7 dias, 7 propostas por João Grande
O vocalista da mítica banda TÁXI deu os primeiros passos como guitarrista, passando pela bateria, até que por um acaso do destino se viu atrás de um microfone, e descobriu aí a sua principal vocação. Nunca mais parou. Tem três paixões na vida: Amor, música e viagens. Que felizmente, e graças ao seu modo de vida, se interligam. Em 2023 está prometido um novo disco de originais dos TÁXI. Por enquanto, João Grande leva-nos à boleia pela semana maioritariamente na sua cidade do Porto.
1. Estadia
Trás-os-Montes
Domingo, 5 de Fevereiro
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Ontem, os TÁXI tocaram em Bragança. Acordei cedo, e pus-me a caminho para a aldeia de Castanheiro do Norte, junto a Carrazeda de Ansiães. Temos lá uma casa de família, centenária, onde faço questão de passar uns dias, sempre que minha agenda o permite. A aldeia fica junto ao rio Tua, e é o único sítio que eu conheço, onde a paisagem envolvente continua igual desde que nasci. É como se o tempo tivesse cristalizado. Ultimamente, e para aproveitar a magnífica vista sobre o rio, construíram um miradouro, "Olhos do Tua".
Entretanto, reservei mesa no restaurante Calça Curta, na estação do Tua. Imperdível provar as enguias fritas ou de escabeche, e os famosos peixes do rio fritos. Foi lá que soube da morte do Elvis, enquanto esperava pelo comboio.
A seguir, uma sesta obrigatória, antes de voltar para o Porto.
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2. Rotina
Cinema Batalha
Segunda, 6 de Fevereiro

Tenho a sorte de morar a uma curta caminhada do Parque da Cidade, e muito perto do Museu de Serralves. Mas a minha rotina semanal diária, passa por ir tomar o pequeno-almoço à Canela Moscada, um pequeno café junto à entrada do Parque. De seguida, uma obrigação da qual não abdico, dada a minha atividade profissional como músico, que é manter-me em forma. E lá vou eu uma hora para o ginásio, que felizmente também é perto de casa.
Hoje combinei com uma amiga almoçar no restaurante do Museu de Serralves. Lá, temos aquela sensação boa que estamos no estrangeiro. Quando dá tempo, que hoje não é o caso, aproveito para ver uma das exposições. Mas entrar na livraria para ver as novidades, é que eu não abdico. Já agora, faço parte dos Amigos de Serralves, com um cartão que permite visitar os jardins e entrar em todas as exposições. Com um custo muito simpático. De tarde, seguimos viagem para finalmente visitar o Cinema Batalha. Está programado um filme que sempre tive muita curiosidade, Watermelon Man, de 1970. Depois, jantar leve em casa, que à noite há ensaio.
3. Vistas
Parque das Virtudes
Terça, 7 de Fevereiro

Hoje, a seguir ao pequeno-almoço, tive de abdicar do ginásio.
Fui à estação de Campanhã, apanhar um repórter-fotógrafo que veio de propósito de Lisboa, para me entrevistar e fotografar.
Rumamos para o meu amado Palácio de Cristal, situado na rua em que nasci e vivi, e onde eu ia quando miúdo, umas três vezes por semana. Aí sinto-me em casa, onde conheço todos os recantos, e com vistas deslumbrantes sobre o rio.
Fomos de seguida a um parque, ainda hoje desconhecido pela maior parte dos tripeiros. O Parque das Virtudes (não confundir com o Jardim das Virtudes), que é ao lado. Todo em socalcos, com uma vista incrível sobre o Douro, mais romântico é impossível. Entretanto o repórter não para de fotografar, a mim e ao Parque. Como não podia deixar de ser, lá fui eu dar-lhe a provar uma verdadeira francesinha. Nada melhor que a do Capa Negra. Aí nunca desilude. Decorreu então finalmente a entrevista por várias horas. De volta a Campanhã, para o entregar na estação. Desta vez, antes do ensaio, nem jantar houve. A francesinha ainda se fazia sentir.
4. Áudio
Fonoteca Municipal do Porto
Quarta, 8 de Fevereiro

