7 Dias, 7 Propostas pelo escritor Paulo M. Morais

Paulo M. Morais nasceu em Lisboa em 1972. Licenciou-se em Comunicação Social e trabalhou na imprensa, especializando­-se nas áreas do cinema, da gastronomia e das viagens. Tem-se dedicado também à tradução e à edição. Deu uma volta ao mundo. Estreou-se no romance com <em>Revolução Paraíso</em> (2013), a que se seguiram <em>O Último Poeta</em> (2015), <em>Seja Feita a Tua Vontade</em> e <em>Pratas Conquistador</em>, os dois últimos integrados no Plano Nacional de Leitura. Em 2022, em coautoria com Pedro Lopes, adaptou para livro a premiada série televisiva <em>Glória</em>. Na área da não fição, publicou <em>Uma Parte Errada de Mim</em> e <em>Voltemos à Escola</em>. Tem ainda um livro infantil: <em>A Aldeia Verde e Vermelha</em> (2020). Estas são as suas sugestões para os próximos sete dias.
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1.Visita
Casa-Museu Egas Moniz
Domingo, 4 de junho

Aconselho a circular livremente pelos caminhos da refrescante quinta da Casa-Museu Egas Moniz, em Avanca, por onde corre serenamente o riacho Gonde. Por lá poderá conhecer melhor os espaços idealizados e vividos pelo nosso Prémio Nobel da Medicina e aconselho uma visita guiada à Casa-Museu. Intituladas "Recantos do Marinheiro" acontecem aos domingos, geralmente uma vez por mês com inscrições limitadas. Há uma agendada para o próximo dia 11 de junho, mas se não conseguir nesta data pode voltar a tentar a 9 de julho.

2. Livro
100 Sem Repetir de Paulo Freixinho
Segunda-feira, 5 de junho

Sempre que falo de livros, apetece-me sugerir qualquer romance de Isabel Rio Novo. São todos extraordinários. Mas para quem ache que o digo por ser marido da autora, fica o destaque do novo livro de Paulo Freixinho. Em 100 Sem Repetir, o cruciverbalista propõe-nos 100 grelhas em que não existe repetição de palavras. São mais de 3500 palavras diferentes que se cruzam umas com as outras, num exercício cheio de referências literárias, através das notas de autor.

3. Arte
Bienal internacional de Arte de Gaia
Terça-feira, 6 de junho

A Bienal internacional de Arte de Gaia, organizada pela cooperativa cultural Artistas de Gaia, tem o seu espaço principal de exposição na Quinta da Fiação de Lever, em Vila Nova de Gaia. No horário das 14h30 às 19h, com entrada gratuita, o visitante pode deambular pelo inspirador espaço da antiga Companhia de Fiação de Crestuma. Este ano, a bienal homenageia os artistas João Jacinto e Carlos Carreiro, e apresenta exposições individuais de Luís Silveirinha e de Nazaré Álvares, esta última com curadoria de Valter Hugo Mãe.

4. Filme
Pratas, O Conquistador
Quarta-feira, 7 de junho

O site da Cinemateca Digital é um manancial de fascinantes descobertas. Com mais de um milhar de obras disponíveis para visionamento online, o arquivo é uma porta de entrada para o espólio de filmes e documentários portugueses que, felizmente, sobreviveram à passagem do tempo. É lá que está preservada a comédia rodada por Emídio Ribeiro Pratas, na Lisboa de 1917. Foi a inesperada descoberta desta réplica de Charlot que deu origem à escrita do livro Pratas Conquistador (2019).

5. Feira
Feira do Livro de Lisboa
Quinta-feira, 8 de junho


A Feira do Livro que decorre no Parque Eduardo VII é um daqueles passeios imperdíveis para os lisboetas (e não só). Na 93.ª edição, o certame mantém-se um dos raros acontecimentos em que o livro ainda é o centro das atenções. Além de uma agenda de eventos recheada, este é o grande ponto de encontro entre público e autores, onde se reveem velhos amigos, se comem farturas nos bancos de jardim, se trocam impressões de leituras à sombra dos jacarandás e, como diria o grande Mário de Carvalho, se pode flanar ao sabor da brisa entre as bancas dos alfarrabistas. Por ser feriado, o horário desta quinta-feira estende-se das 11h às 22h.

6. Jogar
Lisboa em tabuleiro
Sexta-feira, 9 de junho

Longe vão os tempos em que os jogos de tabuleiro se resumiam à sorte dos dados. Agora, é preciso muita estratégia, como é o caso dos jogos desenhados pelo português Vital. De entre os seus vários sucessos à escala mundial, hoje tiramos da prateleira o belíssimo Lisboa. Ao abrir a caixa, seremos transportados para a cidade destruída pelo terremoto de 1755 e, na pele de nobres, teremos de usar a nossa influência para construir e desenvolver negócios por entre os escombros da Baixa.

7. Passear
Passadiço Marítimo
Sábado, 10 de junho

De Espinho a Gaia são quinze quilómetros de passadiços de madeira, junto ao mar. Não é obrigatório fazer o caminho inteiro; qualquer troço servirá para sentir o cheiro a maresia e apreciar os extensos areais, as imponentes formações rochosas, o horizonte azul marcado pelos porta-contentores. Se houver forças extra, há caminho pedestre até à ribeira de Gaia e à ponte Luiz I. Antes, aprecie-se a fantasmagórica Capela do Senhor da Pedra, em Miramar, ou a praia da Granja, umas das inspirações de Sophia de Mello Breyner Andresen.

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