‘Terras Sem Sombra’ leva as Filipinas a Arraiolos
Na cerimónia de apresentação da 21.ª temporada do Terras Sem Sombra, ontem realizada em Lisboa, o diretor-geral do festival, José António Falcão, declarou-se “extremamente satisfeito por ser possível receber as Filipinas como o país convidado em 2025, o que vai permitir ir ao encontro não só de outros aspetos do património musical desse vasto país, com raízes sonoras muito diversificadas, mas também receber intérpretes de grande valor artístico, que triunfam nos grandes palcos do mundo”. E já no próximo fim de semana de 15 e 16 , a soprano filipina Antoni Mendezona atuará em Arraiolos, acompanhada pelo pianista português Nuno Margarido Lopes.
Festival criado em 2003, e que associa a música clássica à defesa do património cultural e à salvaguarda da biodiversidade, o Terras sem Sombra vai percorrer o Alentejo até dezembro, passando por 14 concelhos dos distritos de Beja, Évora, Portalegre e Setúbal. Marcará também presença, nesta temporada, no concelho ribatejano de Coruche e em duas localidades espanholas com uma forte ligação a Portugal.
Anfitrião na cerimónia, o embaixador Paul Raymund P. Cortes disse que esta temporada do festival constitui “um marco no intercâmbio cultural entre as Filipinas e Portugal” e relembrou que desde 2019 que artistas filipinos atuam no Alentejo, já no âmbito do Festival Terras Sem Sombra, “da cativante soprano Manila Adap, em Cuba, à maestria do piano de Lawrence Alinganga, em Ferreira do Alentejo, as performances virtuosas do dr. Raul Sunico, em Odemira e Mourão, as harmonias encantadoras do duo Nightingales, em Mértola, e as vozes inspiradoras do coro jovem Sing Philippines, em Arronches”.
Na noite do próximo sábado, em Arraiolos, o concerto de Antoni Mendezona e Nuno Margarido Lopes, na Igreja da Misericórdia, terá como mote “Mundos convergentes: A Canção Filipina e a Canção Europeia”, um tema que se reveste de especial significado quando se pensa que o primeiro europeu nas Filipinas foi o português Fernão de Magalhães.
Na tarde de sábado, a atividade relacionada com o património cultural acontecerá no Castelo de Arraiolos, enquanto na manhã de domingo a ação ligada à biodiversidade será a visita à Herdade de Coelheiros. O programa é de acesso livre e gratuito, como é tradicional no Terras Sem Sombra.
José António Falcão, historiador que tem laços profundos com o Alentejo, sublinhou que esta temporada tem como tema “o eterno feminino e a condição da mulher na música” e aproveitou igualmente a cerimónia na Embaixada das Filipinas para anunciar o regresso do Prémio Internacional Terras Sem Sombra, a entregar em local e data a definir.
Depois de Arraiolos, o Terras Sem Sombra seguirá para Ferreira do Alentejo, a 5 e 6 de abril.