Todos os anos por esta altura a Feira do Livro de Lisboa atrai milhares de pessoas ao Parque Eduardo VII e 2025 não é exceção. A 95.ª edição deste evento arranca amanhã e os seus 350 pavilhões podem ser visitados até 22 de junho. Trata-se de um momento importante em termos de vendas, mas mais do que isso, sublinham as editoras ao DN, é a ligação que se cria entre os livros e os leitores.“Estamos a falar do maior evento cultural do nosso país e é um espaço que permite aos editores, de facto, apresentarem algumas partes do seu catálogo que, ao longo do ano, não têm necessariamente o espaço que desejam”, afirma ao DN Miguel Pauseiro, presidente da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), acrescentando que esta é também uma feira relacional. “É também importante pela relação direta que se estabelece entre os editores, os autores e os leitores. No fundo, é a aproximação, a relação é marcante e faz com que depois outras coisas venham a acontecer”.A Feira do Livro é importante para as editoras em termos de vendas, mas não é no verão que mais faturam. “A altura do ano em que as editoras mais vendem livros continua a ser, e continuará a ser, o final do ano”, diz o presidente da APEL.Para a Porto Editora, grupo do qual fazem parte também empresas como Areal Editores e a Bertrand, e que tem no portefólio várias chancelas, entre as quais a Quetzal Editores, Pergaminho, Assírio & Alvim ou Contraponto, a Feira do Livro de Lisboa é um momento-chave no calendário editorial nacional. “Mais do que um evento comercial, a Feira do Livro de Lisboa continua a afirmar-se como uma plataforma cultural privilegiada de diálogo entre leitores e autores, num verdadeiro momento de celebração da leitura e da escrita. A nossa participação reflete o compromisso contínuo do grupo com a promoção do livro e dos autores”, diz. Este grupo editorial, um dos maiores do país, sublinha a afluência recorde à feira que se registou no ano passado, estimada em mais de um milhão de visitantes. A editora marcou presença na Feira do Livro com 30 pavilhões que registaram uma atividade expressiva, “com um crescimento das vendas face a 2023”, avança a Porto Editora sem revelar números.Este ano os espaços da Porto Editora na feira contam com mais de 60 mil livros. Na última edição, os géneros literários que mais venderam foram o infantil e juvenil, literatura e não ficção. “Notámos também um crescimento assinalável do interesse por títulos do universo young adult (jovem adulto), com muitos adolescentes a visitar a feira”, sublinha a editora.É também nesta altura “que obras menos recentes ganham nova visibilidade, sendo redescobertas por leitores atentos ou apresentadas a novas gerações”, acrescenta o grupo editorial.Este ano a Porto Editora terá mais de 100 autores portugueses e vários autores internacionais presentes no evento. “A seleção dos autores é feita com base num equilíbrio entre vários critérios: a atualidade das suas obras, a relevância cultural e literária, o interesse do público, a diversidade dos nossos catálogos e, naturalmente, a disponibilidade de agenda dos próprios”.Nesta edição, a Porto Editora, em conjunto com BertrandCírculo, terá mais de 200 eventos, com destaque para os mais de 20 lançamentos e apresentações. Já para o grupo Leya, outro dos grandes grupos editoriais nacionais com chancelas como D. Quixote, Caminho, Oficina do Livro, Lua de Papel ou ASA, a Feira do Livro tem como grande objetivo criar ligação entre os leitores e os livros. “Os autores gostam muito de conhecer quem são as pessoas que os leem e os leitores têm um gozo enorme em poder trocar umas palavras. A coisa mais extraordinária da feira para a Leya é poder proporcionar esse ambiente vibrante”, diz ao DN Ana Rita Bessa, CEO deste grupo editorial. A Leya leva ao Parque Eduardo VII os autores que vão lançar livros durante a feira ou que lançaram obras recentemente. É este o critério seguido.Sobre as vendas, Ana Rita Bessa afirma que é uma altura forte do ano, e destaca a “Hora H” que dá acesso a 50% de desconto mínimo numa seleção de livros de segunda a quinta-feira na última hora da feira. “A Hora H é muito interessante. Por exemplo, no caso das bandas desenhadas, há leitores que se deslocam à feira para comprar a coleção inteira. Acaba por ser um incentivo à venda e reflete-se”, diz a administradora do grupo Leya.Este ano a programação da Leya terá como tema “Cultive a Leitura. Cultive o Planeta” e conta com mais de 200 iniciativas, incluindo sessões de autógrafos, cerca de 70 momentos de palco e a participação de perto de 150 autores. Haverá ainda um tributo a Maria Teresa Horta e a Pedro Sobral (ex-presidente da APEL, que morreu em dezembro de 2024). Editores e livreiros preparam Feira do Livro no Parque Eduardo VII (fotogaleria).Feira do Livro regressa ao Parque Eduardo VII com uma nova praça e mais sustentável .Arraiais, marchas, casamentos, D.A.M.A e Bárbara Bandeira. Assim vão ser as Festas de Lisboa