Beyoncé faz história como artista mais premiada de sempre nos Grammys

Artista tem agora 32 estatuetas, depois das quatro ganhas na última noite.

Beyoncé fez história ao tornar-se na artista mais premiada de sempre nos Grammys, depois de levar para casa quatro estatuetas na 65ª edição dos prémios, entregues esta madrugada em Los Angeles.

Beyoncé tem agora 32 Grammys, ultrapassando o maestro anglo-húngaro Georg Solti como artista com mais estatuetas da Academia de Artes e Ciências de Gravação e quebrando um recorde estabelecido em 1997.

"Estou a tentar não me emocionar demasiado", disse Beyoncé no seu discurso de aceitação de Melhor Álbum de Dança/Eletrónica com "Renaissance", perante a ovação de uma audiência dos seus pares. "Quero agradecer a Deus por me proteger", continuou.

Beyoncé agradeceu também à família e ao marido, o rapper Jay-Z, e deu uma palavra aos seus fãs, especialmente na comunidade LGBTQ+. "Quero agradecer à comunidade queer pelo vosso amor", disse.

Beyoncé era a artista mais nomeada da noite, com indicações em nove categorias, e as quatro que venceu catapultaram-na para o topo do pódio dos Grammys. Ganhou com "Renaissance", que foi considerado o Melhor Álbum de Dança/Eletrónica, "Break my Soul", que foi a Melhor Gravação de Dança/Eletrónica, "Plastic off the Sofa", Melhor Performance Tradicional de R&B, e "Cuff it", Melhor Canção R&B.

Com esta edição, a cantora acumulou um total de 88 nomeações aos Grammys na sua carreira e empatou com o marido Jay-Z. Ambos são os artistas mais nomeados na história da Academia, sendo que Beyoncé era já a artista feminina mais premiada de sempre.

No entanto, a cantora era considerada uma das favoritas nos prémios mais cobiçados -- Álbum do Ano, Gravação do Ano e Canção do Ano -- mas não venceu em nenhuma destas categorias. Beyoncé nunca venceu Álbum do Ano, apesar das sucessivas nomeações, sendo que apenas três artistas afro-americanas conseguiram esse feito: Natalie Cole, Whitney Houston e Lauryn Hill.

Em 2020, o cantor John Legend disse que era "quase impossível" para um artista afro-americano ganhar Álbum do Ano e apontou para as várias vezes em que Beyoncé perdeu a categoria.

Em palco, uma das vencedoras que falou da influência de Beyoncé foi Lizzo, ao vencer Gravação do Ano com a canção "About Damn Time" do álbum "Special".

"Mudaste a minha vida", disse Lizzo. "Quando andava no 5.º ano faltei às aulas para ir a um concerto teu", revelou.

Harry Styles viu o seu álbum "Harry's House" ser distinguido com o prémio mais cobiçado da noite, Álbum do Ano, tendo também levado para casa a estatueta de Álbum Pop Vocal do Ano.

"Isto não acontece muitas vezes a pessoas como eu", disse o cantor britânico em palco, mostrando-se surpreendido pelo Grammy quando se previa que a vitória fosse de Beyoncé, com o álbum "Renaissance".

"Sinto-me um pouco arrebatado", disse Harry Styles, mais tarde, aos jornalistas com a estatueta na mão. "Sinto que é uma validação de que estou no caminho certo", considerou. "Porque quando entramos no estúdio para gravar um álbum, fazemos a música que queremos fazer".

Em contraste com as parcas palavras de Styles, Lizzo gritou motes entusiasmados e saltitou ao receber o Grammy por Gravação do Ano, com a sua canção "About Damn Time" do álbum "Special". A cantora dedicou a vitória a um dos artistas que mais a inspirou, Prince, que morreu em 2016.

"Quando perdemos o Prince, decidi dedicar a minha vida a fazer música positiva", contou. "Isto foi numa altura em que música positiva (...) não era a corrente principal e senti-me muito incompreendida. Senti que estava do lado de fora a olhar para dentro", descreveu.

O título de Canção do Ano foi para "Just Like That" de Bonnie Raitt, que venceu contra nomeados como "As It Was" (Harry Styles), "Break my Soul" (Beyoncé) ou "All too Well" (Taylor Swift).

"Estou tão surpreendida que não sei o que dizer", disse Bonnie Raitt em palco, depois de murmurar: "estão a brincar comigo?" quando ouviu a Primeira-dama Jill Biden, que apresentou o prémio, anunciar o seu nome.

Na sala de entrevistas, Raitt explicou que não esperava ter vencido, face a músicas que foram grandes sucessos.

Nas performances pop, Adele venceu a categoria a solo com "Easy on me", que dedicou ao filho Angelo, e Kim Petras e Sam Smith venceram dueto ou grupo com "Unholy". Petras tornou-se na primeira mulher transexual a ser premiada nesta categoria.

A revelação do ano foi Samara Joy, que bateu nomeados como a brasileira Anitta e a banda italiana Måneskin (vencedora da Eurovisão em 2021). Joy também ganhou a estatueta para Melhor álbum jazz vocal com "Linger Awhile".

Já o porto-riquenho Bad Bunny voltou a vencer o prémio de Melhor álbum de música urbana, com "Un Verano Sin Ti", depois de ter ganho esta mesma categoria na edição do ano passado.

A 65.ª edição dos prémios Grammy, entregues pela Academia de Artes e Ciências de Gravação, decorreu esta madrugada na Crytpo.com Arena, em Los Angeles, com apresentação do comediante Trevor Noah.

Lista de principais premiados:

Álbum do ano: "Harry's House", Harry Styles

Gravação do ano: "About Damn Time", Lizzo

Canção do ano: "Just Like That", Bonnie Raitt

Melhor performance pop a solo: "Easy on me", Adele

Melhor performance pop em dueto ou grupo: "Unholy", Sam Smith e Kim Petras

Melhor álbum de dança/eletrónica: "Renaissance", Beyoncé

Melhor gravação de dança/eletrónica: "Break my Soul", Beyoncé

Melhor álbum pop vocal: "Harry's House", Harry Styles

Melhor álbum pop tradicional: "Higher", Michael Bublé

Revelação do ano: Samara Joy

Melhor álbum rock: "Patient Number 9", Ozzy Osbourne

Melhor canção rock: "Broken Horses", Brandi Carlile

Melhor álbum de música alternativa: "Wet Leg", Wet Leg

Melhor álbum R&B: "Black Radio III", Robert Glasper

Melhor canção R&B: "Cuff it", Beyoncé

Melhor álbum música urbana: "Un Verano Sin Ti", Bad Bunny (já tinha ganho em 2022)

Melhor álbum rock ou alternativa latino: "Motomami", Rosalía

Melhor álbum pop latino: "Pasieros", Rubén Blades & Boca Livre

Melhor álbum rap: "Mr. Morale & The Big Steppers", Kendrick Lamar

Melhor álbum country: "A beautiful time", Willie Nelson

Melhor álbum jazz vocal: "Linger Awhile", Samara Joy

Melhor compilação de banda sonora para meios visuais: "Encanto"

Produtor do ano, não clássico: Jack Antonoff

Melhor vídeo de música: "All Too Well: the short film", Taylor Swift

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