Francisco George, Presidente da Sociedade Portuguesa de Saúde Pública -
Francisco George, Presidente da Sociedade Portuguesa de Saúde Pública -Filipa Bernardo/Global Imagens

Portugueses têm menos anos de vida saudável do que a média da UE

Fatores como o açúcar, o sal e o sedentarismo contribuem para a diminuição do número de anos de vida saudável em Portugal.
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Estima-se que, a nível mundial, em 2050 o número de pessoas com mais de 65 anos seja o dobro do número de crianças com menos de cinco anos. E apesar de Portugal manter a tendência de envelhecimento demográfico, a verdade é que os portugueses vivem mais, mas não necessariamente melhor. Este foi o foco da quinta edição do Fórum sobre o Envelhecimento Saudável, que decorreu a 21 de fevereiro, na Nova Medical School, em Lisboa.

Se, por um lado, a esperança média de vida à nascença aumentou 4,5 anos nas últimas duas décadas (estando atualmente nos 81,1 anos), o número de anos de vida saudável à nascença estimado para Portugal é de 59,2 anos, menos 5,4 do que o valor médio dos países da União Europeia (UE). Para isto contribuem diversos fatores, entre os quais o excesso de açúcar, o excesso de sal e o sedentarismo.

O número de anos de vida saudável à nascença estimado para Portugal é de 59,2 anos, menos 5,4 do que o valor médio dos países da União Europeia (UE).

Falaram-se das estratégias imediatas para parar este flagelo, como a mudança de hábitos alimentares e a adoção de uma vida mais ativa, com a prática de mais exercício, como andar mais a pé, por exemplo.

Por outro lado, é crucial, em especial para a população mais velha, que está mais vulnerável, ser vacinada. Este passo tem um grande impacto na redução da taxa de mortalidade antes dos 70 anos, minimizando as infeções respiratórias e diminuindo também os gastos correspondentes à hospitalização, aos tratamentos e às estadias em unidades de cuidados intensivos.

A prevenção é a melhor escolha a fazer no que toca à saúde e também aí Portugal fica atrás da OCDE, investindo apenas metade da média dos restantes países neste parâmetro. Em 2021, o investimento do Ministério da Saúde em programas de prevenção – nomeadamente consultas de cessação tabágica, campanhas de educação alimentar e vacinação – foi apenas 2% da despesa total.

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