Música, património e ambiente em Castelo de Vide com o Terras sem Sombra
Festival Terras sem Sombra está de regresso a Castelo de Vide.
Vêm da Hungria e prometem animar a noite de Castelo de Vide no próximo sábado, 27, na igreja do Convento de São Francisco. Os violinistas Vilmos Szabadi e Boglárka Farkas apresentarão o concerto "Diálogos Infinitos: Um Repertório para Dois Violinos", com peças de Jean-Maria Leclair, Ignaz Josef Pleyel,György Ligeti ou Franz von Vecsey. A título de curiosidade (e porque não é coisa que se veja ou ouça todos os dias) refira-se que um dos violinos a usar neste concerto é uma peça do século XVIII e pertence ao Estado húngaro.
A anteceder este serão musical, como habitualmente acontece nos fins-de-semana do Festival Terras sem Sombra, os participantes são desafiados a conhecer melhor o património edificado da vila, com uma visita guiada intitulada "Fons Vitae: O Património Aquático de Castelo de Vide".
Com encontro marcado no Jardim Grande, às 15 horas, o objetivo desta atividade é conhecer uma riqueza patenteada em estruturas monumentais, algumas de elevado valor artístico, como a Fonte da Mealhada, a Fonte do Martinho, a Fonte Nova e a Fonte da Vila, cujo papel no planeamento urbano da antiga judiaria é inegável. Este périplo pelo património hídrico castelo-vidense inclui ainda visita à exploração da Vitalis, cujas águas brotam de maciços quartzíticos, circulando numa intricada rede de fracturas na rocha.
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Este segundo fim-de-semana desta 19ª temporada do Festival Terras sem Sombra termina na manhã de domingo, 28, com um passeio dedicado à sustentabilidade ambiental. Com inicio marcado para às 9.30, tendo como ponto de encontro o Jardim Grande, esta visita leva o título de "Da Agricultura à Biodiversidade: A Granja do Prado e o Legado de João José Le Coq". Esta atividade evoca a vida e obra de João José Le Coq (1798-1879), comendador da Ordem de Cristo, director da Litografia Régia, director e professor da Escola Normal que, em 1838, adquiriu propriedades em Castelo de Vide. Entre estas destacava-se a vasta Quinta do Prado, em breve vista como modelo de lavoura no Portugal da Regeneração. A fama desta propriedade atraiu à região altas personalidades da vida pública, que lhe teciam os maiores elogios face ao aproveitamento daquelas terras, nomeadamente nos âmbitos da captação de água para a rega de novas culturas e do acompanhamento dado aos trabalhadores rurais.