Hoje baldei-me ao ginásio. Aproveitei o bom tempo e fui caminhar para o Parque da Cidade. Fui até ao final do parque em Matosinhos, virei para a Foz, e fui pelos passadiços até à Praia da Luz, onde almocei. Felizmente encontrei lá uns amigos, que me deram boleia até casa.
Ontem, quando fui a Campanhã, lembrei-me que ainda não tinha visitado a Fonoteca Municipal do Porto. Local fantástico para melómanos e não só, e que acolhe um acervo de 30.000 discos para consulta. É claro que lá, o tempo passa sem se dar por isso.
Hoje, e uma vez que não há ensaio à noite, vou jantar com um grupo de amigos ao Rua, restaurante de tapas na Travessa de Cedofeita, que nunca desilude. Ótimo ambiente e com música ao vivo. E é claro, deitei-me tarde.
5. Mercado
Bolhão
Quinta feira, 9 de Fevereiro

Quando era miúdo, muitas vezes saía com os meus pais, que iam trabalhar na baixa, e andava a passear por lá até à hora de almoço. Nunca mais perdi esse hábito. E sempre que possível, lá vou eu até à baixa, tentar descobrir novidades, que atualmente, são sempre muitas. Hoje, fui pela segunda vez ao recém-inaugurado Mercado do Bolhão. Aproveitei para comprar cogumelos porcini.
De seguida desci até à rua das Flores, onde há sempre lojas novas para explorar. Para retemperar, nada melhor que almoçar na explanada do Hard Club, com uma vista privilegiada sobre o jardim do Infante D. Henrique e o seu típico casario.
Hoje estou empolgado. Vou finalmente ver o Avatar, no IMAX no Mar Shopping em Matosinhos. Sou grande fã da saga.
Depois do ensaio, já se tornou hábito, irmos pelo menos uma vez por semana, ao Bar Labirinto, um clássico do Porto, acabar a noite rodeados de finos e conversa.
6. Livro
Best Seller de Mami Pereira
Sexta, 10 de Fevereiro

Sempre, genuinamente, admirei ver alguém a ler calmamente num banco de um qualquer jardim. Para mim é uma tarefa impossível, sou muito nervoso e inquieto para isso. Mas que não haja confusões, sou um ávido leitor. Não consigo adormecer sem ler, mas sempre na cama. Nunca tive TV nem telemóvel no quarto, mas livros não faltam. A minha leitura atual, é o Best Seller, o terceiro livro de originais da lisboeta Mami Pereira, e que vem acompanhado de uma fantástica playlist no Spotify. Recomendo.
Hoje tive de fazer de cicerone a uma amiga lisboeta que me veio visitar, e conhecer melhor a cidade. Depois da Torre dos Clérigos, deixei-a na fila para a Livraria Lello, enquanto fui fazer umas compras a Cedofeita. Descemos seguidamente até ao rio, e acabámos a passear pela Av. Brasil, onde almoçámos no Lapa-Lapa. À noite fomos jantar num dos meus locais favoritos. A Vermuteria, nas galerias. E para acabar a noite em beleza, nada melhor que o Café Lusitano, do meu amigo Mário Carvalho, com um super ambiente e montes de surpresas/variedades.
7. Brunch
Hotel Le Monumental
Sábado, 11 de Fevereiro

Hoje, atendendo à hora tardia de acordar, tudo se desenvolve com muita calma, acompanhado pela música do Nat King Cole e Ella Fitzgerald.
Não é que eu seja grande fã de brunches, mas não há dúvida que o do Hotel Le Monumental na Av. dos Aliados é mesmo monumental. E tem uma muito boa relação qualidade preço.
Fui convidado para ir cantar umas músicas na apresentação do disco de uma banda de Paços de Ferreira, "4 on Route", e hoje vou passar o resto da tarde e noite em ensaios, por isso e por hoje, ficamos mesmo por aqui.
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