxas mais baixas de população jovem desempregada.

Quanto à evolução do índice na UE, o gabinete de estatísticas europeu revela que houve uma redução de 0,3 pontos da taxa de 13,3%, registada em 2020, para 13%, em 2021. Os dados revelam, contudo, que o bloco comunitário ainda não recuperou o suficiente para chegar ao nível do período de 2019, anterior à pandemia, quando a taxa estava nos 11,9%.

O Eurostat considera que "o impacto da crise da covid-19 e das medidas associadas afetaram desproporcionalmente os jovens em termos de desemprego, especialmente em 2020, quando a taxa de desemprego dos jovens subiu 1,4 pontos percentuais" de 11,9%, em 2019, para 13,3%, em 2020. No ano passado, registou-se uma queda ligeira de apenas 0,3 pontos para 13%. Ainda assim, diminuiu mais do que a taxa de desemprego global que baixou apenas 0,1 pontos, de 7,1%, em 2020, para 7%, em 2021.

Excluindo as regiões para as quais os dados se referem a 2019 (por exemplo, a maioria das regiões da Alemanha), as menores taxas de desemprego jovem, em 2021, foram registadas nas zonas orientais da UE: quatro regiões na República Checa, que tiveram a taxa mais baixa, de 3,7%; três regiões na Hungria (incluindo a capital de Budapeste), com 4,8%; e a região polaca Wielkopolskie, com 4%.

As taxas mais elevadas estavam concentradas no sul da Europa. Em 23 regiões, mais de 30% da força de trabalho, entre os 15 a 29 anos, estava desempregada. No topo, encontram-se seis regiões, maioritariamente periféricas ou remotas, onde a taxa é superior a 40%: Cidade Autónoma de Ceuta (56%) e Cidade Autónoma de Melilla (41,9%), ambas em Espanha, Anatoliki Makedonia, Thraki (45,1%) e Dytiki Makedonia (42,3%), na Grécia, Mayotte (43,0%), em França, e Sicília (40,1%), em Itália.

A taxa de desemprego dos jovens da UE (13%) foi quase o dobro da taxa de desemprego global (7%), em 2021, e superior à taxa de desemprego para pessoas com idades compreendidas entre os 15 e os 74 anos, em cada uma das 192 regiões de nível 2 NUTS para os quais os dados estão disponíveis.

Em quase metade (46,4%) dessas regiões, a taxa de desemprego jovem era pelo menos duas vezes maior que a taxa geral de desemprego. O intervalo mais elevado entre estes dois índices foi registado em Vest, na Roménia, onde o desemprego jovem era 3,5 vezes superior à taxa de desemprego global. Rácios relativamente elevados, de 2,8 ou 2,9 vezes mais face ao índice geral, foram identificados em Basilicata e Molise, no sul Itália, e Prov. Vlaams-Brabant, na Bélgica.

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