Ciência
22 março 2023 às 18h35

Descodificaram o ADN de Beethoven a partir do seu cabelo

Alguns fios de cabelo preservados por fãs foram estudados e permitiram descobrir um pouco mais sobre a vida (e a morte) do compositor alemão.

O compositor Ludwig van Beethoven (1770-1827) tinha hepatite B, que ainda lhe agravou a cirrose que havia de o matar, aos 56 anos.

O seu código genético também tinha uma configuração que o deixava particularmente vulnerável ao cancro no fígado, o que os seus hábitos diários, de grande consumo de álcool, só agravaram esta situação.

Além disso, descobriram os investigadores da equipa internacional do Instituto Max Planck para a Ciência da História Humana que descodificaram o ADN com 200 anos do alemão, um dos seus ascendentes de uma geração recente tivera um filho fora do casamento (foram também investigados cinco membros da linha patriarcal do compositor).

Este trabalho foi possível porque pedaços de cabelo de Beethoven foram preservados por fãs ao longo dos últimos dois séculos.

A fama do compositor, logo à sua época, fez com que muitos lhe pedissem que enviassem madeixas de cabelo como recordação. E apesar de alguns serem por vezes enganados -- o The Washington Post recorda a história da senhora que, numa primeira vez, recebeu pelo de bode, mas que o próprio Beethoven quando soube da sua humilhação apressou-se a enviar-lhe um pedaço do seu cabelo -- a maioria são verdadeiros.

Os cientistas tiveram todo o cuidado a analisar as amostras obtidas e concluíram que oito eram verdadeiras. E uma vez que, no seu testamento, o próprio Beethoven pedia aos irmãos para que prosseguissem o estudo das razões para a sua surdez (o músico viveu mais de 25 anos sem audição), os cientistas sentiram-se autorizados a estudá-lo.

No entanto, tanto quanto a ciência hoje sabe, não foi encontrada qualquer razão genética para a perda de audição daquele que é, por muitos, considerado o maior compositor de todos os tempos.