Comic Con: o mundo da cultura pop abre as portas

A 8.ª edição do evento arrancou ontem na Altice Arena com a presença do ator Jacob Batalon, antestreia exclusiva da série<em> Reginald The Vampire,</em> atividades de diferentes marcas e cosplays.
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O relógio marcava as 12.00 quando a Comic Con Portugal abriu as portas para o mundo da cultura pop. No evento é possível encontrar desde cosplays ao trono da série House of The Dragon. O primeiro dia foi marcado pela presença do ator Jacob Batalon, protagonista da série Reginald The Vampire, que vai estrear em Portugal em janeiro.

Esta série conta a história de Reginald, um jovem normal que se transforma num vampiro e num herói improvável. Uma série que foge à ideia de vampiros que são o padrão de beleza. "Eu sinto que muitos de nós se podem relacionar com o personagem. Acho que ele representa as inseguranças de todos e como não nos integramos nos padrões do que é ser bonito em Hollywood",disse o ator, em conferência de imprensa, na Comic Con Portugal.

A série inspira-se nos livros The Fat Vampire, mas os diálogos sofreram algumas alterações. Jacob Batalon explicou que leu dois dos livros, que considerou "muito interessantes", e revelou que o autor das obras, Johnny B. Truant, "aparece com figurante na série."

Jacob Batalon, quando questionado sobre o futuro da personagem Ned Leeds do Homem-Aranha, explicou que desde 2016 ambiciona ser um super vilão e que seria uma boa história. "Numas entrevistas digo que quero ser vilão. Muitas pessoas dizem que sim a isso e outras dizem-me logo que não."

Antes do painel do ator, os visitantes assistiram à antestreia do primeiro episódio da série Reginald The Vampire. Já no auditório principal, um dos fãs perguntou sobre a possibilidade de um Homem-Aranha 4, ao que Batalon respondeu a brincar: "O que é isso? É tipo o Super Homem?" "Eu não sei o que vai acontecer", acrescentou.

O Geek Market é uma das atrações principais, onde os visitantes podem encontrar desde mangas a figuras das suas personagens favoritas. Uma das bancas presentes no local é a da Wook, que sai da esfera do digital para contacto direto com o público. "Estamos aqui a representar a nossa área mais de anime e literatura fantástica, para apresentar às novas gerações o que temos no site. Temos também um pouco de merchandising com alguns jogos para os visitantes da feira",disse a representante de marketing da marca ao DN. Depois da passagem na Feira do Livro em Lisboa, esta é a primeira vez da Wook no evento e a ideia não é apenas vender, mas sim apresentar as caras da marca.

É na sala Tejo da Altice Arena que se encontra o espaço dedicado ao cosplay. Nesta zona, as cosplayers Ana Alves, Ana Rodrigues, Tatiana Valada e Alexandra Rolo vendem as suas fotografias impressas. Cada uma irá dar workshops sobre a temática ao longo dos quatro dias, fornecendo conselhos aos visitantes.

"Gosto de ir a convenções e conhecer pessoas novas. Para conhecerem o meu cosplay e falarmos de gostos em comum. Também gosto da competição de concursos, é sempre uma coisa que me leva aos eventos", disse Ana Rodrigues, que veste a personagem Rem, da série de animação japonesa Re: Zero.

Alexandra Rolo, vestida da personagem da Barbie, Blair Willows, faz do cosplay profissão. "Isto acabou por se tornar a minha profissão, fiquei modista e fiz formação na área. Foi um hobby que se tornou em toda a minha vida", afirmou.

As quatro compram e fazem alguns fatos à mão. No entanto, não negam que agora acaba por ser mais fácil comprar do que fazê-los. "Hoje é muito fácil comprar um cosplay, a não ser que seja uma coisa muito específica ou que seja para concurso. Há muitas lojas que vendem cosplays que são mais baratos do que aquilo que nós podíamos produzir. E também dá menos dores de cabeça porque há certos fatos muito difíceis", explicaram.

Ana Alves, vestida da personagem Yuuki Cross do anime Vampire Knight, conta que tem cerca de 80 cosplays, dedicando um estúdio inteiro para os fatos.

Os próprios visitantes do evento entram muitas vezes na pele dos seus personagens favoritos, como é o caso de Paula Martins, que vestiu as roupas da série Handmaid"s Tale, juntamente com o seu filho, de 11 anos, que se apresenta com um fato de Mandalorian e segurando um pequeno peluche do Baby Yoda. "Já há muitos anos que estava a pensar vir à Comic Con e este ano conseguimos. Trago o meu filho, que gosta imenso deste universo. Sobretudo do Mandalorian. É muito engraçado conviver com as pessoas e pedirem-nos para tirarem fotos", afirmou.

De colete refletor e espalhados pelo recinto estão os voluntários da Comic Con Portugal para prestarem apoio ao público. Sandra Jorge, de 23 anos, e Palmira Marques, de 25 anos, fazem voluntariado neste evento pelo quarto ano consecutivo. As duas aproveitaram a oportunidade devido à paixão pela cultura pop. O trabalho de voluntário depende de ano para ano e, até, de dia para dia. "Hoje estamos no Creators Hub. Onde estarei amanhã não sei", explicaram, salientando depois uma das vantagens ao dispor dos voluntários: "É muito giro ver a pessoa famosa fora do ecrã. No ano passado, Lana Parrilla deixou autógrafos para os voluntários. E o Benedict Wong também fez isso em 2019 com todos voluntários. Há certos atores que valorizam imenso a ajuda que nós lhe damos".

Na Comic Con há também um espaço dedicado aos pequenos artistas e às suas criações, o Artist Alley. Mónica Silva tem a sua própria banca com porta-chaves e almofadas dos seus desenhos. "Vim aqui mostrar o meu trabalho relacionado com o mundo da cultura pop e achei que se enquadra com o evento. Tenho um stock de desenhos e antes deste tipo de encontros trabalho um bocadinho mais para fazer coisas relacionadas com o evento em si", disse.

A Comic Con continua até domingo com presença de atores como Alan Tudyk, Zachary Levi , Sean Maguire ou Paula Hawkins.

mariana.goncalves@dn.pt

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