Stephen Hawking e grupo do CERN galardoados
A primeira edição do Prémio Especial de Física Fundamental, financiado pelo multimilionário russo Yuri Milner, vai dar três milhões de dólares (2,5 milhões de euros) a Hawking e à equipa de oito investigadores do CERN, de acordo com um comunicado da Fundação Milner.
Hawking, catedrático da Universidade de Cambridge (sul de Inglaterra) que desde os 21 anos sofre de uma doença neurodegenerativa (esclerose lateral amiotrófica), foi premiado pelas conquistas de toda a carreira, incluindo a descoberta dos buracos negros.
Num correio eletrónico enviado ao jornal britânico The Guardian, o físico britânico, autor de "Uma breve história do tempo", anunciou que vai gastar o valor do prémio no neto autista e numa casa de férias.
"Ninguém investiga em física com a intenção de ganhar um prémio, mas pela alegria de descobrir alguma coisa desconhecida até ao momento. Apesar de tudo, prémios como este desempenham um papel importante na hora de obter reconhecimento do público. Aumentam o prestígio da física e o interesse por esta", afirmou o cientista, de 70 anos.
Hawking "é um autêntico gigante da da física moderna", afirmou o físico norte-americano Nima Arkani-Hamed, um dos jurados.
A Fundação do Prémio de Física Fundamental também reconheceu o trabalho de oito cientistas do CREN pela contribuição para a deteção do bosão de Higgs - a partícula que teria permitido a formação do Universo e de tudo o que existe - em julho deste ano.
Este grupo é liderado por Lyn Evans, atual diretor do acelerador de partículas, e por diretores atuais e passados das experiências ATLAS e CMS, incluindo Peter Jenni, Fabiola Gianotti, Michel Della Negra, Tejinder Singh Virdee, Guido Tonelli e Joe Incandela.
Yuri Milner, doutorado em Física Teórica e promotor deste prémio, espera atrair o grande público para o trabalho dos físicos.
"Espero que estes prémios deem mais reconhecimento a algumas das mentes mais brilhantes do mundo e às grandes conquistas que conseguiram", afirmou Milner, que construiu uma fortuna avaliada em mil milhões de dólares (770 milhões de euros) através do investimento em empresas da Internet como Twitter, Facebook e Groupon.
O júri era composto por físicos internacionais, incluindo os norte-americanos Ed Witten, especialista na teoria das cordas, e Alan Guth, autor da primeira teoria sobre a expansão do universo.