A celebração e a memória preenchem o Santander Consumer Finance
A Coleção Artistas Emergentes junta oito obras e pretende ficar permanente no edifício em Carcavelos.
Espalhados pelo edifício do Santander Consumer Finance em Carcavelos está a Coleção de Artistas Emergentes com oito obras, inaugurada a outubro de 2021. Um primeiro passo da empresa no mecenato e incentivo cultural, virado para a fotografia. Esta coleção é da curadoria de Frederico Portas e Tomás Agostinho e pretende expandir-se e permanecer no edifício.
Relacionados
A ideia da coleção surgiu com o nascimento do Santander Consumer Finance e com a proposta dos dois curadores, uma forma de ajudar os artistas depois de um período de pandemia. Os dois encontraram valores comuns que pretendiam trabalhar: o progresso e a inovação.
"Percebemos rapidamente que o interesse do Santander com a coleção era para espelhar a instituição. E espelhar esta inovação e progresso que a coleção de alguma forma refletisse esse dois pilares. E todas as nossas escolhas de curadoria tem uma preocupação e uma atenção em relação a estes dois critérios, explicaram os dois curadores, Frederico Portas e Tomás Agostinho, numa conversa com DN.
Subscreva as newsletters Diário de Notícias e receba as informações em primeira mão.
Os locais para posicionamento das obras foram escolhidos devido à circulação dos trabalhadores e foram agrupados por temáticas. Santander Consumer Finance queria decorar o espaço de forma solta para que todos usufruíssem das obras em vários momentos diferentes, espalhando-as em salas de reuniões, de espera e corredores.
As oito obras pertencem a seis artistas em início de carreira até aos 35 anos: AnaMary Bilbao, Carolina Pimenta, Francisco Osório, Henrique Pavão, Hugo Cantegrel e Isabel Cordovil. A escolha dos artistas é feita através de "um olhar mais atento à prática do que eles fizeram mais do que propriamente às obras."
Na coleção existem dois núcleos temáticos escolhidos: o arquivo e a celebração. Na sala de espera encontram-se três fotografias que se dedicam à celebração, tendo várias perspetivas de situações de festa. Segue-se a peça no corredor de entrada com frames de vídeos de teste de bombas atómicas, que faz a ligação entre os dois núcleos pelo uso de imagens de arquivo e celebração.
"Relaciona-se na medida em que são fotografias de arquivo e com a celebração porque há registos que os espetadores destes testes que eram explosões de uma enorme beleza",explicaram.
No piso 4 do edifício, estão as peças dedicadas não só ao arquivo mas também à tecnologia, apelando à memória da inovação tecnológica. Pode ver-se desde obras com fotografias de um carro e de um foguetão.
Cada peça é acompanhada de uma legenda com um código QR, onde ao fazer o scan com o telemóvel aparece uma explicação da fotografia, o contexto de produção e um perfil do artista. A coleção é plurianual, sendo mais virada para os colaboradores e clientes.
Os curadores pretendem acrescentar mais obras e artistas ao longo dos anos no edifício. "Há a possibilidade das peças mudarem de sítio consoante a exposição. Agora foi só fotografia mas a ideia é nos próximos anos ir expandindo para outros meios", afirmaram.
mariana.goncalves@dn.pt